Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

31 de Dezembro


Estou sentada a escrever. Não apenas aqui. Estou a escrever para os meus Filhos, para o Álvaro, para mais duas ou três pessoas que durante este ano que hoje termina se revelaram especiais na minha vida.
Gostava de escrever a todos os que assumiram no meu coração um lugar de destaque, mas não é fácil. Espero que entre preparativos para a grande noite de passagem de década, toilletes e cozinhados, todos consigam vir até aqui para lerem as suas palavras. Por razões várias, são do Mia Couto as palavras que vos ofereço neste final de ano/década. Façam delas o que quiserem mas guardem-nas como um presente, junto aos corações.
"[...]Amam-me demasiado
as coisas de que me lembro
e eu entrego-me
como se me furtasse
à sonolenta carícia
desse corpo que faço nascer
dos versos
a que livremente me condeno."
Feliz Ano Novo!!!

Final de uma Década, Início de Outra


Quero hoje fechar este capítulo. Neste último dia de um ano que tenho a certeza de ter sido o pior ano da minha vida. Cheio de dificuldades, de dias tristes e complicados, de falsas questões que terminaram em momentos de muitos constrangimentos e mudaram os meus dias. Gostava que o cérebro humano fosse uma máquina fácil de comandar e de manipular. Se assim fosse, eu conseguiria que a minha massa cinzenta esquecesse tudo o que assimilou durante 2009 e conseguiria entrar numa nova década de cabeça limpa. Tenho a certeza de, neste ano, ter perdido mais do que um ano de vida. Tenho a certeza de ter ganho feridas que dificilmente irão parar de sangrar. Tenho a certeza de que me isolei muito e me fechei para muitas das coisas que era suposto fazerem-me feliz. Desagradam-me estas certezas. Desagrada-me a escuridão que vive cá dentro, apesar da claridade que deixo transparecer. Desagrada-me sentir-me cada dia mais presa a uma realidade que não me traz felicidade.

Em 2010, primeiro ano de uma nova década, quero sentir a força que me era característica e lutar. Quero mudar os meus dias, a minha vida, o meu ser. Quero não ter medo. Quero conseguir fazer o que eu gosto e o que eu quero.

Em 2010, primeiro ano de uma nova década, quero voltar a ser FELIZ.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Eu, Muito Gira!!!

Fui para o cabeleireiro às três e meia da tarde. De livro (Os Pilares da Terra) dentro da mala e cheia de vontade de ficar bem fashion. O meu cabelo estava a precisar de ser domado e eu a precisar de me ver ao espelho com um aspecto que não o de "trunfa"...Passadas três horas de leitura, olho-me ao espelho. Estou tão gira. A sério. Apetece-me ir jantar fora para mostrar este look a toda a gente. Fico tão gira quando vou ao cabeleireiro. Porque raio não posso ir ao cabeleireiro todas as semanas? Que treta!!!

Nã...o Preto Já Não é o que Era...


Dantes gostava de preto. Vestia-o repetidamente. Agora não me sinto bem. Põe-me neura. Também não me agradou ver o Vekiki vestido de preto. Escrever todos os dias sobre preto não me iria fazer nada bem. Optei por este background. Dizem que é de Inverno. Eu acredito e adopto-a a partir de hoje.
Desculpa Saltos Altos!!! Foste a única a manifestar-te sobre o preto e eu fui contra a tua opinião...

Com o meu Vestido Preto, Eu nunca me Comprometo...

O Blogue vestiu-se de preto. Chique, para a Passagem de Ano. Não sei se gosto muito...por agora fica assim. Não tenho tempo para lhe trocar a roupa outra vez. Talvez mais tarde. Digam lá o que acham...

