Grafia

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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Mesa de Cabeceira



Eu e a minha Máquina, Setembro 2008

Na minha mesa de cabeceira não há livros empilhados, à espera de serem lidos, a encherem-se de pó. Não há caderninhos com notas, não há remédios, batons, perfumes.

A minha mesa de cabeceira é um móvel com muitos anos, mais do que os que tenho, mais do que os que têm os meus Pais. Já foi minha companheira no meu quarto de solteira e sempre esteve decorada com objectos queridos que se foram mudando com os tempos. Dentro dela já houve colecções várias, a última, de relógios, roubada por um ladrão que me entrou em casa e se abasteceu de coisas minhas.

No tampo de mármore da minha mesa de cabeceira repousam, durante todo o ano, conchas e paus apanhados nas areias das praias que frequentamos. A maior parte deles/as foi apanhada pela minha prole e foi-me oferecida como se de tesouros se tratasse.

Também lá descansa um frasquinho cheio de areia vinda directamente de uma praia de Moçambique, para mim, e uma faca de abrir cartas, em madeira. Bocadinhos de um país que me mora no coração meio branco, meio escuro.

A restante decoração é feita de objectos com significado especial, momentos especiais.

O relógio digital/despertador nunca marca as horas, está sempre a piscar e só lá está porque era o relógio de cabeceira da minha Avó Querida.

O ramo de flores de papel foi feito pelo M.M.1 e foi-me oferecido num Dia da Mãe, o cãozinho é feito de plasticina colorida e foi feito pelo M.M.3 representando uma das nossas cadelas fugidias, a Bibá.

O crucifixo foi comprado este ano na Feira do Artesanato e está ali pela beleza do trabalho em madeira.
No candeeiro está pendurado um mega coração oferecido por uma Amiga muito querida e espetado um mini coração/pin do Museu Berardo, oferecido pela minha C.

O Santo António de Lisboa, de barro, é também um companheiro já antigo e tem guardadas no seu interior as fitas do Bonfim que vão rebentando. (Sei que se devem atirar na sétima onda do Mar, mas tenho a convicção de que o "meu" Stº António cuida melhor delas.)

O Stº António está enfeitado com um presente - komboloi -que a Belita me trouxe da Grécia e segura uma moldura dupla que abriga duas fotografias que Amo, a minha Avó comigo (do lado esquerdo) e o meu Avô, no muro do terraço da bela casa deles na Almirante Reis (há uns 40 anos atrás...)!

Estas são as razões e afectos da minha Mesa de Cabeceira!

3 comentários:

Anónimo disse...

Na minha mesinha, que não tem a história da tua, tenho: 1 relógio/despertador que acorda às 7h da manhã, 1 candeeiro amarelo oferecdo por uma amiga e uma moldura com uma fotografia dos meus pais no dia do seu casamento, há cerca de 60 anos atrás. A minha mãe está de fato saia/casaco escuro. Suponho que à época seria uma heresia ir de vestido de noiva pois já estava grávida...
Além disso há diariamente (será que se pode dizer antes noitiariamente?) os despojos de brincos, pulseiras, colares e outros adereços.

Patti disse...

Espelhos e reflexos que falam de ti.
A minha também fala de mim, com outras palavras diferentes das tuas, mas com o mesmo significado.

1/4 de Fada disse...

Que enfeites tão bonitos, vera, também é a estas coisas que eu dou mais valor...

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