Completou-se na quinta feira um ano. Um ano inteirinho de trabalho intenso, de uma reviravolta imensa na minha rotina de Mãe, Dona de Casa, blogger dedicada.
Os resultados têm sido excelentes, surpreendentes para mim e, penso, para todos os que de mais perto me conhecem. Impensável, na minha cabeça, esta coisa de andar de um lado para o outro, a entrar de casa em casa desconhecida, a sair de minha casa à hora em que todos regressam, a entrar em minha casa à hora em que já muitos dormem.
Sim, tem sido uma vida marcada pela diferença relativamente aos últimos 13 anos. De casa. De Filhos. De Família. De roupas. De pós. De refeições. De tantas coisas completamente enfadonhas e absurdamente pouco criativas. No entanto, foi no meio de tão pouca criatividade em meu redor que nasceu este blogue que acumulou 126 seguidores ao fim de 3 anos, que acumulou comentários que me deixaram orgulhosa dos pontos e vírgulas que sempre soube usar e das palavras sem erros que vou ter de reaprender a escrever.
Sinto-lhe a falta. Aqui foram ficando pedaços de mim. Os pedaços que realmente eram meus e os que ia inventando, deixando sair à medida que as mãos se agarravam às teclas. Cheguei a imaginar, na minha cabeça desprovida de outras preocupações que não as inerentes à esplendorosa carreira de Dona de Casa, que alguém, lendo o meu blogue, me convidaria para escrever em locais de maior visibilidade e que a oportunidade de ter um livro com o meu nome na capa poderia surgir. Nada disto aconteceu...
Hoje, em conversa com alguém que também gosta da escrita, embora a condimente com sabores e cheiros diferentes dos meus, voltou esta vontade súbita de dar aos outros as minhas palavras. Porque elas continuam a dançar cá dentro da cabeça quando, agarrada ao volante, ando por estradas conhecidas e desconhecidas, com vontade de ter um aparelhómetro que ligado ao meu cérebro fosse registando o que naqueles momentos únicos de solidão me vai surgindo como escrevível. Depois o sinal de sms abanou o meu telefone e outra pessoa, esta das mais importantes na história deste blogue, veio avivar a vontade de voltar a ler comentários aos meus posts.
Nada como as imagens do Artur para me porem a escrever! As saudades dele também são grandes! Fui lá buscar esta fotografia. Aquela pode ser a minha mão. A mão que empurra, dia após dia, portas de escada de prédios desconhecidos e que faz trabalhar o que me leva a cada casa onde entro.
Um ano. Foi o tempo que já passou desde que começou esta minha nova vida.
65 é o número de pessoas que passaram a estar ligadas a mim por causa de uma máquina. 44 é o número de pessoas que me conheceram, a mim e à máquina, mas não ficaram tão ligadas a mim.
59,6% é o número que representa o meu sucesso nesta actividade.
Eu, que nunca fui fã de números, vivo agora em função deles. E vivo bem...mas tenho saudades das minhas letras que sempre me ocuparam a mente.
Continuo por Aqui e sei que apenas depende de mim, mas preciso de incentivos e esses, vêm daí!