Alterações Climáticas (no meu Habitat)

Acordo com Sol.
Escancaro janelas para entrar o ar e secar a humidade dos últimos dias.
Tomo o pequeno-almoço com chuva.
Fecho janelas para não entrar mais humidade [que o Sol já tinha secado a outra que cá estava desde os últimos dias].
Sento-me a pensar o que dizer no penúltimo dia do ano.
Bate-me o Sol na cara e obriga-me a franzir os olhos.
E enquanto os olhos se franzem na tentativa de ver melhor o que no écran vai aparecendo, o Sol vai-se escondendo...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Pensamento Estúpido # [24]


Parecerá muito mal se eu não apresentar aqui uma wishing list para 2010? É que sinceramente não me apetece nada matar a cabeça a pensar no que quero e não quero para o Novo Ano. Que me desculpem os que fazem balanços. Eu não os faço. Sei que este ano foi mau e isso é suficiente. Que me desculpem os que fazem listas do que vão mudar no ano seguinte. Adoro listas mas estas dispenso-as. Se no dia a dia conseguir mudar atitudes e comportamentos que sei não serem correctos, óptimo. Mais do que isto não me apetece. O que me apetecia mesmo era partir a loiça toda e etc e tal ... mas essas coisas não posso fazer!

A Lareira


Esta nossa casa apesar de extraordinária tem uma grande falha - não tem uma lareira! Uma lareira, o fogo, o barulho da lenha e o cheiro que fica na roupa, são coisas que fazem muita falta nas recordações de Inverno. Eu acho, pelo menos. Por mais estranho que possa parecer, estou há dias sem sair de casa e não sinto a falta. Adoro as férias de Natal. Sem stress. Posso levantar-me tarde, não sinto a pressão de andar todo o dia a correr de um lado para o outro para ter tudo em ordem, posso ver televisão até às tantas ou apenas adormecer e acordar no sofá. Esta semana temos estado "agarrados" (Eu e os "Grandes") à série Gossip Girl. Faz falta a lareira...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Natal dos Amigos

Hoje a mesa volta a ser pequena para receber amigos. Num jantar de Natal pós natalício onde as sobras serão aproveitadas e onde cada convidado trará para a mesa uma nova iguaria. Um jantar de Natal pensado para as Amigas da Catarina que já são como outras Filhas, outras Sobrinhas. Não tarda estão ai!
Não sou, nem quero ser, o Grinch cá do sítio, mas confesso a minha falta de paciência para alegrias e festejos programados e massificados. Passado o Natal entramos na semana que terminará com a passagem de ano. Uma passagem de ano que será marcada, não só pelos já gastos balanços do que aconteceu em Portugal e no Mundo, mas também pelo balanço de uma década. A primeira do século XXI. O Mundo mudou nestes dez anos. Mudou irremediavelmente. Vamos saltar para a segunda década do século, de olhos tapados, sem sabermos muito bem o que nos trará o ano 10 do milénio.

Ainda não sei para onde iremos passar a noite de 31. Para dizer a verdade não me apetece muito o programa de ficar em casa, no sofá, à espera das badaladas mágicas, em frente à televisão e a uma qualquer chachada de reveillon, mas também não surgiu ainda nenhuma proposta de programa animado. Música, dança, gente bonita e divertida seriam uma boa opção...mas onde encontrar tudo isto para uma Família dos "enta" aos 8? Cheira-me que aquilo que não me apetece fazer é aquilo que vai acabar por acontecer...

Frágil

Natal # [18]

Este ano a azáfama foi tão grande que ainda nem consegui fotografar os meus presentes de Natal para os postar aqui. Do Menino Jesus cá de casa recebi os livros que já andava a desejar há uns tempos - 2666 (na edição especial, a de capa branca!) e Detectives Selvagens - e ainda um kit Rock in Rio.
Depois, directamente do Alentejo (obrigada "Daqui te Vejo"), chegou um belo queijo de ovelha com que nos temos deliciado. Os meus Pais ofereceram o micro-ondas que já nos andava a fazer falta sem que dessemos por isso (assim que o recebemos fartámo-nos de o usar). A Belita enviou-me um marcador de livros muito "fashion" feito por uma sobrinha dela. Depois, houve loiça, bibelots, pregadeiras e mais livros (da Kat e da F.G.T.). Obrigada a todos!
Agora, com toda a Família de férias, voltamos às rotinas. A montanha de roupa para lavar e engomar é do tamanho dos Himalaias, mas pelo menos não há horas nem entradas e saídas de casa para pôr e buscar filhos.
Portem-se bem.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Natal # [17]

Eu e a minha Máquina,
Véspera e Dia de Natal

O Natal chegou e acabou de repente. Começamos a sentir a falta de crianças pequenas na noite dos presentes. Os sobrinhos já estão todos crescidos e os miúdos pequenos já não recebem aqueles presentes de Natal volumosos, a pedir pilhas que geralmente todos se esqueciam de comprar.

