Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Partilhas de [Cabelos] [Esfregonas]

Da Net

Na semana passada fui duas vezes ao cabeleireiro.
Luxo, luxo.
Da primeira vez fui porque o meu cabelo já estava a abusar da minha paciência. A cor estava a precisar de ser tratada e o aspecto de "esfregona" já me estava a chatear. Saí de lá linda de morrer, como só estou quando saio do cabeleireiro com a minha "esfregona" tratada por mãos que sabem e que têm a paciência infinita de esticar e alisar um cabelo que não é fácil.
Quando todos foram chegando a casa, fui lendo nos olhos que me olhavam que algo não estava bem. Enquanto o penteado de cabeleireiro durou, a coisa foi-se aguentando, mas mau mau foi quando a água do chuveiro caíu em cima do penteado e o secador de casa secou a, de novo, "esfregona". Realmente, os olhos que me olhavam não mentiam e o aspecto do meu cabelo estava tudo menos bom.
Voltei ao "salão" no final de tarde de sábado. Coisa rápida. "Dar um banho" aquela cor estranha e torná-la mais normal.
Saí de lá, outra vez, linda! Desta vez os olhos que me olharam já o fizeram com um ar de aprovação...
A cor está diferente, mas mudar é bom. Eu adoro mudar.

Aniversário [atrasado]

Da Net
Foi ontem.
Não é hoje!!!
27 de Fevereiro, o dia em que nasceu o Vekiki.
Completaram-se, portanto, três anos. Três anos de posts quase diários, uns mais lidos que outros, uns mais comentados que outros, mas três anos. É uma idade gira.
Com um nível de audiências que balança entre uma centena e meia e duas centenas, o Vekiki por cá vai andando ao sabor da disponibilidade desta "autora".
Entre frases inspiradas e desabafos pessoais, o Vekiki já passou por várias fases, estando agora numa fase menos produtiva mas não desinteressada e vai continuar a viver.
O dia de hoje adivinha-se muito preenchido e não deve haver tempo para voltar à Blogosfera. Espero que me venham deixar muitos beijinhos de parabéns e incentivos à continuação (lol) ou incentivos ao desaparecimento (outro lol)!!!!
Para terminar este post rápido, quero só partilhar que ganhei bilhetes para o espectáculo da Áurea, hoje, no S. Jorge!!!
É lá que vai terminar o meu dia.
Até já!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Manel # [I]

A minha Máquina noutras Mãos
Algarve
Agosto 2010
Um filho é um pedaço de nós. Um ser que se forma através da multiplicação de células onde os ADN's materno e paterno estão presentes, um ser que se forma e que tem nas suas células o seu próprio ADN. O que é um Filho, para além desta conjugação de células, para além do maravilhoso processo de criação de um novo ser? Um Fillho é um projecto de vida, um projecto para toda a vida! Um Filho é uma presença constante em cada um dos minutos, dos segundos da minha vida. Cada um dos meus Filhos tem um lugar próprio dentro de mim, dos meus pensamentos, das minhas preocupações, dos meus desejos (que não têm de ser os deles!). Cada um dos meus Filhos segue o seu percurso nos dias das suas vidas, sem imposições que não as da boa educação, do respeito, das regras, da Família. Cada um deles tem interesses diferentes e formas muito distintas de estar na vida, no mundo, com os outros. São quatro. Quatro pessoas que se formam diariamente, que vivem experiências diferentes, que reagem de forma diferente ao que vivem. Amo-os a todos. Imenso! Tanto que não me imagino sem eles e em tudo os incluo. Porque continuam sempre a fazer parte de mim, como se ainda vivessem dentro de mim apesar dos seus tamanhos...por este amor que sinto ser tão grande por todos, não sinto peso na consciência em confessar o que se segue.
Dos quatro há um que se aproxima brutalmente de mim. O nº 2 na escala de idades, o nº1 no género masculino. Os gostos, as tendências nas áreas de estudo, nas emoções, na forma de lidar com os outros, na sensibilidade. Entendemo-nos bem demais. Somos cúmplices. E ele tem crescido de um modo que me orgulha. Muito. Tem sabido conjugar o que mais gosta na vida - o mar, a praia, o surf, o skimming - com o que lhe pedimos - a escola, os resultados, a responsabilidade, o comportamento. E isso dá-me um prazer enorme. E ele sabe.
Hoje, o trabalho que tem vindo a fazer nas modalidades de que tanto gosta, foi premiado com um convite/pedido de autorização que me foi feito. Fiquei sem ar, com o coração parado, com a garganta seca. O destino é o continente que faz parte do meu sonho mais antigo. É como se ele, de repente, estivesse transformado numa parte de mim. Ainda não consegui falar com ele, mas sei que vai ficar tão louco quanto eu estou!!!
E, aos poucos, os meus Filhos vão conquistando os seus mundos distintos, mas continuam a ser os Meus Filhos, os bocadinhos de mim pelo mundo!

