Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Fim Último da Vida não é a Excelência, mas sim a Felicidade!



Eu e a minha Máquina,
Agosto
Alentejo, 2008

Este texto foi-me enviado por mail pela Belita.
Não resisti à tentação de o postar aqui.

"Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que "o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"

Citroen Dyane

Daqui

Dantes o meu carro não era "fashion". Não tinha sete lugares nem air bags. Os bancos eram de napa e de vez em quando aconteciam coisas estranhas como uma porta que caía em plena Avenida da Igreja, frente ao Carcassone, ou a manete das mudanças (de bengala) que saía do sítio e eu ficava espantada a olhar para ela na minha mão. Nesta época, os saudosos anos 80, eu ainda nem conduzia regularmente. Tinha medo. Não tinha confiança em mim e achava que se deixasse o carro ir abaixo e desatassem a apitar-me eu não ia ser capaz de conduzir nunca mais. O carro que nos transportava era uma Dyane. A porta do lado do pendura estava já tão velha que caía ao chão se não tínhamos cuidado. Lembro-me de uma vez, numa bicha interminável para o barco de Tróia, termos tirado as portas e termos andado a passear com elas ao colo fingindo abrir as janelas para arejar o calor que se fazia sentir. Doutra vez, a descer a Alameda demos um toque no carro da frente. Que não sofreu nem uma beliscadura. O dono fez um escarcéu. A nossa Dyane estava amolgada. Com uma pancadinha por dentro, a chapa voltou ao sítio e deixámos lá o outro senhor a gritar. Mas tínhamos um tecto de lona que se abria! Saíamos de S. Pedro do Estoril de tecto aberto, cheios de calor, e quando chegavamos ao Guincho tínhamos de o fechar senão ele voava!
Há momentos que nunca voltam e que raramente lembramos. Até que, de repente, vem um fotógrafo e tira uma fotografia destas. A memória desata a rebobinar informação e as palavras acontecem!

De Novo no Exterior


Hoje não há sol em Cascais.
O dia acordou cinzento e ventoso.
Das calças frescas e das blusas sem mangas, voltei à ganga e ao casaco.
Esta será uma manhã estudantil/cultural.
De máquina fotográfica, a acompanhar uma visita de estudo à Casa das Histórias.
No regresso a casa, tratar dos presentes de Dia da Mãe das Amigas! Embrulhar.
E, até já :-)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fez-se Luz!!!


Está reposta a normalidade.
Há coisas para as quais um Homem em casa
faz mesmo falta!

An Outside Day [Peripécias, Amizade]


Foi ontem à hora de jantar. A luz foi-se.
Esta casa tem mais do que uma fase (palavras que não são minhas e que, como tal, não sei explicar muito bem, em termos eléctricos, o que querem dizer), o que significa que ficamos com luz numas partes da casa e noutras não. Acontece, de vez em quando. Não me preocupei, portanto.
Os dias são mais longos e a luz natural auxiliada por umas pequeninas velas individuais colocadas em cada lugar da mesa acabou por chegar para dar o jantar às crianças. Na mesa da casa-de-jantar, um dos locais da casa que fica sem corrente.
O nosso jantar foi tardio. Acabámos por jantar já sentados no sofá, em frente à televisão. Um dos locais da casa que mantém a corrente. Na cozinha, só uma das tomadas fica a funcionar. Foi para lá que se mudou a máquina do pão durante a noite.
De manhã ainda não havia luz. Toca de tirar a máquina do pão e a pôr lá a do café. Pequeno almoço, rua.
Ao chegar à Fisioterapia dou com um anúncio - "Cadela Fox-terrier, desaparecida....". Olho para os números de  contacto. De uma Amiga. Uma Amiga daquelas que tem direito a esse estatuto há mais de 20 anos. Mensagem para lá, telefonema para cá, a cadela já tinha sido devolvida ontem à noite. Havia que tirar todos os papéis de vidros de lojas. A minha Amiga está sem carro. "Bute lá", levo-te!
Retirámos tudo. Voltámos à casa sem luz onde a Catarina nos esperava, ansiosa por um almoço a três, fora de casa.
E pronto, a partir daqui, deixo à vossa imaginação todos os pormenores de uma tarde de três mulheres. Almoço. Conversas. Entra e sai de loja. Mexe e volta a arrumar.
Um dia em cheio, em que a única tomada de casa que poderia ter sido utilizada teria sido precisamente aquela onde se liga o ferro de engomar!