Desde quarta-feira à noite que não saio de casa.

Entre o jantar da Véspera de Natal e o jantar do Dia de Natal serviram-se nesta mega mesa 58 (cinquenta e oito) refeições. Basicamente não se fez outra coisa que não pôr mesa, levantar mesa, carregar máquinas de loiça, descarregar, arrumar e desarrumar. A casa esteve cheia desde 24 à noite até às 06:15 de dia 26 (hora a que saíram os últimos sobrinhos). Só hoje é que conseguimos repôr a ordem...talvez amanhã consiga retomar a rotina...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal # [16]

Eu e a minha Máquina,
Agora Mesmo!!!


Desde as 11:00 da manhã na cozinha. Eu, a minha "Menina" e as Bimbys. Pusemos os homens todos fora de casa. Poupámos o Mateus que nos deu uma ajuda preciosa a passar os fritos por açúcar e canela. Nestas fotografias faltam os sonhos de abóbora (que para a Belita têm um nome estranho que não consegui decorar...diz lá qual é?), mas hei-de trazê-los! Conseguem identificar tudo o que por aqui se apresenta? Coscorões (que a minha Avó fazia sempre!!!), Bolos Rainha (com um cá em baixo em grande plano!), Broas de Batata Doce e Amêndoa. A maratona culinária vai continuar com azevias de grão, fatias douradas e suspiros (a quantidade de claras que "reservámos" foi Brutal, o que nos levou aos suspiros).

A Catarina diz que vamos passar a aceitar encomendas, portanto, estejam à vontade!!!

E agora, que já vos deixei de água na boca e com notícias quentinhas, até amanhã. Se não nos voltarmos a ver antes, desejo-vos a todos um Natal Hiper Feliz.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Apetece-me Esta...

Ainda a Loucura...


Não me reconheço. Nas frases que digo, nos sorrisos que não se desenham em lábios que se fecham em silêncios desconhecidos. Olho em volta e questiono-me se reconheço os outros. Há um afastamento, uma sensação de viver numa dimensão irreal de tempo e espaço. Há a repetição dos dias iguais e a secura dos sentimentos gastos. Há uma mente que vive desligada do corpo que a sustenta. Há um Eu que se afunda. Que vai morrendo. Que emite um grito calado de socorro. Que anseia por um dia e um Eu diferentes...

About Madness and Sense...

Imagem vinda Daqui,
com autorização por escrito

Natal # [15]

Imagem vinda Daqui

Bom Dia.
Levantei-me cedo. Apesar de os miúdos estarem todos em casa, de férias, o meu sono continua programado para horário de aulas e não adianta contrariá-lo. Já tomei o pequeno almoço e fui ficando pela cozinha já que não quero fazer barulho na casa, para não os acordar.
Continuo com a minha cabeça a mil (ou a zero, não percebo bem), preocupada com os dias de movimento que se aproximam cada dia mais rápido. O meu eterno problema de insegurança e de falta de confiança em mim. Ontem já limpei a fundo uma parte da casa. Despachei peças de mobiliário excedentes para o primeiro andar para poder tornar as salas cá de baixo mais espaçosas. Ainda me falta a limpeza dos quartos que vai ser feita hoje...
Tenho uma ocupação de dezasseis pessoas na véspera de Natal, quinze no almoço de Dia de Natal e vinte e quatro no jantar de Dia de Natal. Para além de as crianças estarem em casa e terem de pequeno-almoçar, almoçar, lanchar e jantar...apetecia-me, nestes dias, que elas tivessem um botão on/off. Assim punha-as "fora de jogo" e podia fazer dos meus dias maratonas de vinte e quatro horas para que tudo estivesse perfeito.
Marquei o meu cabeleireiro para as 08:30 da véspera de Natal...espero conseguir ir.
Ainda tenho embrulhos para fazer/decorar, as etiquetas dos presentes para pensar, fazer e escrever, argolas de guardanapo para fazer...o que parecia adiantado está a atrasar-se...hoje ao final do dia vou para o supermercado...programa que "adoro"...comprar tudo o que é preciso para amanhã me enfiar na cozinha desde manhã bem cedo até cair para o lado.
Preciso de incentivos...ou duns speeds...para aguentar os dias que aí vêm!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natal # [14]


...e estou tão triste!