Manel

Daqui
Branco, pureza, paz.
Mas também alegria.
Tenho o coração a bater de felicidade.
Tenho os olhos a brilhar de orgulho.
Tenho as pernas a tremer de ansiedade, da boa.
A felicidade que me inunda neste momento tem a ver com o reconhecimento.
Tem a ver com o sentir profundo de que têm valido a pena os anos dedicados aos meus Filhos.
A todos e a cada um deles.
Tem a ver com o reconhecimento do meu trabalho de Mãe bem feito.
A felicidade está a rebentar comigo. E sei que também vai rebentar com ele!

No Feminino

Daqui
O meu mundo é feito de Mulheres.
Conheço centenas de mulheres.
Altas, baixas, assim-assim.
Bonitas, feias, assim-assim.
Magras, gordas, assim-assim.
Clássicas, desportivas, assim-assim.
Conservadoras, modernas, assim-assim.
Meia-Idade, jovens, muito jovens, assim-assim.
Se pensar rapidamente em cada uma delas, penso que são todas diferentes. Que cada uma tem o seu estilo de vida, a sua forma de educar os filhos, a sua maneira de mostrar sentimentos.
Quando me ponho a pensar de forma mais atenta, começo a eliminar diferenças e a estreitar os grupos em que as junto. Na verdade, as mulheres são muito parecidas umas com as outras e são essas parecenças que as unem em amizades de toda a vida e as podem também afastar para sempre.
A coragem, a força, a determinação, a vontade de conseguir resolver tudo pelas suas próprias mãos, são características tão típicas do sexo feminino. Que interessa se nos dizem que não vamos conseguir? Este não incentivo acaba por nos levar mais longe no desafio que pomos a nós mesmas, na vontade que temos de gritar ao mundo que sim, conseguimos!
A capacidade de multiplicar tarefas, de estar atentas a várias conversas cruzadas, a vários filhos, é uma espécie de poder sobrenatural que confunde quem não atinge esta perfeição.
Porque sim, cada uma de nós, é perfeita!
Que interessa se o espelho nos relembra que o tempo está a passar? Ele que passe! Nós estamos cá para o ver passar, para lhe dizer adeus como quem acena de uma janela num dia de procissão. Nós estamos cá para o acompanhar na sua viagem e fazemo-lo da forma que melhor sabemos, com um sorriso nos lábios e um abraço sempre que a vontade de parar parecer instalar-se.
Que interessa se nem sempre conseguimos agradar a todos? O importante é que nos agrademos a nós próprias. Que nos mantenhamos capazes de nos surpreender, de nos fazer felizes.
Que interessa se nos dizem que falamos demais, que temos sempre assunto para conversar pessoalmente ou ao telefone? Falar faz bem. Partilhar faz ainda melhor, e um "gossip meeting" de vez em quando faz falta a qualquer uma.
Sim, somos seres realmente maravilhosos e hoje lembrei-me disso.
Porque esta semana não foi uma semana muito "em alta" para mim, mas isso não me fará baixar os braços.
Ser mulher é isso. É cabeça erguida, sorriso nos lábios e, sempre, vontade de vencer!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Amnesia

Daqui
O soalho da minha sala pede os teus passos e, mesmo sabendo que não vens, ouço-os.
O silêncio que eles provocam no soalho da minha sala já não me abala.
Agora desfruto do sol que entra pelos vidros. Tiro da estante os livros que me foste oferecendo e espalho-os no soalho ensolarado da sala. São pedaços de ti espalhados por aqui. Pedaços de momentos. Cada livro, cada tema, cada autor, o espelho do que ias sentindo em cada oferta que me fazias.
Como vês, não preciso do som de ti.
O que por aqui deixaste arrumado é suficiente para que nunca deixes de existir em mim.

