Daqui |
Tudo mudou para mim.
O tempo deixou de ser contado entre lençóis engomados a preceito e peúgas estendidas aos pares para que a tarefa de as dobrar fosse facilitada.
O tempo passou a ter outra importância. A importância de um trabalho que gosto de fazer e que me traz num vaivém de kms, de conversas, de pessoas.
[Sobre estas tantas pessoas que tenho conhecido, quase poderia escrever uma centena de crónicas. São tantas as que tenho conhecido nestes últimos 17 meses.]
17 meses, tanto tempo e que parece tão pouco. Parece que foi ontem que me lancei nesta aventura, de braços abertos como se de asas se tratasse. De alma aberta para novos desafios.
17 meses, a altura em que as crianças ensaiam passos mais ousados, palavras mais completas. É como me sinto. Uma criança que está a arriscar as aventuras de andar e falar.
O ano encerrou as portas comigo em sucesso e Janeiro trouxe consigo a surpresa de novos desafios. A princípio fiquei quase em coma. As palavras ouvidas a ressoarem-me no cérebro. A minha vida a passar como um filme. 46 anos. Tudo o que fui fazendo. Tudo o que me fez o que sou.
Já estive suspensa. Depois vieram dias de formação. Ouvir, ouvir, ouvir. Escrever, aprender, digerir, dar a volta a todos os pensamentos e tentar que se arrumem e me ajudem a arrumar-me.
A nova etapa já começou. Plena de desafios. Plena de trabalho. Horas e horas fora de casa...
E eu? Eu só. A Vera. A que lê. A que pensa. A que espera sempre mais.
Continuo eu. A leitura em ponto lento. O pensamento sempre presente. Eu, os outros, o presente e o futuro, porque ainda não atingi a capacidade de um dia de cada vez.
Continuo a acreditar que no futuro algo de melhor vai acontecer. Continuo que os dias vindouros me irão surpreender. Coisas boas. Acredito sempre nelas.
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