PS - se a blogger consegue postar alguma coisa, é só porque, por mero acaso, tem uma pen de Internet :-)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

N U D E Z


«Onde há quem tenha a pele tenho a memória, sepultura
nenhuma atingirá profundidade igual à desta
nudez com quem a pele sempre tem sido hospitaleira.»
Luís Miguel Nava,
Poesia Completa,
1979-1994,
Publicações D. Quixote

Há Bocado...

Daqui

...ia falar de Felicidade e não falei.
Mas porque não falar da felicidade?
Conceito. Palavra. Estado. Sentimento.
De que é feita?
Como se inscreve no ser de cada um de nós?
Que outro conceito, palavra, estado ou sentimento, a fazem rebentar, sair de nós?
Hoje senti-a.
Nasceu em mim pela razão mais banal.
E permaneceu.
E durante momentos sei que fui realmente feliz...
Daqui

As pedras da minha calçada estão gastas.
Algumas já entortadas pelo cansaço de ser pisadas a toda a hora.
Algumas já soltas do chão onde foram alinhadas.
As pedras da minha calçada sabem de cor os meus pesares.
Os amores que me perderam.
Os amores que me venceram.
Nas pedras da minha calçada já perdi a vergonha de ser.
Mais um.
Que dorme, que come, que sofre e quase morre.
As pedras da minha calçada encaminham-me os passos.
Não atento nelas o olhar. Sei-as de cor e elas a mim.
Não temo o acidentado do pisar. Sei de cor onde as pisar.
Sem magoar.
As pedras da minha calçada fazem parte de mim...

Calcorreando


Em 1946 era assim o local por onde passei hoje toda a manhã.
Durante horas entrei e saí de lojas carregadas de bijuteria, de peças avulso, de roupa indiana, de lenços e echarpes, de molas para o cabelo, de tudo e mais alguma coisa.
Sim, estive noutro dos meus elementos!

terça-feira, 27 de abril de 2010

A Minha Eterna Questão


Quando eu ainda não tinha passado a barreira das três para as quatro décadas de vida fui avisada que deveria abrandar o meu ritmo de trabalho doméstico, deveria não ser tão exigente e perfeccionista comigo mesma, sob pena de chegar o dia em que não conseguiria manter o nível a que estava a habituar os que comigo vivem.
Ultimamente e recorrentemente penso neste aviso. Ajuizado e próprio de quem já passou uma barreira de idade, que sabe como vai sendo, ano após ano,
Considero-me uma pessoa organizada  e metódica e, assim sendo, preocupa-me que actualmente o nível de trabalho doméstico, que me acaba por isolar de coisas que me dão prazer, pareça aumentar de dia para dia.
Ninguém me tira da cabeça que a unidade tempo tem de ser revista. Pode parecer disparatado, mas não é só minha a sensação de que os dias cada vez mais rendem menos.
Ou é? :-(

Final de Tarde Perfeito




Calor.
Companhia agradável.
Obrigada F.
Lanche feito de gelado.
Santini.
Sempre!!!

O Acontecimento do Dia

Eu e a Minha Máquina,
Agora Mesmo!

