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A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.
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terça-feira, 17 de abril de 2012

Pormenores...

Daqui

I. ...De Casa

Casa. Há bem pouco tempo, o meu Universo.
Agora, a minha casa. O porto onde regresso após cada viagem, o destino desejado, o ponto final de cada dia.
Casa. O lugar por onde viajo hoje.
A mesa da casa de jantar pejada de papéis e dossiers. Os telefones. A minha agenda. O dia de hoje vai ser dedicado aos contactos. Iniciar novos e consolidar mais antigos. A conversa, o sorriso, as palavras. Os resultados vão surgindo e a lapiseira, fina, vai transformando em manchas escuras os espaços brancos da minha agenda. Aqui sorrio eu. A agenda em branco angustia-me. Gosto de a ver carregada de nomes de quem não conheço mais do que a voz ao telefone. Cada voz uma surpresa. Cada saída de casa uma nova Família que visito, vou conhecendo aos poucos, vou adicionando ao meu registo de memórias. [mais material para "aquele" livro que um dia vai acontecer].
A rotina da casa alterou. A rotina da Família alterou. A casa sente a minha falta, sinto-o, vejo-o nos pequenos pormenores que só eu detecto.

II. ...Dos Filhos

Os filhos. Neles também muita coisa mudou.
Estão mais crescidos e soltos. A alteração na minha vida tem feito com que se alterem também as rotinas deles. De repente parece que cresceram. De repente há namorado/namorada nos mais velhos. Há mais ausências na mesa de refeições, há mais presenças. Podemos ser só quatro, mas também podemos passar a oito. A flutuação. O movimento da Família. Cada um de nós é um Mundo, uma realidade, sonhos, pensamentos e palavras que se junta a outros Mundos e cria um Atlas de conversas, de dúvidas, de desejos e planos. Um Atlas onde os Países também têm cores diferentes, onde uns têm mais terra e outros mais água, onde uns sonham e outros estão bem presos à Terra.
Medo. Perda. Duas palavras que me ensombram volta não volta.
Orgulho. Palavra que define o meu Mundo de Mãe.
O meu Mundo, agora transformado em dois, divide-se por estas três palavras. Porque é enorme o sentimento de orgulho que tenho nos meus Filhos, mas enormérrimo o medo de os perder.

III. ...De mim

À cabeça vêm-me memórias de outros dias.
De determinados dias.
Dias. Lá ao longe.
Sinto-lhes o cheiro, a textura, a macieza do clima morno, os sorrisos que por lá andavam.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Aos Poucos


Daqui
Aos poucos esta mega casa vai-se compondo. Depois de uma verdadeira maratona de mudanças internas durante o fim de semana da Páscoa (em que faltámos à nossa bela estadia por terras de Estarreja à conta do gesso no braço do nosso caçula) em que se desmontaram roupeiros e voltaram a montar, em que se despejaram roupeiros e voltaram a encher, em que cómodas seculares foram transportadas de um piso para outro, em que se fizeram viagens ao mundo do mobiliário e decoração em busca de oportunidades e não só, eis que conseguimos finalmente (ao fim de cinco anos e cinco meses de aqui habitarmos) reorganizar espaços e ocupar quartos que há muito nos esperavam.
Estou completamente apaixonada pelo meu quarto novo. Muito mais espaçoso e ensolarado, com a parede da cabeceira da cama forrada a papel, é verdadeiramente tentadora a ideia de passar por lá o dia.
Os miúdos mais novos também estão deliciados. Cada um com o seu quarto embora não exista porta entre eles. Um quarto que poderia ser conjunto mas que é um biquarto. Não havendo porta há a hipótese da converseta antes de adormecer, cada um em sua cama, cada um de cada lado da parede.
Ainda temos imenso trabalho à nossa espera, mas a casa começa a parecer-se com o que para ela sonhámos quando a comprámos. Finalmente vou ter o quarto dos meus sonhos para os meus livros se poderem espalhar por quatro paredes. As estantes já lá estão, prontas a montar. A minha mega secretária com um belo tampo de vidro também. Com uma janela em frente e outra do lado esquerdo, está-me a parecer um bom spot para instalar este meu companheiro de escrevinhar palavras e comunicar com o mundo nas ondas da virtualidade!!!!
No domingo vou ter a casa cheia de crianças. Festejamos os 10 anos do Mateus com amiguinhos e amiguinhas pela casa toda e é nestas ocasiões especiais que valorizo ainda mais o espaço que temos!