Solstício de Inverno

Imagem trazida daqui

Começou hoje. O Inverno.

Começaram hoje. Os dias a crescer.

Estamos a caminho de dias maiores!

Hip hip hip...Hurra!!!

Bucholz, O Fim


Sou apaixonada por livros. Lombadas alinhadas, empilhadas, capas direitas e sem vincos, páginas nunca dobradas nos cantos, o cheiro que exalam quando se abrem pela primeira vez. Sendo apaixonada por livros, sou também apaixonada por livrarias e é com o estômago revolto que vejo livros a serem vendidos em grandes superfícies, tendo por vizinhos as rações para animais e os produtos sazonais. Que a cultura deve chegar a todos, não o discuto, mas que chegue a todos em sede própria não se fazendo dela mais um exemplo a encaixar no dito "Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé".

No sítio onde resido existe apenas uma livraria. Até há pouco tempo atrás, era um espaço pouco convidativo, escuro e desarrumado onde os livros se baralhavam uns nos outros como se de fios de lã se tratasse, sendo quase impossível encontrar alguma coisa no meio daquela desorganização/escuridão. Foi renovada, reorganizada, mas continua a ser um espaço quase sempre vazio de clientela.

Em Lisboa, quando trabalhava fora de casa, havia duas livrarias que visitava quase diariamente pela proximidade do meu local de trabalho - a do Diário de Notícias, na Avenida da Liberdade e a Bucholz na Duque de Palmela. Espaços de características diferentes mas onde se passava a hora de almoço desfolhando novidades, acariciando livros. A Bucholz era um espaço quase mágico, com uma envolvência de "casa". As madeiras, a escada, os degraus que rangiam, os sofás, o piso da música. Quando ali entrava sentia que podia parar o tempo. No último sábado, este espaço cultural encerrou as portas.

Não sei se se poderão ou deverão atribuir culpas a alguém sobre a forma como é (des)tratada a cultura no nosso país. Faz-me pena ver que estes espaços que deveriam ser apoiados e mantidos como pontos obrigatórios e carismáticos de uma capital europeia se deixam afundar nas redes das dificuldades financeiras, da falta de dinheiro para sobreviver. Não são só as Famílias que vivem em dificuldades e no limiar da pobreza (encapotada). Também estes espaços, feitos de muitas mais páginas do que aquelas que têm venda garantida e êxito imediato se tentam manter na sua dignidade até ao dia em que já não conseguem mais disfarçar a dificuldade da sobrevivência. Inquieta-me saber que o nosso ensino não conduz pessoas ao gosto pelas artes, pela escrita, pela música. Preocupa-me constatar que as leituras são consideradas "seca" e que se algum dia se ganha esse gosto estranho por ter entre as mãos um monte de páginas dactilografadas em vez de um teclado de computador, talvez esse dia já venha numa idade em que muito já se deixou para trás e se perdem leituras que nunca virão a ser feitas.

Como em maior parte das coisas que me incomodam, também para esta não tenho solução. Sei que é urgente repensar a escola e as coisas da cultura em Portugal, sob pena de em poucas décadas perdermos toda uma tradição de pensamento, de reflexão e de luz que já foram característica do povo (pequenino) português.