Ambição

Daqui
"Se escrevo, não é porque tenha algo
de novo a dizer.
A gente teve sempre o mesmo lote
As mesmas amarguras e as mesmas alegrias
Aquilo a que se chama igualdade de oportunidades.
Se escrevo, é porque me mato a procurar
A mais concisa representação gráfica das lágrimas."
S.S.Kharkianakis
in Itaca, cadernos de ideias, textos & imagens,
Outubro 2010

E com as mesmas mãos que tento dar forma às palavras que dançam na minha cabeça e se ensaiam no teclado, enfarinho massas e tendo formas que se transformam. Em pães, em bolachas e biscoitos. E as mãos sempre em acção, em movimento, em trabalho, tornam-se quase uma parte independente de mim. Quase não precisam que o cérebro as conduza, porque elas sabem como fazer tudo. E as mãos também sabem acariciar. E as mãos também sabem tocar. E as mãos falam. Como olhos. Como sorrisos. Como palavras. Como lágrimas.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Partilhar

Daqui
Penso que já todos os que me leêm e seguem perceberam que a minha vida se alterou.
O número de posts diminuíu drasticamente e o tempo que costumava dedicar à leitura/comentário do que os outros bloggers escrevem/publicam diminuiu também.
Aceitei, em Novembro, um desafio que me foi colocado pela minha Filha. A falta de tempo dela para a actividade que desenvolvia a par da Faculdade, levou-a a desafiar-me a ser eu a desenvolvê-la. No início estive renitente, mas depois pensei que não tinha nada a perder e que era uma parvoíce sentir receios completamente infundados, mas, no fundo, próprios de quem está há 11 anos em casa a tratar exclusivamente da gestão familiar. Seria eu capaz de entrar em casa de outras pessoas, de mostrar com qualidade um produto que utilizo há sete anos, sem parar um dia? Seria eu capaz de procurar novos clientes, de gerir a minha actividade de uma forma profissional, a par da gestão familiar? Eram receios demasiados, mas apenas meus, enumerados dentro da minha cabeça.
Decidi que iria arriscar, porque uma vida sem riscos para pisar e ultrapassar é uma vida morta e vida e morte são contradições e não sinónimos.
Na altura em que tomei esta decisão, tomei também outra. Não tornar público no Vekiki o que fazia. Porque a política da empresa a que pertenço agora não é a publicitação da actividade nem a angariação de clientes de outra forma que não a referenciação.
Passados já três meses de actividade produtiva e que me tem dado (a mim e à Família) uma melhoria da qualidade de vida, penso que não estarei a actuar mal se disser finalmente o que ando a fazer e que me retira tempo cronológico e mental para as minhas escritas.
Ando a demonstrar
E estou a adorar!!!

Mulheres


Ando a tentar dissociar-me desta imagem, mas nem sempre esta é uma resolução pacífica.
Quando olho para o tampo dos móveis e vejo a camadinha irritante de pó, quando olho para as quantidades de roupa que saem do cesto da roupa suja para a máquina e desta para o estendal e deste para o armário da roupa por engomar, quando olho para o cesto das meias e cuecas para dobrar, quando olho para tudo o que anda sempre espalhado pela casa como se cada coisa não tivesse um local próprio para ser arrumada, quando olho para a cozinha e me lembro que "comer" é uma das necessidades fundamentais do ser humano...
...são quandos demais para que consiga desfocar-me da imagem de multi-woman.
O tempo para mim? Para aquelas coisas que a maior parte das mulheres faz e com as quais eu nunca me preocupei (e os resultados estão à vista desarmada) - tratar da cara, tratar das mãos, tratar do cabelo. Gostava de ter tido esses hábitos. Sempre desvalorizei o tempo para cuidar de mim. Sempre achei que pintura era coisa de que a minha cara não precisava, manicure era tempo/dinheiro deitados à rua face aos inúmeros trabalhos que faço em casa e que num instante arruinam a pintura e a maciez. Começo agora a perceber o disparate, mas não me é fácil desligar-me das minhas "obrigações" e preocupar-me comigo.
Hoje, ao abrir o mail enviado por uma Amiga, percebi que tudo o que lá está escrito é tudo o que devo meter na minha cabeça para mudar a minha forma de estar na vida.
Vou ter de o fazer. Vou ter de o começar a fazer. Pensar mais em mim e no que gosto, no que preciso, no que quero. Afinal de contas, a vida é curta e a minha já vai a meio.