Provas de Aferição

Da Net
4º Ano. 10 Anos.
Quando se tem 10 anos e se anda na Escola, todos os dias são especiais. Ou porque é o dia de se ter direito ao campo de futebol da escola, ou porque a brincadeira "Lua Vermelha" está num ponto mesmo alto, ou porque alguém faz anos...tudo o que se passa aos 10 anos de idade é importante. Muito mais importante que os estado da nação ou a Troika do FMI.
O dia de hoje tem sido preparado há semanas. Começam as Provas de Aferição. Hoje com a prova de Língua Portuguesa.
Ontem à noite a preparação da mochila foi mais cuidada do que é habitual. "preciso de um lápis de carvão afiado, e de um afia, e de uma borracha, e de uma caneta sobressalente, e não posso levar a bola de futebol, e a prova é só às 09:30 mas temos de chegar mais cedo porque a Sandra quer falar conosco antes..." Adormecer a horas não foi fácil e acordar antes da hora foi o que aconteceu. Pequeno almoço e vontade de ir embora cedo. Lá fomos nós. O beijinho da praxe à porta da escola, o desejo de boa sorte que, acho, nem foi ouvido. Lá foi ele a correr, dentro de uns calções que não queria usar porque "são muito compridos". Vai tudo correr bem!!!
Tanta responsabilidade em gente tão pequena só pode dar bom resultado.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Manel # [I]

A minha Máquina noutras Mãos
Algarve
Agosto 2010
Um filho é um pedaço de nós. Um ser que se forma através da multiplicação de células onde os ADN's materno e paterno estão presentes, um ser que se forma e que tem nas suas células o seu próprio ADN. O que é um Filho, para além desta conjugação de células, para além do maravilhoso processo de criação de um novo ser? Um Fillho é um projecto de vida, um projecto para toda a vida! Um Filho é uma presença constante em cada um dos minutos, dos segundos da minha vida. Cada um dos meus Filhos tem um lugar próprio dentro de mim, dos meus pensamentos, das minhas preocupações, dos meus desejos (que não têm de ser os deles!). Cada um dos meus Filhos segue o seu percurso nos dias das suas vidas, sem imposições que não as da boa educação, do respeito, das regras, da Família. Cada um deles tem interesses diferentes e formas muito distintas de estar na vida, no mundo, com os outros. São quatro. Quatro pessoas que se formam diariamente, que vivem experiências diferentes, que reagem de forma diferente ao que vivem. Amo-os a todos. Imenso! Tanto que não me imagino sem eles e em tudo os incluo. Porque continuam sempre a fazer parte de mim, como se ainda vivessem dentro de mim apesar dos seus tamanhos...por este amor que sinto ser tão grande por todos, não sinto peso na consciência em confessar o que se segue.
Dos quatro há um que se aproxima brutalmente de mim. O nº 2 na escala de idades, o nº1 no género masculino. Os gostos, as tendências nas áreas de estudo, nas emoções, na forma de lidar com os outros, na sensibilidade. Entendemo-nos bem demais. Somos cúmplices. E ele tem crescido de um modo que me orgulha. Muito. Tem sabido conjugar o que mais gosta na vida - o mar, a praia, o surf, o skimming - com o que lhe pedimos - a escola, os resultados, a responsabilidade, o comportamento. E isso dá-me um prazer enorme. E ele sabe.
Hoje, o trabalho que tem vindo a fazer nas modalidades de que tanto gosta, foi premiado com um convite/pedido de autorização que me foi feito. Fiquei sem ar, com o coração parado, com a garganta seca. O destino é o continente que faz parte do meu sonho mais antigo. É como se ele, de repente, estivesse transformado numa parte de mim. Ainda não consegui falar com ele, mas sei que vai ficar tão louco quanto eu estou!!!
E, aos poucos, os meus Filhos vão conquistando os seus mundos distintos, mas continuam a ser os Meus Filhos, os bocadinhos de mim pelo mundo!