A nossa casa é uma casa de Família. Sem dúvida nenhuma!
Somos seis. Um Pai, uma Mãe, quatro Filhos.
Na cozinha, a fazer-me companhia diariamente temos três periquitos. Barulhentos, porcalhões, mas companheiros.
No quintal temos dois cães. A Rebeca e o Bethoven. São irmãos, filhos de uma outra cadela que já habitou este espaço, mas que cansada da maternidade fugiu de casa e nunca mais ninguém a viu. Nem os filhos que nos deixou, nem nós que gostavamos tanto dela. Por razões de "private joke", chamava-se Bibá.
A Rebeca e o Bethoven são "a menina dos olhos" do Martim. Não pode viver sem eles, rebola-se com eles no chão do quintal, deixa que lhe saltem para cima, que o lambam, que o sujem todo.
Esta noite, serena e discretamente, a Rebeca aumentou a densidade populacional do nosso jardim/quintal. Ao abrir a janela de manhã, ouvi os gemidos de bébés a aconchegarem-se às maminhas da Mãe.
São lindos!!! Todos parecidos com o Pai, todos aninhados a ela, num canteiro, camuflados pela folhagem da hera que nos separa das casas vizinhas.
Aos poucos irei publicando a evolução dos novos bébés. Daqui a dois meses vamos precisar de Pais adoptivos e carinhosos para eles!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Blogue/Tamagoshi


Foi fraco este mês de Abril.
Em posts, em ideias para posts.
Os meus Contos de Graça ainda não têm a palavra escolhida para o mês de Abril e apenas quatro dias me separam do último dia do mês.
Acho que as mini-férias da Páscoa me abalaram o ritmo. Não, não acho, tenho a certeza. A moleza de dias algarvios não resultou num recomeço em força, mas sim num recomeço custoso!
O blogue ressentiu-se, porque o blogue é o meu Tamagoshi. Precisa que o alimentem, que cuidem dele, para que continue a viver com muita saúde e dinamismo. Tenho a certeza de que se ele fosse mesmo como os Tamagoshis, teria falecido durante este mês quatro...
Também é verdade que agora alimento dois blogues e a tarefa não é fácil.
Preciso de me concentrar para escrever com sentido no meu.
Preciso de recolher informação e imagens para escrever com alguma qualidade no que não é meu...
É difícil esta vida de blogger.

Mother's Day


Aproxima-se o Dia da Mãe.
Em 2009 presenteei as Mães de quem mais gosto e com as quais mais me dou com um pequenino vaso e um pacote de sementes. Girassóis foram uma das flores que ofereci.
Começo a pensar no que lhes vou oferecer este ano.
Quero descobrir algo que as surpreenda e que possam guardar para sempre.
Estou a pensar...

Está calor.
Sento-me no fresco da pedra, à sombra do fresco do verde.
Planeio mentalmente dias que se aproximam.
Aniversários, presentes, festa de anos, convites e convidados, preparativos.
Adoro os dias que antecedem as festas de aniversário dos "pequenos". A excitação deles a contar dias, a fazer listas de amigos, a pensar nO presente que vão pedir. A minha excitação a escolher guardanapos coloridos, petiscos infantis e uma série de outros pormenores.
Mais um ciclo que se fecha.
Mais um ano que se viveu.
Isso é Bom :-)

Recordações


Esta estação de comboio bem como as ruas que a rodeiam estão em obras. Há já um tempo...
Hoje de manhã, quando por lá passei, a gare estava cheia de pessoas! Tantas, mas tantas, como eu já não via há muito tempo.
Soube, depois, que a CP tinha posto a circular autocarros como transporte alternativo e que a Marginal estava também cheia de pessoas, à espera.
Vieram-me à memória os meus dias de adolescente. Quando chegava a altura de deixar Lisboa e vir para a Linha e não nos apetecia vir de comboio, íamos até ao Campo Grande onde apanhavamos o Praia Mar Expresso. Mais tarde, já a viver aqui, quando havia greve de comboios, era também o Praia Mar que me transportava.
Hoje, aliada à saudade da Primavera lisboeta chegou a saudade das viagens de autocarro, Lisboa-S.Pedro do Estoril!
Da Net

O Verão é a minha estação preferida. Pelo calor que traz consigo, pelos dias grandes e luminosos, pela época balnear e as crianças em casa.
Porém, hoje, quando saí à rua, deu-me um prazer imenso respirar o ar a Primavera. Deu-me a saudade da Primavera em Lisboa, da Alameda onde vivi. Havia um cheiro especial no ar quando as árvores da Alameda deixavam de se mostrar despidas pelo Inverno e ficavam cobertas de folhas verdes.
Gosto da proximidade do mar, do cheiro que se sente quando a maré está demasiado vaza, mas o cheiro da Primavera em Lisboa...é diferente, é muito bom.

domingo, 25 de abril de 2010

Semana de Greves Variadas

Acabei de ouvir nas notícias. São várias as greves que estão anunciadas para a semana que amanhã se inicia. Comboios, barcos, correios, geral...
Pelo sim pelo não, acho melhor que quem possa meta férias.
A semana não vai ser fácil.
Antecedendo o Dia do Trabalhador, são os trabalhadores em paralisação...