domingo, 20 de dezembro de 2009

De Natal, as Memórias



Forço-me a recordar. Disseste-me que não posso deixar morrer as minhas memórias, as minhas recordações, por muito longínquas que elas me surjam. Disseste-me que tenho de as chamar, de falar sobre elas e trazê-las para o presente. O que é cada um de nós se perder as suas memórias, as suas recordações? Um ser feito só de presente, de mediatismo. Penso em ti neste momento e nesta nossa conversa e faço um esforço. Quero que as minhas memórias de Natal venham ter comigo, se mostrem e me confortem um pouco, me desfaçam a sensação estranha de vazio que se apoderou de mim. Já uma vez fui admoestada pela minha falta de espírito natalício, mas como poderei eu viver em euforia se não consigo desligar a minha parte racional. Os gastos desmesurados desta época do ano, o consumo sem fim de tudo o que é necessário e de muito mais. Não consigo deixar de pensar que o Natal não é suposto ser isto. Adiante. Procuro-as. Encontro-as bem empoeiradas no fundo da minha memória. Desfocadas. Coloridas por enfeites que se faziam em casa com papel metálico de duas faces e duas cores. Perfumadas com cheiros de cozinhas onde todos os fritos característicos da época se acumulavam em travessas. Embaciadas por dificuldades. Embrulhadas em papel que oferecia pijamas, meias, cuecas. Ensombradas por reuniões familiares onde faltava sempre alguém. Na noite da Consoada, no almoço de Dia de Natal. Deve ser por causa destas memórias ensombradas que não consigo "vestir" o espírito de Natal que tanta gente sente (ou diz sentir) e apregoa aos quatro ventos. Sinceramente, hoje, o que queria era poder voar para bem longe daqui. Afastar-me deste pseudo-espírito natalício e deixar-me ficar, longe. À espera que boas recordações voltassem.

Os Meninos, (Jesus e os outros)

Post inspirado neste

Ainda submersa no torpor do sono ouço-te acordar. Primeiro o barulho do teu corpo a mexer-se nos lençóis, depois os teus pés, pequeninos, a tocar no chão e a dirigirem-se para a casa de banho. Ouço-te mas não abro os olhos, não me mexo sequer. Os teus pés pequeninos, outra vez. Agora vêm na direcção do meu quarto, ouço-te entrar, pressinto-te a aproximares-te do meu lado da cama. Ouço-te mas não abro os olhos, não me mexo sequer. Aproximas-te, dás-me um beijo, sussuras-me ao ouvido "Só faltam quatro dias para o Natal." Ouço-te mas não abro os olhos, não me mexo sequer. Abandonas o meu lado da cama, o meu quarto. Voltas para o teu. Para a tua cama, para os teus lençóis. Vais adormecer outra vez e quando acordares vais voltar a dizer-me quantos dias faltam. Alheio ao significado primeiro do Natal. Alheio à razão pela qual se instituíu oferecer presentes a familiares e amigos na noite de 24 ou na manhã de 25. Suponho que esta seja uma falha a apontar na educação que te transmito. Como poderás saber todas estas coisas se nunca te falei sobre elas? Se nem sequer te ofereci o primeiro passo para que desvendes as histórias por trás do Natal. O baptismo. Falhei-te este passo. A ti e aos outros. Considerei ser mais acertado oferecer-te, a ti e aos outros, a capacidade de decisão, a vontade de saber, de conhecer e de seguir. Ouço-te na contagem decrescente para um dia que será de alegria, de festa, de reunião de Família e finalmente de presentes. Ouço-te e sinto a vontade de te sentar perto de mim e de te contar a história do Menino que há milhares de anos nasceu e transformou o dia do seu nascimento num dia de alegria e festa para todos os meninos do Mundo, para sempre.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal # [13]

Eu e a minha Máquina,
Agora mesmo,

Natal # [12]

Os meus pés
no Natal de 2007
Explicação sobre a fotografia que está agora no meu perfil - quando chega a meia noite de dia 24, toda a Família tem de entregar um dos seus sapatos/ténis/botas para ir marcar o local onde serão postos os presentes. Até ao próximo dia 25, será esta a minha imagem de apresentação, um pé calçado e outro descalço à espera dos presentes!

Já está. Já cá está!
Esta edição especialíssima da Nós do i. Um grande e maravilhoso presente de Natal. Pela capa. Pelo grafismo. Pelos autores seleccionados. Pelos textos que nos oferecem. Para ir lendo e aprendendo, como diz o MEC, porque para se escrever é preciso ler. Ler muito e bom.