Manel

Daqui
Branco, pureza, paz.
Mas também alegria.
Tenho o coração a bater de felicidade.
Tenho os olhos a brilhar de orgulho.
Tenho as pernas a tremer de ansiedade, da boa.
A felicidade que me inunda neste momento tem a ver com o reconhecimento.
Tem a ver com o sentir profundo de que têm valido a pena os anos dedicados aos meus Filhos.
A todos e a cada um deles.
Tem a ver com o reconhecimento do meu trabalho de Mãe bem feito.
A felicidade está a rebentar comigo. E sei que também vai rebentar com ele!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Bilhardices


I.
Nunca tinha ouvido esta palavra.
Bilhardice, bilhardar, estranhas mas engraçadas pelo som que emitem, estas duas palavras são características do código linguístico da Madeira e querem dizer falar sem qualquer tema muito específico, falar por falar, conversar, cuscar.
Desde o passado ano lectivo que convivo com duas Mães que têm origem na ilha da Madeira e foi com elas que aprendi este termo que, sinceramente, me enche as medidas. Quando elas dizem que nos vamos juntar para bilhardar, fico deliciada e sinto-me uma miúda pequena que combina com as amigas de escola uma tarde bem passada a dar à língua sobre esta e aquela, este e aquele, corta aqui, corta acolá!
Agora, andava pelo mail a ver mails em atraso, a responder a uns, a arquivar outros, e lembrei-me que o que me apetecia mesmo era ter alguém com quem bilhardar um bocado.
II.
Está um frio de rachar e eu e o frio não somos propriamente os maiores "budies" (não sei bem se é assim a grafia correcta, mas também não faz mal). Ontem à noite a minha rica Filha lembrou-se que hoje devíamos ir andar de manhã. Argumentei que quando o frio aumenta não se devem fazer esforços físicos que impliquem a perda de energia. Ela não se mostrou nada impressionada por esta bela teoria da sua progenitora e insistiu que iríamos andar a pé, bem cedo, assim que eu viesse da distribuição matinal.
Saímos a pé. Pelo passeio em que batia o Sol, de vez em quando fustigadas pelo vento mais que frio, mas lá fomos. Bilhardando. As duas. Uma em roupa de treino. Outra em roupa normal. Fomos ao sapateiro buscar as botas. Fomos ver as montras. Fomos à Europa América. Folheámos, comentámos, escolhemos e trouxemos uns livritos. Fomos sentar-nos numa das pastelarias mais emblemáticas da Parede. Chá, chocolate quente, pastel de nata, tosta...as duas a saborear uma manhã de "meninas". Fomos ao banco, saber informações. Voltámos para casa, sempre pelo passeio do lado do Sol.
De vez em quando, sabe bem deixar-me guiar pelas mãos e vontades de quem não tem medo de enfrentar o frio e as perdas de energia.
Sim, temos de repetir!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Singing and Dancing in The Rain