Final de Domingo

O dia amanheceu inteiro e limpo.
Saí de manhã à rua, na procura das flores vermelhas que a minha jarra vazia exigia ostentar no dia de hoje. Embora pequenos e praticamente inodoros, lá os encontrei, em pequenos molhos de oito, a um preço algo inflaccionado. Trouxe-os, orgulhosamente.
Costuma ser este o dia em que iniciamos a época dos caracóis. Hoje fez-se a excepção.
Houve almoço familiar. Avós, Pais,Tios, Sobrinhos e Filhos.
Houve risos. Houve música e cantorias.
Lá fora o Sol a brilhar. Um dia inicial inteiro e limpo.
Um domingo que foi feriado.
Um domingo especial que chega ao fim.

25 de A B R I L


Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.“
Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Livro Gigante


Com o intuito de criar a maior história viva de sempre, a Bertrand da Rua Garret, no Chiado, disponibiliza um livro gigante (2 x 2,5 metros) convidando os portugueses a escrever uma frase da sua autoria ou vendo apenas a frase anterior. Esta é uma acção inspirada no ‘Cádaver Esquisito’ um jogo criado pelos surrealistas em que cada interveniente contribui para a construção de uma história mas, que ninguém sabe como vai terminar.
A história é iniciada às 10h pelo escritor Francisco José Viegas e tem o ponto final às 19h00, sendo que ao longo do dia mais autores vão contribuir para esta história, como é o caso de Mónica Marques e Afonso Cruz (ambos autores da Quetzal).
A todos os que participarem nesta história, a Bertrand vai oferecer um vale com 10% desconto na compra de qualquer livro nas Livrarias Bertrand até ao dia 25 de Abril.»

Ouvi a notícia na Marginal. Sms à Catarina para ela passar por lá. Sms da Catarina "oh isto é um placard no meio da rua, não tem seguimento nenhum...". Que pena! Pensei que era uma acção bem engraçada e que poderia resultar numa coisa gira...

amar sentir


A minha Agenda.
Oferecida pela minha Filha.
Decorada com palavras recortadas
 de um saco de papel.

amar
sentir

porque sim.

Dedos Manchados de Tinta


Fui obrigada a pensar para trás, para publicar no Livros de Graça o meu testemunho sobre o 25 de Abril. A escassez de memórias de infância é trágica. Não sei se existirá um significado psicanalítico para isto, mas o que é verdade é que só com muito esforço consigo andar para trás no tempo e chegar à infância. Depois, quando lá chego, encontro imagens desligadas entre si. Lembro-me de alturas muito díspares da minha vida não conseguindo encontrar o fio que as deveria unir umas às outras.
Mas se há memória presente em mim, a caneta de tinta permanente é uma delas. Tive uma Parker azul escura e com ela escrevia na sala de aula, principalmente em dias de prova. A prova que se fazia em papel de 25 linhas, azuis, com uma dobra na margem esquerda, onde a professora poria a classificação, a sua assinatura e as observações que considerasse dever fazer. A minha maneira de pegar na caneta nunca me causou calos em qualquer dos dedos da mão direita, mas ofereceu-me sempre uma mancha de tinta permanente no dedo do meio (o dedo da asneira, como diz o Mateus).
A evolução dos materiais acabou por impôr a esferográfica à tinta permanente. As manchas no dedo desapareceram. Mais tarde, já crescidinha, tive imensas canetas de tinta permanente, daquelas baratuchas, de várias cores, que eu carregava com cartuchos de tinta também de cores variadas.
Tenho saudades da minha Parker azul escura e do dedo manchado de tinta. Tenho saudades das provas da primária em papel de 25 linhas azuis. Tenho saudades da minha Professora, a D. Rosa. Tenho saudades dos dias dos quais não tenho memórias!