Natal # [11]

Eu e a minha Máquina,

Ontem

Ontem dedicámo-nos aos embrulhos. Estão tão giros os nossos presentes de Natal! Até faz pena pensar que tudo será transformado numa grande bola de papel que irá engrossar o já de si grande volume do nosso saco dedicado ao papel... Agora tenho de pensar nos cartões para juntar aos presentes. No último Natal fi-los também em papel pardo e ráfia. Este ano não queria repetir-me. Já pensei em fazer os cartões com páginas do catálogo do CCB, com páginas de um livro de bolso do José Luís Peixoto do qual tenho dois exemplares, aproveitando uns postais que me foram oferecidos pelo Instituto do Ambiente (mesmo a propósito...Cimeira de Copenhaga, postais dedicados ao clima e às alterações climáticas...), mas não consigo decidir-me. Também os posso fazer com papel de jornal...tenho por aí tantos guardados...eu e a minha mania de guardar tudo...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Oh p'ra Mim Famosa!!!!

Fomos buscar o Martim à Escola e aproveitámos para ir ao supermercado comprar 1/2 dúzia de coisas em falta na despensa.

Estávamos nós numa hesitação do que trazer para fazer pizza para o jantar (hoje é o último dia de aulas, o primeiro de férias e eu cedi a fazer um jantar tipo "fast food" com direito a Coca-Cola e tudo!) quando notei o olhar de uma senhora que passava por nós. Como já não é a primeira vez que me confundem com uma determinada "socielité", não liguei e segui para os frios em busca do Mozarella. Eis senão quando ouço uma voz:

- Desculpe, chama-se Vera?
- Sim...porquê? (eu espantada, mas pensando que se tratava de uma Mãe da nova turma/escola do Martim...)
- Eu leio o seu blogue todos os dias e gosto muito.
- Ah, obrigada (eu a sentir-me a corar, eu cheia de vontade de rir de contentamento!)

Despedi-me da minha "admiradora" e fui a correr contar aos descendentes. Ficaram todos excitados. Todos contentes "Mãe, és Famosa!!! Quem é a Senhora?".
Incrível. Fiquei tão excitada quanto eles, acho eu. Nem me lembrei de perguntar o nome da leitora...

Peço desculpa! Adorei conhecê-la. Obrigada por ter falado comigo.

Mudança Precisa-se # [1]

O Daqui te Vejo ameaçou-me de morte. Que mudar o nome do Vekiki lhe cheirava a falência fraudulenta. Pensando bem, para quê mudar o nome? Se ele já me define na blogosfera há quase dois anos, se é por ele que sou conhecida por quem aqui vem...ganhou a sabedoria vinda das planícies alentejanas onde o espaço é maior e os dias mais calmos. Que continue Vekiki. Que volte a inspiração de dias idos. Que continuem a vir os Amigos habituais e que cheguem novos que se sintam bem por cá. Que não se acanhem os comentadores e estabeleçam entre si novas amizades e visitas, porque como alguém disse um dia, eu tenho o condão de juntar pessoas.

De Natal e De Mim

Hoje começam as férias de Natal. Final do 1º período escolar. As primeiras notas do ano. Uma semana de grande excitação e de muito trabalho vai iniciar-se. Não estou nervosa, nem ansiosa. Gosto das férias de Natal, da sensação de poder ficar em casa sossegada sem ter de sair e entrar 550 vezes por dia para ir pôr e buscar aqui, ali e acolá. Estou estranhamente calma tendo em conta que há ainda tanto para preparar. Ainda nem fiz a minha wishing list, mas também ainda ninguém perguntou por ela. A vida é demasiadamente preenchida e cheia de preocupações para que a minha wishing list caiba nela. Deve ser isso e portanto não devo entristecer-me. Já não me entristeço. Sigo em frente. Há dias em que a força anímica é maior do que noutros, mas mostrar fraqueza é algo que não cabe em mim. Toca a arrumar, a demolhar bacalhau, a temperar perú, a inventariar a ementa de doces. Toca a embrulhar presentes, a pensar pequenos apontamentos de decoração para as mesas onde as Famílias se reunirão em refeições alternadas...
Onde vou buscar tanta energia e força? Não sei bem. Talvez à simples evidência de ser Mulher.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