Daqui
O nº 2 foi para casa de uma Amiga. Para ela o ajudar a fazer um trabalho de história. Sobre um filme que viram em três aulas. Sobre um filme que ele me pediu que fosse alugar para vermos hoje ao serão, para depois o ajudar no trabalho.
Aproveitei e aluguei também um filme para os mais novos verem. [Para fazerem uma pausa nos jogos].
O nº 2 telefonou-me agora. Não me queres vir buscar? Sim, posso ir. Onde estás? Na cozinha, a arrumar a máquina da loiça. Ah. E vens já? Sim, posso ir já. Foste alugar o filme? Fui. Boa! Quanto me pagas por te ir buscar? Beijinhos, abracinhos e desculpa por teres de vir...
O facto de haver um operador de telemóveis que tem um tarifário que nos permite falar à borla uns com os outros durante o tempo que quisermos, dá direito a conversas muito parvas, mas adiante.
Desatou a chover torrencialmente e a trovejar e a relampejar. [A nº1 anda na aula de condução em Lisboa!]. Não me apetece nada sair de casa, mas tenho de o ir buscar e de devolver o filme dos pequenos, que é daqueles "novidades" que se paga um balúrdio.
A passagem de ano vai ser em casa. Por força das circunstâncias, que são muitas e variadas. Os mais crescidos têm programas, não comuns. Conversadinho, bem conversadinho, "convidei" o nº2 e dois amigos para jantarem em casa conosco. Saem depois do jantar, pode ser? Aceitaram. Disseram que eu sou querida. Fiquei contente. E apesar de ainda não ter decidido a ementa para amanhã (eu sei...estou um bocadito atrasada, mas daqui a bocado já penso nisso, com os meus livros de receitas ao colo) vou sair para a rua e Singing and Dancing in the Rain!!!
Podem achar estúpido, mas em mim, a companhia dos meus rebentos, opera milagres.

That's my way of Life

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Da Matéria de Que Foram Feitos [e ainda são] os Meus Sonhos

Daqui
(blogue que acabei de descobrir e do qual já sou fã.
pelas imagens...e não só!)
Esta fotografia transportou-me, rápida e magicamente, para uma conversa que tive na passada terça feira com o meu MM nº1.
Falavamos sobre o futuro, sobre o que uma profissão pode ser, sobre de que pode ser feita uma profissão para que nunca deixemos de a amar com a paixão com que se deve amar tudo o que fazemos na vida.
Falavamos sobre a comunicação social e sobre todos os campos que pode abranger, sobre as várias perspectivas interessantes que pode ter.
Quando eu era jovem, tão jovem como este meu Filho nº2, sonhei ser médica. Não uma médica qualquer, vulgar de lineu, de consultório limpino, arrumadinho e bonito, ou mesmo de hospital, mas uma médica que atravessaria fronteiras, que viajaria para países onde a saúde não existe como um direito mas como um luxo de alguns. O meu sonho, aos 15 anos, era ser Médica sem Fronteiras. Queria sair do conforto e mergulhar de cabeça nos países pobres, no meio de pessoas carenciadas, ajudar, ajudar, ajudar. Era o sonho dos meus dias de estudante adolescente. Depois, as minhas falhas no saber matemático obrigaram-me a repensar o percurso académico e virar as agulhas do meu caminho.
A medicina de ajuda transformou-se em jornalismo de guerra. O mesmo pensamento - ir para locais de crise, de necessidade de ajuda -, porque as letras, as palavras, as frases, podem ter um impacto muito forte, podem ajudar a mudar o Mundo. Isto pensava eu na glória ingénua dos 16 anos.´
Educar Filhos é muito. Partilhar é um dos pedacinhos de educar e eu gosto de partilhar com eles. Gosto que eles saibam que eu também tive dúvidas, também tive incertezas, também andei baralhada até encontrar um caminho, apesar de não o ter percorrido até ao fim. Gosto que eles saibam que também tive sonhos e que, muitos deles, continuam a existir dentro de mim e a fazer-me lutar por eles. Gosto de lhes transmitir a ideia de que sonhar não é parvo, de que viver não é só difícil mas também é maravilhoso, de que a vida não é um caminho em linha recta e por isso os nossos sonhos podem transformar-se de um dia para o outro e o nosso percurso pode mudar de sentido, sem que precisemos de nos culpabilizar, de nos sentir estranhos.
Esta fotografia acordou em mim o sonho de poder contribuir para a mudança do Mundo. Um sonho que nunca abandonei e que tento realizar diariamente. Um bocadinho aqui, um bocadinho ali. Ajudar não custa nada. Transformar é possível!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Descendência...