"Recordo que... uma camada de pó protege a madeira dos móveis... E que uma casa se transforma num lugar quando se pode escrever "amo-te" em cima do pó. Aquela mulher passava pelo menos 8 horas cada fim de semana para deixar tudo perfeito, "para se vier alguém". Afinal, entendeu que "ninguém vinha" porque toda a gente estava a desfrutar da vida e a divertir-se!! Agora, se “vem alguém”, não tem que explicar em que condições está a sua casa: estão mais interessados em ouvir as coisas que ela fez enquanto desfruta da vida e se diverte. Porque se não deram conta... A vida é curta: Divirtam-se!
Com todas as praias que há para nadar e montanhas para escalar, rios para navegar, cerveja para tomar, música para ouvir, livros para ler, amigos para gostar e vida para viver, ... !"

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Prazer em Estado mais do que Puro, Puríssimo

Livraria Galileu, Cascais
O final de tarde de segunda feira passou a incluir uma deslocação a Cascais.
O que lá vou fazer não me compensa ir, voltar a casa e regressar a Cascais, por isso decidi enfiar o carro no estacionamento subterrâneo (onde se paga com a Via Verde, o que é um must) e deambular por ali. Não tinha nenhum destino em mente e, por isso, saí do estacionamento e pus-me a andar pela Avenida Valbom. Claro que Avenida Valbom quer dizer Santini, mas também quer dizer Galileu e foi para lá que dirigi os meus passos e o meu olhar claramente atraído pelas bancadas de livros usados que estão sempre ali à porta, à mão de semear, a atrair atenções que acabam sempre por se dividir com o interior da loja.
Eu adoro livros, sejam eles novos a estrear ou antigos ao ponto da grafia ser diferente e as folhas amareladas quase se desfazerem entre os dedos quando as passamos. Durante um bocado estive ali, absorta nos usados, entretida a recordar a colecção RTP que faz parte do meu imaginário infantil, perdida nuns pequeninos volumes de libretos de óperas conhecidas. Depois o frio começou a incomodar-me. Empurrei a porta fechada/encostada e entrei. Lá dentro, o silêncio. Não era um silêncio pesado, era um silêncio próprio de qualquer local sagrado, de um espaço onde se reflecte. Na Galileu não se veêm livros como num qualquer outro espaço livreiro da modernidade. Prateleiras enormes, organizadas por estilo literário, estantes enormes, organizadas por autor, barulho, muita luz, música e muita gente, muitas vozes, muito som de fundo. Na Galileu existe um ambiente quase de museu. Os livros estão ali expostos, ao nosso dispôr, mas de um modo intimista, apetecível. Eu não procurava nada em particular, tal e qual como não procuro nada quando entro na FNAC e saio de lá com qualquer coisa debaixo do braço. Mentalmente decidi não gastar dinheiro, portanto só estava ali para passar o tempo e ver capas, ler sinopses, pouco mais do que isso...mas acabei por me encostar a um pequenino escaparate onde os títulos eram anunciados a partir de €1 até €5. Títulos da Cavalo de Ferro. Não gastar dinheiro! Mensagem que surgia projectada no écran do meu cérebro, mas para a qual esse mesmo cérebro não queria olhar. Despertada a atenção para os títulos, as lombadas, as histórias ali à minha frente, já nada havia a fazer. O cérebro  pragmático iria perder a batalha. Assessorada pela anfitriã daquele maravilhoso espaço, lá fui eu fazendo uma pilha. Dois volumes mais grossos, os outros finos e tentadores, foram-se transformando em propriedade minha e só eu sei como ser proprietária de livros me transforma numa pessoa verdadeiramente feliz.
Saí da Galileu carregada com um saco amarelo cheio de livros a preços inferiores ao de qualquer jornal diário. Se por vezes gastar dinheiro me instala na consciência um peso que dificilmente suporto, ontem aqueles euros ali deixados instalaram um contentamento imenso em mim.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Agora os Casacos não Páram Aqui