V de Verinha

Há 44 anos, na minha Família, fui a primeira criança. Segundo dizem fui mimada por Avós dum lado e doutro e pelo único Tio que tive, meu Padrinho, como mandava a tradição na altura. Para uns era a Vera, para outros (incluindo eu própria) a Vekiki, para o lado paterno da minha Família, a Verinha. Foi assim que sempre fui tratada pelos meus Avós Paternos, mesmo quando de inha já não tinha nada, quando já nem quase me lembrava do meu nome e pensava que tinha sido rebaptizada com o substantivo Mãe, que também é um adjectivo já que indica a minha qualidade de ser. Foi assim que o meu Tio/Padrinho sempre me tratou, até se despedir...
Hoje, foi com emoção que recordei este tratamento quando o ouvi da boca da minha Tia, a única que ainda me faz grande um nome que sem diminutivo é tão pequeno!

Natal # [10]


Eu e a minha Máquina,
Agora mesmo
Mais um presente.
Todo feito à mão por uma "Avó" da Escola do Mateus. Fiquei tão contente. Gosto tanto destas coisas e fico tão sensível quando me aparecem estas ofertas.
Obrigada Avó Luísa.

Hoje


"Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam é problema deles.", Osho

Natal # [9]


Eu e a minha Máquina,

Agora mesmo

Recebi hoje este presente.

De uma Mãe e duas Filhas, daquelas a quem chamo Amiga e Sobrinhas.

Tão querido!

Obrigada :-)

Insensibilidade (ou Sono Pesado?)

Tenho quase a certeza que já escrevi que a minha Avó Materna tinha imenso medo de tremores de terra. E de trovoadas. Quando o tempo aquecia de repente, lá ficava ela em pânico que a terra decidisse abanar.

Depois do frio que nos fez andar a bater os dentes e a enchermo-nos de camisolinhas e camisolonas, ontem ao final do dia estava mais quente fora de casa do que dentro. Estranhámos e comentámos. Verdade seja dita que catástrofes naturais não cabem dentro dos meus pensamentos...

Esta manhã, quando nas minhas rotinas matinais, liguei o rádio da cozinha e ouvi as notícias, fiquei a saber que a terra tinha estremecido durante a noite e que o tinha feito com alguma violência.

- Álvaro, houve um tremor de terra esta noite...não dei por nada!

- A sério? Se não me dissesses isso não me iria lembrar, mas acordei durante a noite com a sensação de que tinha tido um sonho em que tudo à minha volta estava a abanar.

OK. Eu quando me deito e adormeço durmo até de manhã. Não há abanão de terra que me acorde!

Quando a Catarina se levantou disse-lhe. Ela sentiu-o! Ainda estava acordada e sentiu a cama toda a abanar e grande barulho. Até me enviou um sms a perguntar "Isto é um tremor de terra?". Claro que não lhe respondi. Eu dormia profundamente, o telefone recarregava baterias para um novo dia na bancada da cozinha.

Enfim...mais uma emoção forte que perdi!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Natal # [8]

Estou, ou melhor, estamos na fase dos embrulhos. Cada Natal obriga a mais imaginação, a novas formas de pôr a mesa, de decorar a casa, de embrulhar os presentes. Todos iguais, pois claro! Mantivemos a opção do papel pardo para base do embrulho e decidimos dar utilidade a muitas revistas que durante o ano se acumulam. Resultado, embrulhos em papel pardo decorado com recortes de revistas, mais ou menos personalizados consoante os gostos e personalidades do presenteado. (Sem fitas ou laçarotes).Trabalheira, dizem vocês! Diversão, dizemos nós!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mail que Deu um Post...Despenteado


Decidi aproveitar a vida com mais intensidade...

O mundo é louco, definitivamente louco...

O que é bom, engorda.
O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o rosto, enruga.
E o que é realmente bom nesta vida, despenteia...

- Fazer amor - despenteia;
- Nadar - despenteia;
- Pular - despenteia;
- Tirar a roupa - despenteia;
- Brincar - despenteia;
- Dançar - despenteia;
- Dormir - despenteia;
- Beijar com ardor - despenteia;

É a lei da vida:
Vai estar sempre mais despenteada aquela que decide andar na montanha russa, que aquela que decide não subir.