Eu e a minha Máquina,
Agosto 2008
Alentejo
I.
Não sei o que vai ser o futuro de cada um dos meus Filhos. Demasiadamente novos para definirem com certeza o que farão nos dias que os esperam, são felizes. Sorriem, riem, gritam e brincam uns com os outros. Com a atitude própria de quem está habituado a viver no meio de muitos outros, socializam. Riem e conversam com outros, da mesma forma que o fazem com os que lhes estão sempre próximos, os Irmãos e os Pais. O estado de felicidade que transmitem, sempre, nem sempre é bem entendido por quem lhes não é íntimo, já tendo sido admoestados pelo sorriso permanente. Estranha reacção, mas verdadeira. Que me põe a pensar na sociedade em que vivemos, no sentir das pessoas. ser-se feliz sempre, é estranho.
II.
Dos quatro, há um que é particularmente sensível e particularmente paciente com crianças. Os olhos dele sorriem quando os pequeninos o rodeiam e lhe pedem atenção. É com gosto que lhes faz as vontades e que pára o que estiver a fazer para se dedicar à brincadeira. Fico deliciada a olhar para ele.
III.
Os meus Filhos são especiais. Em muitas coisas. Orgulho-me deles por todas elas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

M(ã)e(ditando)


Estudar-se o que se gosta pode fazer toda a diferença em termos de classificações finais.
Penso que todos nós, Pais e Mães, somos unânimes em afirmar que aos 14, 15 anos, os nossos Filhos são ainda muito imaturos para poderem decidir o que querem fazer da vida que ainda está tão longe, no sentido de que fazer qualquer coisa da vida significa saber o que se quererá fazer como profissão quando a idade adulta a isso o obrigar.
No ano lectivo anterior a este em que nos encontramos foi complicado gerir a insatisfação, a dureza de horários e a extensão de matérias. O tempo não era suficiente para tanta informação e as bases eram frágeis demais para conseguir sustentar a matéria que o secundário trazia consigo. Foi um ano muito complicado mas que serviu para que percebessemos (Filho e Pais) que aquela não era a área certa!
Novo ano lectivo, nova área de estudos, o mesmo ano de escolaridade. Uma carga horária muito mais racional, libertando algumas tardes para o Mar. Matérias que o fazem estudar com gosto porque as percebe, porque não as sente como algo completamente estranho e "chinês". 
As notas a subir. A auto-estima a subir.
"Que vai ele fazer quando o secundário terminar? A área de estudos em que estava no passado ano lectivo é muito mais abrangente e com muitas mais saídas profissionais. A área das humanidades é uma área mais virada para o sexo feminino."...
Tal como já aconteceu com a Irmã, só tenho um conselho para dar. Estudar o que nos dá gozo. Os anos que passamos a estudar são muitos e encaixados num dos melhores períodos da nossa vida, então que o estudo seja uma característica também agradável destes anos e não a maior seca de todos os tempos! Quando o tempo da profissão se aproximar, logo pensaremos qual será a que mais se adequa.
Para já, fico feliz com cada sms que chega dando conta de mais uma boa classificação num teste.

sábado, 13 de novembro de 2010

Pequeno Almoço Especial

O início de dia, hoje, foi especial. Os meus pequenos rapazinhos transformaram-se em cavalheiros e prepararam dois tabuleiros de pequeno almoço (para o Pai e para a Mãe) que vieram trazer-nos à cama. Estavam tão felizes que nem tive coragem de lhes dizer que aquela enorme caneca de leite com chocolate me encheu até aos olhos...
Claro que quando os mais crescidos acordaram, ficaram um bocadinho tristes por não haver pequeno almoço familiar, como é hábito, mas para nós foi mesmo uma surpresa.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Changing