Daqui
Foi há onze anos.
A fusão de duas empresas, as reestruturações, os funcionários de duas empresas a terem de cohabitar.
Eu tinha menos onze anos do que tenho hoje. E menos um filho. E três filhos pequenos que largava num colégio bem cedo e recolhia bem tarde. Com os meus filhos eu partilhava as piores horas do dia. Deles. Minhas. As horas em que o cansaço já só pede o silêncio, em que as birras se acumulam sem razão. Sentei-me à mesa da casa de jantar da altura e fiz contas. Alinhei despesas, as despesas pelas quais trabalhava, e decidi. Deixar de trabalhar. Deixar de pagar um colégio que me levava o ordenado quase todo. Deixar de correr para uma cidade feita de gente que corre.
Passaram-se onze anos.
De maneira inesperada e impulsiva, troquei o ram ram da vida de Mãe e Dona de Casa pela agitação de uma actividade que exige de mim organização, planeamento, estabelecimento de objectivos e responsabilidade. O que a princípio me pareceu um desafio quase impossível, transformou-se num prazer. As pessoas que vou conhecendo em cada demonstração que faço, as pessoas que conheci numa empresa cuja dinâmica é verdadeiramente motivadora.
Alteraram-se as rotinas da casa. A Mãe já não está sempre em casa e tudo o que continua a fazer com os Filhos tem de ser planeado e encaixado entre reuniões semanais, demonstrações e entregas de Bimbys.
As tarefas domésticas que até Novembro desempenhava diariamente com mais ou menos afinco, afiguram-se-me agora aborrecidas e preciso de me disciplinar muito para continuar a assegurá-las.
Amanhã fechamos o mês de Fevereiro. Tenho menos uma venda do que em Janeiro, menos duas do que em Novembro e Dezembro. Não gosto da sensação de ter trabalhado muito e não ter conseguido alcançar o mesmo patamar ou um superior, mas também isto é parte da aprendizagem. Aprendo a ser humilde, a não me lançar para voos para os quais ainda não tenho treino suficiente.
Amanhã fechamos Fevereiro e lançamo-nos em Março.
Eu espero ter um bom mês. Conseguir angariar bons contactos, expandir a minha rede de negócio e planear o meu tempo de maneira a conseguir postar diariamente.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Déjà Lu

Daqui
Déjà Lu é uma página de leilões de livros já lidos.

Poderíamos chamar-lhes livros em segunda mão, mas estaríamos a quebrar toda a mística que envolve um volume que em tempos fez companhia a alguém.
O valor das vendas resultante dos leilões reverterá, na sua totalidade e de forma directa, para a APPT21 e para o Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças.
Todas as semanas serão publicados lotes de livros, que podem ser licitados individualmente, a partir de um valor base.
As licitações devem ser feitas na caixa de comentários do blogue, sendo usado o registo da data e hora do comentário para identificar o vencedor do leilão.

Os potenciais compradores deverão indicar:
- item pretendido
- valor de licitação
- e.mail para contacto no final do leilão