Repórter de Imagem em Trabalho de Exterior


E é com esta minha amiga dentro da mala que saio agora
Em reportagem fotográfica de evento teatral
Que se transformará em palavras no

Se alterações existem nos comportamentos e atitudes nos útlimos anos, são as que se relacionam com a preocupação ambiental as que mais se destacam. É quase estranho pensar que em muitos milhares de anos de existência do planeta Terra nunca houve preocupação em saber como o defender do vandalismo a que sucessivas populações o foram submetendo. Enebriados pelas riquezas naturais com que nos brindava nunca nos detivemos para pensar que a água poderia um dia escassear, o ar que respiramos poderia tornar-se menos puro se autorizassemos a destruição em massa de florestas e pequenos bosques, os animais que identificamos poderiam deixar de existir e tornar-se desconhecidos para as gerações que nos sucederiam.
É agradável notar que há cada vez mais pessoas preocupadas com a boa saúde do planeta, que são cada vez menos os que insistem em misturar todos os tipos de lixo, que são cada vez mais os que fecham a torneira no banho enquanto se ensaboam...
No Dia Mundial do Livro é bom que pensemos como é que o livro impacta no ambiente.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pedinchice...a ver se pega...#[2]


Já a minha Avó dizia "Tu pareces filha de cego..."
Bem, a verdade é que "quem não chora, não mama"!
Estes vêm já em Maio. Ao Coliseu. Sempre hão-de ser mais baratinhos os bilhetes e eu não me importo nada de ficar nas galerias. Sentada no chão, de "pernas à chinês", ou em pé a dançar. Juro, não sou esquisita!
Pronto. Está feita a pedinchice...

Post de Esclarecimento


Toda a gente sabe que hoje é Dia Mundial da Terra e não Dia Mundial do Livro!
A Terra comemora-se a 22. O Livro comemora-se a 23.
Eu, que sou uma pessoa muito atarefada, quis hoje publicar sobre o Livro, porque amanhã poderei não ter o tempo necessário para o fazer.
Hoje os posts sobre o Livro surgiram e eu não os quis agendar. Quis que eles viessem ter com a Terra e com ela partilhar o dia. Internacional. Que é dela.
Quis perceber até que ponto são atentos os que me leêm. Até que ponto são amigos ou gostam de ficar presos ao risinho "hi hi hi...ela enganou-se!!!". Não resultou! Ninguém disse nada. Nem que sim, nem que não. Só o Peninha! E disse no blog deles. Dos Cinco.
Amanhã, pode ser que me surja uma ideia boa para um post sobre o dia de hoje, o da Terra!

Dia Mundial do Livro # [2]

NÃO MUITA VEZ

Não muita vez nos vemos, mas, se poucos
amigos há para falar
dos quais me sirvo de relâmpagos, de todos
é ele o que melhor vai com a minha fome.

Os dedos com que me tocou
persistem sob a pele, onde a memória os move,
Tacteiam, impolutos. Tantas vezes
o suor os traz consigo da memória, que não tenho
na pele poro através
do qual eles não procurem
sair quando transpiro. A pele é o espelho da memória.
in Poesia Completa, 1979-1994
Publicações D. Quixote
(OBRIGATÓRIO TER&LER)

Dia Mundial do Livro # [1]

AINDA ÀS VEZES

Avanço devagar, vão-se os amigos na ressaca
de cujo amor avanço assim deixando
ficar contudo aos poucos para trás, embora o mar
lhes sobre ainda às vezes do sorriso.

Procuro esses amigos. É possível
atar-lhes o horizonte entre o cabelo e acariciá-los
ainda uma vez mais. Fazer-lhes através
das mãos passar o sopro das pedreiras.
in Poesia Completa, 1979-1994,
Publicações D. Quixote
(OBRIGATÓRIO TER&LER)

Dia Mundial do Livro


Pudera ser eu feita de letras, sílabas e palavras.
Ironia das ironias,
eis-me dita por um nome de apenas quatro letras e duas sílabas,
eis-me designada por um vocábulo de três letras e uma sílaba.