I.
Iniciei o processo de mudança da minha vida. Como em quase tudo o que faço, iniciei-o quase sem pensar, sem reflectir. Sou impulsiva em maior parte das minhas atitudes e esta não foi uma excepção. A mudança exige bastante de mim, porque resultados exigem trabalho e dedicação. Estou mesmo empenhada na obtenção de bons resultados e nada melhor do que colocar desafios a mim própria, lutar por os conseguir cumprir.
Esta mudança da minha vida mexe com tudo o que há muito está organizado de determinada maneira. A vida da casa gira em torno de mim e não posso, nem quero, deitar fora esse trabalho. É mais um desafio que tenho para superar. Conseguir conciliar a novidade com a tradição.
II.
Ontem saí de casa com as crianças e voltei com elas. Um dia inteiro fora de casa, uma casa completamente em estado de sítio quando a ela voltei, prova de que tudo o que há para fazer espera sempre por mim para ser feito. Tranquilo. Num instante se pôs tudo na devida ordem, num instante se tratou de TPC's e banhos e jantares. O facto de ter passado o dia todo fora de casa também me fez bem. Ajudou a descontrair desta vida doméstica que é tão monótona!
III.
Para terminar em grande, uma visita nocturna ao Hospital de Cascais. A Catarina continuava a queixar-se da garganta e da cabeça, apesar da febre já estar a dar sinais de rendição. O Manel não quis que as duas mulheres da sua vida fossem sozinhas. Fomos os três. Nós duas para a urgência, ele cá fora a "skatar". O atendimento foi rápido, eficiente e simpático e num instante estavamos de regresso a casa, com passagem obrigatória por farmácia de serviço. Na primeira não havia o medicamento que o receituário exigia. Na segunda, o farmacêutico advertiu para os cuidados a ter quando se toma antibiótico, tomando os dois irmãos por dois namorados. Riam-se divertidos com a conversa do senhor quando regressaram ao carro. Passámos por uma estação de serviço e comprámos um chocolate para o resto do serão (a preço de estação de serviço...grrrrrr). Ainda nos sentámos no sofá, vimos as notícias no facebook, rimos e adormecemos.

What a Day
:-)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Recordando


Estamos as duas.
Os rapazes foram com o Pai à festa de aniversário do Primo Gustavo. Um querido.
A Catarina tem estado doente. Com febre, pouco mais tem feito do que estar deitada num dos sofás da sala. Põe termómetro, tira termómetro, toma remédio, bebe água. Decidimos que apesar da febre estar a dar sinais de querer abandoná-la, iríamos faltar à festa. Ficámos aqui as duas. Vamos fazer um jantar daqueles mesmo pouco saudáveis em frente da televisão. Os pequenos tinham deixado a televisão ligada no Disney Channel e nós deixámos estar. Começou A Bela e o Monstro. A Catarina ficou radiante. Confessou-me que adorava este filme, relembrou-me um teatro que ela e o Manel fizeram, quando eram pequenos, sobre este filme. Estamos a ver e a gravar para os pequenos verem.
Isto também é ser Mãe...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Que Bom!!! Já é Terça e Não Segunda!