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Semanal

Daqui
I.
É sexta feira.
Passou uma semana desde que aqui me sentei pela última vez. Nesta mesma mesa, com este aparato de pequeno almoço à minha frente.
A vida engole-me e apesar da boa energia com que tenho vivido, a verdade é que me sinto em falta com este meu espaço de partilha. De ideias. De pensamentos. De palavras.
A sexta feira é o dia da fronteira. O dia que marca o fim de um período de cinco dias a levantar cedo e a obedecer a rotinas completamente cronometradas e o dia que marca o início de um período de dois dias que, embora isentos da pressão do horário, são também eles dias de trabalho. Os dias deste meu trabalho por excelência. Curiosa opção a minha. Solto um pouco as amarras de um trabalho que não me dá folgas e entro de peito aberto num outro onde a mínima folga, a mínima desatenção, pode deitar tudo a perder. Perguntem-me pelo cansaço. Há dias em que o sinto, mas é um cansaço mais mental do que físico. [Cada vez mais percebo que tenho uma capacidade de trabalho e de resistência não muito comum à maioria das pessoas.]
II.
O que me apetece fazer hoje?! Sinceramente, sinceramente, tudo menos o que tenho para fazer. De repente, o trabalho de casa afigura-se monótono e aborrecido. A ausência de pessoas e de conversa, um peso. Hoje é o dia da casa. Organizar para que a semana seguinte não se inicie de forma atabalhoada. Estou suspensa...à espera de uma resposta que ontem me foi prometida para hoje. Enquanto o telefone não tocar ou o aviso de mensagem não soar dentro da algibeira das calças de ganga que hoje voltei a vestir, não conseguirei direccionar o meu pensamento para a máquina da loiça, a tábua de engomar, as camas por fazer, a mesa do pequeno almoço por levantar. Ficar à espera de uma resposta, de um "vou conversar com...e depois amanhã digo-lhe a resposta..." é horrível. Há formas de salvaguardar estas situações de ansiedade, mas nem sempre as consigo pôr em prática. Tenho ainda muito a aprender, muito caminho a percorrer.
III.
Na Casa das Histórias está uma nova exposição. Apetece-me mesmo é pôr a mochila às costas e ir até lá.
Às 10:30 tenho uma reunião na Escola, com o Director e a Escola Segura. [isto se o pendente não se transformar em cliente!]
Tenho de pensar o que vou fazer para o jantar. Hoje é dia de treino de corfebol e o regresso a casa tardio impõe um jantar preparado com antecedência.
Vou-me pôr a mexer.
Até já!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Água Que Corre Por Baixo das Pontes

Daqui
A arrogância dá cabo de mim.
Põe-me um nó no estômago e faz-me o peito ir para dentro como se tivesse levado um murro daqueles bem fortes, como os que aparecem nos filmes de batatada que os miúdos, rapazes, adoram ver.
O pior da arrogância é o complexo de inferioridade que revela por parte de quem a pratica. Quem não sabe valorizar-se a si mesmo, quem tem algum tipo de inferioridade em relação aos outros e não sabe como suplantá-lo, arroga-se o direito de se mostrar desagradável e até mal educado quando fala com os outros. O pior da arrogância, quando sou vítima dela, é que fico tão chocada que perco a voz, o meu cérebro pára e não consigo ter resposta na ponta da língua. Uma resposta educada e calma que consiga mostrar ao ser inferior que eu não sou superior, sou simplesmente melhor.
Quando a arrogância me ataca logo pela manhã, ainda é pior. Tal como o motor de um carro que precisa de aquecer para que possamos puxar por ele, também eu preciso de acordar realmente para ter a capacidade de reagir. Limitei-me a ouvir as palavras que jorraram daquela boca como se fossem um vómito. De jorro e azedas.
Logo de manhã? Numa manhã em que há Sol por todos os lados e só apetece cantar, dançar e sorrir, vem um ser retirar-me o prazer da alegria? Por causa de bolas de futebol de miúdos que se rebentam na escola? Por causa de brinquedos que desaparecem? Apeteceu-me responder que todos sabemos que os brinquedos mais caros e preciosos para os nossos Filhos não devem sair de casa para a Escola. Ou este ser ainda não aprendeu isso? Limitei-me ao silêncio e ao olhar atento.
O Silêncio pode matar.
Foi a minha arma, mas vim em turbilhão para casa...a exercitar a minha capacidade de auto paciência. A convencer-me a mim mesma que estas pessoas são água que corre por baixo de uma ponte, para bem longe de mim.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