Lombadas deitadas
Lombadas alinhadas
Lombadas empilhadas
São estas as imagens que tenho
Do objecto que facilmente me poderia caracterizar

o Livro

o meu companheiro da timidez da infância
da ânsia de conhecer mais da adolescência e juventude
da serenidade e da procura de rumo da idade adulta.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Grito de Alerta

"Um dia, o mais provável é tornares-te num chato, deixares de sair à noite e começares a levar-te demasiado a sério. Nesse dia, vais começar a vestir cinzento e beje, pedir para baixar o volume da música e deixar a tua guitarra a apanhar pó. Vais tornar-te politicamente correcto, socialmente evoluído, economicamente consciente.

Vais achar que tens de ir para onde toda a gente vai e assumir que tens de usar fato e gravata todos os dias. Nesse dia, vais deixar de beijar em público, as tuas viagens serão mais vezes no sofá e dormirás menos ao relento. É oficial. Vais entrar na idade do chinelo e deixar de ser quem foste até então. Vais deixar de te sentar ao colo dos amigos, e vais esquecer-te de como de faz um quantos-queres ou um barco de papel. Vais ficar nervosinho se não trocares de carro de quatro em quatro anos e desatinar se o hotel onde estiveres não te der toalhas para o teu macio e hidratado rosto.
 
Vais tornar-te muito crescido e começar a preocupar-te com tudo e com nada e a não fazer nada porque "vai-se andando" e a vida é mesmo assim. Vais dizer não mais vezes, vais ter mais medo, vais achar que não podes, que não deves, que tens vergonha. Vais ser mais triste.Nesse dia, o mais provável é que também deixes de beber refrigerantes.

Aqui fica uma ideia: quando esse dia chegar, não lhe fales."
Lido num Blogue Vizinho,
da nova campanha publicitária

Hoje dedico-me a coisas nunca vistas.
Sinto-me tentada a escrever sobre cidades onde nunca estive, sobre pessoas com quem nunca falei.
De cabeça no ar viajarei.
Pelo céu, que não há meio de se tornar azul,
Insistindo no seu tom acinzentado, fazendo lembrar cidades onde a claridade não é característica.
Caminharei por passeios que não se revestem da calçada que só nós temos mas que são infinitamente planos.
Tomarei as rédeas de um qualquer guiador de bicicleta e pedalarei.
Ao som e ritmo de uma música que só na minha cabeça ecoará, que só o meu coração sintará a batida.
Deixarei de ter um solo tratado e passarei à terra vermelha, à poeira das terras africanas.
Planas de calor, de seca, de gentes tão escandalosamente diferentes.
As minhas lágrimas de saudade secarão.
As minhas dores de dúvidas feitas infiltrar-se-ão na poeira dos caminhos.
O meu corpo cansado cairá por terra...

Rodrigo Leão # Happiness


Why don't you stay
I feel lucky today
Give me a chance
And I'll show you the way

I know someday you'll be mine
You will know too
It's a matter of time

Oh! Let me hold your hand
Please, let your heart beat again

You know I daydream of you
I'm so in love
It's too good to be true

You make me smile
As I look in your eyes
My heart is full
Like my very first time