Por isso, a minha recomendação :

Entrega-te, come coisas gostosas, beija, abraça, dança, apaixona-te, relaxa, viaja, salta, dorme tarde, acorda cedo, corre, voa, canta, arranja-te para ficares linda, arranja-te para ficares confortável, admira a paisagem, aproveita, e acima de tudo:


Deixa a vida despentear-te!!!!

O pior que pode acontecer é que precises de te pentear de novo...

Eu...Cebola!


Cebola. É como me sinto. Várias camadas de roupa vestidas. Visto o casaco de ir à rua e quase não me consigo mexer...
Mesmo assim, disfarçada de cebola, tenho frio.
Está tanto frio que até os miolos congelam.
Deve ser por isso que anda tudo tão paradinho pelas bandas dos blogues.

Improviso



Decidi que hoje iria dedicar o dia a uma tarefa.
O Sol está a deixar-se engolir pelo cinzento das nuvens, a deixar-se arrefecer pelo frio que gela lá fora. Sentei-me concentrada nas palavras que outros ecreveram e publicaram hoje, ontem, nos últimos dias.
A tarefa que me propus para hoje continua em stand by, que é como quem diz ...
Há jazz no éter e eu, embalada que estou por ele, arrisco-me a esquecer.
Quem sou eu.
O que se espera de mim.
Quem espera por mim.

Natal # [7]

Eu e a minha Máquina,

Agora mesmo...

Ela avisou-me ontem. Que ia chegar o postal de Natal e que ia ser um postal para nos pôr a rir, ela assim o esperava.

Assim que abri a caixa do correio dei de caras com um envelope a lembrar as manchas de uma vaca. Sorri imediatamente! Lá de dentro saíu o que aqui está à vista de todos. A mensagem manuscrita tem o carácter de "private joke", mas uma private joke que nos faz rir simultaneamente. Nós aqui, Ela lá!

Obrigada!!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mudança, precisa-se!!!

Este blogue vai mudar de nome.
Não sei bem como lhe vou chamar...
Mudei-lhe o cabeçalho mas não sei se é assim que vai ficar...
Se quiserem ser úteis e dar ideias, agradeço.

Sobre o Ensino

Vale a pena ver com atenção.

Life

Starts
Ends
That's what life is made off
And we fight
we cry
we smile
we beg for a hug
Trying to carry on
The life...

Frio&Sensibilidade à Flor da Pele


Hoje oiço a Antena 2.
Está imenso frio e sinto necessidade interior de calma.
A Antena 2 é boa para transmitir a calma de que preciso hoje.
Sinto-me sensível.
Eu.
Os meus Filhos.
Os dias que vêm.
O futuro.
Queria saber-nos felizes no futuro.
Queria alinhar palavras para cada um deles.
Sinto-me sensível...

domingo, 13 de dezembro de 2009

As Leituras Pontuais

O que é que me sabe melhor ao fim-de-semana? Poder tomar o pequeno almoço sem correr e poder ficar sentada à mesa a desfolhar o jornal e a ler, anarquicamente, aqui e ali o que vários escreveram sobre vários temas. Como nem sempre consigo esta pausa no tempo familiar, os jornais vão ficando na sala, dumas semanas para as outras, pacificamente, à espera que eu tenha tempo para eles. O que lhes faço? Bem, isso daria a enumeração de outra mania. Eu gosto de guardar coisas. O que me toca, o que me faz recordar algo. Folhas de jornal por um artigo bom, guardanapos de restaurante onde fui e me soube bem estar, bocados de embrulhos de presentes oferecidos por pessoas especiais...é dramático, porque arrumar tanta recordação exige espaço e método de arrumação que nem sempre tenho. Hoje, a minha leitura levou-me a Umberto Eco e às suas palavras sobre a importância das listas. Levou-me quase à inveja quando fala de uma biblioteca com cerca de 50.000 exemplares de livros, que conhece, que não tem catalogados porque é fascinante saber onde encontrar o que se procura em cada momento da vida. Levou-me à certeza de que há muito no Mundo para conhecer, com quem aprender. E fez-me feliz.

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