Eu e a minha Máquina,
A minha Carrinha
[agora já tem mtºs mais autocolantes!!]
I.
A primeira tarefa do dia de ontem, feriado, dia de pedir o Pão por Deus [tradição da qual os mais pequenos não abdicam], era uma reunião da Associação de Pais. O local escolhido foi o Ctº de Interpretação Ambiental. Virado para o azul do oceano, com a promessa da praia por perto. A combinação pressupunha que o meu carro, por ter sete lugares, seria transporte de seis pessoas para além de mim. O ponto de encontro aqui à porta. Ficavam vários carros, seguia o meu. Ecologia. Poupança. Diversão pelo convívio e tagarelice até ao ponto de encontro. Tudo perfeito até ao momento em que nos sentámos, pusemos os cintos de segurança, dei à chave e nem um só pio saía de dentro do motor do meu carro. A bateria estava completamente morta e todo o belo plano foi por água abaixo...
II.
Há quem esteja nervoso/assustado. O exame de código é já amanhã e os testes que têm sido feitos para praticar não têm tido os melhores resultados. Repetir este exame implica o pagamento de uma quantia nada simpática...como sempre, optimista e confiante nas capacidades da primogénita, acredito que tudo vai correr bem.
III.
Não me canso de falar sobre os meus Filhos nem de me orgulhar deles. À medida que vão crescendo torna-se mais divertido e interessante observá-los, ouvi-los e conversar com eles. As conversas, por vezes, como aconteceu durante o jantar de ontem, pegam em temas despropositados, mas são, mesmo assim, muito divertidas. Olho para eles e percebo, cada vez mais, que não há nada melhor do que ter irmãos. A cumplicidade dos irmãos é algo que nada pode substituir. Por mais diferentes que sejam os feitios, as formas de estar e de pensar, a cumplicidade de irmãos é como um cordão umbilical que os une a todos e que os mantém num comprimento de onda que só eles sabem existir. É muito Bom!!! E é ainda melhor quando o serão acaba com os pequenos na caminha e os crescidos enroscados em cada um dos progenitores, no sofá, "a olhar p'ro boneco".
IV.
Tudo na vida tem o seu tempo.
Por inerência da velocidade a que corre agora a vida, há experiências que acabam por se viver mais cedo do que seria expectável. Não sei dizer se será melhor ou pior para quem as vive, sei dizer que é isto que acontece.
O meu pensamento, neste momento, está dirigido para as escolhas profissionais no final do 9º ano. Muito já se falou sobre isto, pouco se adiantou. Verdade é que os nossos jovens quando terminam o 9º ano têm pouca maturidade e pouca noção do que gostarão de fazer quando "forem grandes", o que acaba por lhes condicionar muito a forma como optam por uma determinada área de estudo. A experiência que vivo actualmente com o M.M.2 prova tudo isto que digo. Depois de um ano lectivo cheio de esforço e de trabalho, com pouco tempo para o lazer, eis que se toma outro rumo. O rumo que eu já havia apontado no final do 9º ano e que na altura se pôs de lado. Os resultados obtidos são muito diferentes. A felicidade com que se recebem esses resultados é, por si só, estímulo suficiente para se manter ou reforçar o ritmo de trabalho. O acreditar em si mesmo e nas capacidades é fundamental neste processo de aprendizagem e de crescimento. Está feliz. Com bons resultados. E tempo para surfar ondas que se mantém, ali em baixo, a chamar por ele.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Estudo do Meio, a Matemática, o Estudo e a Falta de Tempo para o resto...

Saíu da escola cabisbaixo, ao contrário do que acontece diariamente. Calado.
Aos poucos, a saca-rolhas, lá percebi que o desempenho a responder a perguntas de Estudo do Meio não tinha sido nada positivo. A juntar a este confissão a saca-rolhas juntam-se as vozes das meninas a dizer que ele não tinha direito a ganhar o esqueleto, porque não respondeu a  nada... (as meninas são tramadas e o ensino está feito para elas, vantagem das vantagens!). A telha era tal que nem lhe apeteceu ir brincar ou andar de skate como faz todos os dias antes de virmos para casa.
Com tão mau humor, foi fácil metê-lo no carro e vir para casa. E aí é que foi. Longe dos olhares críticos e trocistas das meninas, as lágrimas vieram em queda livre pela cara abaixo e as palavras em tropeções pela boca fora. Na véspera a prioridade era estudar matemática e não estudo do meio, mesmo assim tinha-se enganado na resolução de, pelo menos, um problema. A Professora não podia querer que eles estudassem tudo para o mesmo dia. Ele assim não ia conseguir ter boa nota. Enfim, uma tragédia daquelas.
Fiz a minha parte de educadora.
Que o estudo se tinha de ir fazendo diariamente e não de empreitada na véspera dos testes. Mais lágrimas e reclamações. A minha voz calma e baixa para ele não desesperar ainda mais.
Cá dentro a vontade imensa de lhe dizer que tem razão. Que só tem nove anos. Que está na primária e que é na escola que passa a maior parte do dia (precisamente oito horas e meia). Que devia poder vir para casa e fazer o que lhe desse na telha - brincar, ver desenhos animados, pintar, ler -, mas não pode, porque tem TPC e estudo, porque tem de jantar a horas e a horas ir para a cama para dormir o número de horas necessário a um bom desenvolvimento. Mais uma vez me defronto com a exigência de um tempo em que queremos que tudo seja perfeito - os filhos, a alimentação, o estilo de vida, o sono -, mas em que o relógio nos escraviza e nos retira momentos de prazer e de lazer em prol de momentos de perfeição.
Às vezes apetecia-me "baldar" para as regras. Por eles. Por mim. Por nós.
Mas não consigo! A minha consciência é demasiadamente rígida e castigadora...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Encho-me de Paciência...