It's like I was born again
I just can't say
How happy I am

Oh! Let me hold your hand
Please, let your heart beat again

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ser o Último

Julho 2009,
Monte Real

Quando chegou já tinha uma Família à espera. As roupas, o berço, as cadeirinhas e espreguiçadeiras, a banheira, já tinham a experiência da utilização de outros três bébés. O Pai e a Mãe já não se levantavam de imediato assim que ensaiava um choro e até já se davam ao luxo de o deixar chorar um bocado antes de irem verificar o que se passava.
Aos quinze dias de vida começou a acompanhar a Mãe em todos os precursos de entrega e recolha dos Manos, nas idas à natação.
Foi crescendo. A par e passo dos Manos.
Quando se tem um último Filho com dez anos de diferença do primeiro e mais dois pelo meio, não se tem tempo para grandes mordomias ao benjamim e rapidamente se exigem competências idênticas às dos mais velhos.
Por um lado, este desembaraço é bom.
Por outro pode ser complicado. Os Manos esquecem-se facilmente de que "aquele" é o mais novo e exigem-lhe comportamentos e atitudes comparáveis aos que os Pais lhes exigem a eles, mais crescidos. O nível de intransigência é maior...
Mas mais complicado ainda é a capacidade de conversação que assim que se adquire, não pára nunca mais.
Acabo de chegar de quase três horas de vai e vem. Escola-dentista-centro de Cascais-Av.25 de Abril-estrada marginal....a minha cabeça vem zonza. As vezes que tive de o mandar calar não têm conta. Outra vez que me enganei no caminho à conta da distracção causada por lhe ir a prestar atenção a ele...
Que saudades do tempo em que era um Bébé amoroso que me acompanhava caladinho!

A Morte da Criatividade


Mesa de Pequeno Almoço
Distribuição de Filhos
Camas
Limpeza
Arrumação
Cozinha
Sopa
Jantar
Estendal
Roupa
Tábua de Engomar
Roupa
(entre ontem e hoje, 16 Kg!!!)
Recolha de Filhos
F  i  l  h  o  s
Diversos
Jantar
e x a u s t ã o

B A N A L


Estou perdida
Iniciei a subida
Numa escada espiralada
Que me baralha emoções
Que me confunde sentimentos
Que me esvazia de certezas
Busco o caminho de saída
Quero descer
Encontrar-me com verdades que já foram
Retomá-las
e sossegar na banalidade
dos meus dias.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Curtas # [1], Desígnios



Ontem, ao jantar, disse que gostaria de fazer um retiro.
Hoje a televisão do meu escritório (leia-se cozinha) não funciona.
Será que é para me ir habituando à ausência de barulho e de conversa?

Bancos de Jardim


Gosto de bancos de jardim.
De madeira tratada, assente em ferro pintado de verde escuro.
De madeira ressequida pelo tempo, esbranquiçada, assente em ferro pintado de verde escuro.
Na Alameda lisboeta onde vivi havia-os de pedra. Com um feitio nas costas que me fazia lembrar, sempre que os olhava, pastilhas elásticas Chiclets.
Gosto de os ver vazios. Envoltos na pouca vegetação que vai sobrevivendo na cidade. São pontos evocativos da pausa. Do descanso. Da leitura.
Gosto de os ver ocupados. Sofá urbano de uma só pessoa. Sofá urbano de pares de pessoas. De mãos dadas ou braços sobre os ombros. Protegendo.
Gosto de os ver a velar carrinhos de bebés. Que dormem. Que chucham. Que descobrem as mãos e brincam com elas. Sob olhares atentos e de deleite de mães jovens para quem a aventura da maternidade está ainda a começar. Sob olhares atentos e de orgulho de avós que se maravilham com a beleza de uma maternidade repetida, mais calma, mais branda.
Gosto de os ver ocupados por idosos. Bengalas nas mãos, olhando quem passa, comparando interiormente o que viram e o que veêm, fazendo de tempos diferentes o presente do seu tempo.
Gosto de pensar que, um dia, vou ter tempo para me sentar num banco de jardim.

Nova Segunda Feira, Nova Semana


O meu blogue é uma espécie de uma terapia. Um espaço onde me sento e me esqueço.
Hoje esqueço o fim de semana e também o aspecto cinzento do céu.
Opto pelo amarelo solar, numa tentativa de dar cor e luz. A mim e ao dia, lá fora.
Sem querer preocupar quem me lê.
Querendo despreocupar-me a mim.
Há no post o amarelo luminoso da fotografia do Diário de Lisboa.
Há nas palavras não escritas, a sombra...

sábado, 17 de abril de 2010

Nós e a Revista Nós


Acaba hoje a colecção da revista Nós. Já estou triste. Desde que esta colecção começou, não falhei um número e apesar de nunca conseguir ter muito tempo para ler o jornal e acabar sempre por o ir lendo durante a semana, a revista nunca me escapa e vou acalentando a esperança de um dia chegar a ver o meu nome numa destas publicações. No blog do Pedro Rolo Duarte deixei um comentário a sugerir ao i que ofereça uma capa para guardar toda esta colecção. Não sei se todos os que, como eu, ficaram fãs desta revista, concordam com esta sugestão, mas se concordarem vão até lá. Vamos criar o lobby da capa da revista Nós. E quem sabe até, também, no FB.