À Lareira

Daqui
Gostei de te ver.
Incrível como a energia que existe entre nós se sente quando nos juntamos. É uma coisa especial e é assim que todas as amizades se deviam caracterizar. A energia que passa de um lado para outro. os olhos nos olhos e a vontade de rir, de sorrir, de falar ou apenas fruir.
Convida-me para qualquer coisa, para qualquer lado, e eu vou.
Já não vou a correr. Cresci e percebi que correr não é o melhor sinal de gostar. Dizer que se gosta é o melhor sinal e isso já eu fiz muitas vees. Tu não dizes. Apenas sentes. Se calhar ainda não consegues soltar as palavras. De cada vez que sentes que elas vão sair boca fora, fechas o sorriso e empurra-las lá para dentro outra vez, mas elas ganham-te sempre. Vão obedientes por ti abaixo e aninham-se perto do músculo que dizem ser o das emoções. E aí encaixadas não há nada a fazer...os olhos dizem-nas.
Convida-me. Estes sofás perto do fogo serão o lugar ideal para nós. Talvez até nem conversemos, mas vamos de certeza pegar nos nossos livros e ler ao desafio. Eu leio e sublinho para ti. Tu lês e sublinhas para mim. Fazes-me perguntas sobre o que me apetece fazer e eu digo-te que só quero que estes momentos nossos se repitam. Apenas isso.
Gosto de ti.
Sempre, de cada vez que te vejo.

Não Inverno

Daqui

A noite passou num minuto. Foi com um desejo imenso de fingir que hoje não era hoje que abri os olhos. O lusco fusco vindo por entre as frinchas do estore meio aberto do quarto dizia-me que o dia ia nascer, que o meu movimento era necessário ao acordar da casa adormecida. Enrosquei-me. Encolhi-me. Ronronei um pouco. Senti o calor dos lençóis, a colcha ganha de presente de Natal, fofa e quentinha. Era o último momento. O momento que antecedia o primeiro movimento do dia. Até que a noite se voltasse a transformar em dia. Ou ainda melhor, se transformasse em dia de não Inverno.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

maldição contra o amor sem corpo, para o alberto pimenta

Daqui
«teve a coragem de amar uma mulher com fino cabelo de cristal. à noite, na escuridão da cama, não lhe tocava por amor, e por amor a mulher cuidou do seu cabelo, cada vez mais frondoso e delicado, por isso, passeava o casal orgulhoso de tanta beleza pelas ruas. entravam em casa só mais tarde, quando ninguém sobrava para ver. era também quando se amavam sem se poderem suportar. cada um para seu lugar sem dizer mais nada, com a tensa proximidade da violência. sem filhos, desligavam as luzes e emudeciam. era quando alguns animais irrompiam pelos poros das paredes e lhes fungavam nos pescoços, o cabelo da mulher ondulava em cintilações no escuro, pela moléstia das pequenas cócegas e mordidas»


contabilidade
valter hugo mãe,
Editora Objectiva,
Outubro 2010


Dúvidas Metafísicas

Daqui
Deus.
Quem é?
Deus existe?  
Onde se esconde?

Está dentro de cada um de nós ou num local qualquer distante do Universo? E se existe, como se manifesta para cada uma das pessoas, dos seres não humanos na terra? Protege-nos do mal ou apenas nos guia como se fosse uma lanterna que vai apontando no escuro o caminho mais seguro por onde caminhar? Dá-nos a força que a humanidade terrena nos retira?
E quando não o encontramos, viveremos pior? A falta da fé num ser superior faz-nos mais frágeis? E que dizer daquelas pessoas que se acham Deus na terra? Cuja pretensa sabedoria pretendem transmitir a todos os que as rodeiam como se fossem a voz de um ser superior.
Em mim reside a pouca sabedoria do que cada dia me ensina. Reside a vontade, sempre enorme, de fazer mais e melhor. Reside a confiança em mim e na minha capacidade de gostar dos outros e de os ensinar a gostar de quem os rodeia. Reside a humildade necessária para aceitar cada um na sua maneira de ser e ver o mundo, diferente da minha.
A fé? A que ponho em tudo o que faço, em tudo em que acredito, em mim.
Não me julgo superior. Acredito-me capaz.
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