Em Demonstração (Equipa Familiar)


Os clientes a quem a Catarina teve de vir hoje entregar a Bimby e fazer a demonstração de entrega, além de terem tido que nos ir buscar porque o nosso GPS começou a entrar em loop e a mandar-nos sempre ao mesmo lugar, tiveram a agradável (?) surpresa de ver entrar porta dentro, não uma Agente Bimby mas uma Agente Bimby e cinco acompanhantes. A Mãe e os três rapazes. Por sorte, um casal novo e simpático, com as tecnologias que permitem mantê-los ali sentadinhos, calmos e pacientes enquanto a Catarina desempenha o seu trabalho.
Eu, que estava preparada para ficar no carro durante uma hora à espera dela, trouxe o meu instrumento de trabalho e estou sentadinha na cozinha dos clientes a aproveitar o tempo. E é giro ver a minha Filha na sua vertente profissional.
A sopa está a ficar pronta!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Há Quem Não Saiba Quem É ...

Pedinchice...a ver se pega...[1]


Meus Queridos,
Minhas Queridas,

Amanhã vão ser postos à venda os bilhetes para o espectáculo deste rapazito, jeitoso por acaso!
Cada pessoa só vai poder comprar quatro bilhetes e pelo que estive a ver os mais baratinhos custam €35.
Vocês, que gostam tanto de mim, que me elogiam, que me deixam frases bonitas na caixa de comentários e no mail, podiam dar uma prova ainda maior desse carinho e comprar um bilhetinho para me levarem a este espectáculo.
Daqui a nada é Dia da Mãe, depois em Outubro são os meus anos...
As bilheteiras abrem amanhã às 10:00 e aposto que os bilhetes vão esgotar num instante.
Vá lá. Pensem nisto.
Vieira da Silva
Paris
S/ Data

O dia de hoje vai ser dedicado a um outro blogue. O da Biblioteca da ESFLG.
Já me rodeei de material para publicar uma série de posts subordinados às temáticas do 25 de Abril. Letras de canções dos poetas de Abril, poesia e excertos de textos, cartazes e notícias de jornais.
Vão até lá. Façam-se seguidores. Comentem e sugiram, porque é deste intercâmbio que se fazem os blogues.
Até já!!!!

Em Obras

A Escola do Mateus está em obras. Ao fim de muitos anos de espera, de pedidos dos Pais, de cartas e de reuniões das sucessivas Associações de Pais com as entidades autárquicas, começaram finalmente as obras de melhoramento do espaço envolvente e recreio.
O espaço está agora reduzido e delimitado por barreiras metálicas para proteger os meninos de qualquer perigo decorrente das obras.
Esta manhã, antes de tocar para a entrada às 09:00, um aluno foi avisar a Coordenadora da Escola de que um grupo de outros meninos estaria a retirar os parafusos das ditas barreiras metálicas. A Coordenadora mandou, de imediato, chamar os meninos (rapazes e raparigas!) em causa. Sentou-os no salão e deu início ao chamado "sermão". Terminado o sermão, ficou a saber que este grupo de pequenos Bob O Contrutor gostariam de passar um dia a trabalhar nas obras, tendo-lhes prometido que iria combinar isso para que durante um dia, com os devidos cuidados e protecções, eles possam trabalhar nas obras. De seguida pediu que devolvessem os parafusos. Das algibeiras das calças começaram a sair mãos cheias de parafusos retirados por pequeninas mãos hábeis das barreiras metálicas. Da algibeira do Mateus, saíu, ao mesmo tempo que muitas lágrimas saíam dos olhos, um saco de plástico cheio de parafusos.
Após os ter enviado para a sala de aula, a Coordenadora não conseguiu conter o riso e, na companhia das auxiliares, riu a bom rir.
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