Eu, a minha Máquina
e a minha Carrinha
Nesta minha busca incessante pela perfeição, analiso cada um dos meus comportamentos. Analiso no momento do comportamento, analiso-o após o momento. Tento melhorar-me, o que nem sempre é fácil, porque não sou perfeita, porque há factores exteriores que influenciam a minha capacidade de análise imparcial, etc.
Esta manhã não havia pão suficiente para o lanche do Mateus. Ontem à noite deu-me uma pedrada de sono (talvez por ter emborcado um gin com água tónica antes do jantar...) que me incapacitou de deixar pão a fazer para hoje. Sem stress. No caminho que fazemos de casa para a Escola, passamos numa Panisol. Levo o fiambre e uma faca (oh bolas, estou agora a lembrar-me que me esqueci deles dento do porta luvas do carro...tenho de ir lá!), compro o pão pelo caminho e preparo o lanche quando chegar à porta da escola.
Em frente à Panisol há uma papelaria. Dentro da papelaria é suposto existirem cromos "da bola". Mateus nas nuvens. Anda a falar nos cromos desde sexta feira...
Deixamos os manos na Escola, voltamos para trás para o nosso caminho. À porta da Panisol, caos. Nem um único espacinho para estacionar durante cinco minutos a porcaria da carripana. Demos umas três ou quatro voltas ao quarteirão até conseguirmos estacionar. Eu já estava com a cabeça a andar à roda. Lá conseguimos um lugar. Comprámos o pão, ouvimos a frase que a sra da Panisol diz de cada vez que eu por lá apareço "então...avariou a máquina do pão...". Faço um sorriso amarelo. O Mateus explica que o pão não chegou para os pequenos almoços e para o lanche da escola (o Mateus fala sempre pelos cotovelos, diz o que deve e o que era escusado ser dito).
Atravessamos a rua e mergulhamos na papelaria. De carteira na mão, o "canocha" pede os cromos da bola e é com desgosto que ouve a resposta "não tenho, estão esgotados".
Regressamos ao carro. Uma nuvem negra de mau humor é visível sobre a cabeça mais do que loura do pequeno resmungão. Uma nuvem mesmo igual à que aparece sobre os personagens de banda desenhada quano dizem palavrões daqueles muito feios... Tento não deixar que a minha irritação se perceba no tom de voz em que falo com ele. Prometo-lhe que vou encontrar cromos.
[Ontem, ao final do dia, fomos assistir a um jogo de corfebol. O menino Mateus, que não é capaz de estar quieto cinco minutos, foi atraído fatalmente pelos colchões empilhados ao canto do ginásio. Foi dar cambalhotas. De óculos postos na cara. Resultado? ... partiu os óculos ao meio. Hoje teve de levar os antigos para a Escola.]
Estaciono à porta da Escola. Saco da faca e do fiambre e toca a arranjar as sanduíches. Do lado de dentro do gradeamento, duas coleguinhas do Mateus. A nuvem negra continua por cima da cabeça dele. Começa a resmungar contra as miúdas. O melhor é entrar na escola sem óculos, diz ele. Já estão a gozar comigo. Eu a tentar manter a calma, mas a não conseguir completamente. Como é que a ausência dos cromos te pode pôr de tão mau humor? Mas depois ponho-me a pensar. Ele tem nove anos, é pequenino, os cromos são parte da infância dele, são importantes, que direito é que eu tenho de estar a julgar o aborrecimento dele, que memória é que ele vai guardar destes dias de infância, o que é que irá contar quando fôr adulto?
Vejo-o entrar, mochila às costas, passo apressado, tira os óculos quando passa pelas miúdas que o espreitavam através das grades, elas vão atrás dele, eu venho-me embora. A pensar nele, nos cromos e nos óculos. A pensar nas recordações do passado contadas no futuro.
Confuso? Talvez.
Cansativo? Claramente.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bem Feita!!!

Areias de Cascais

O Outono traz cheiros e sabores próprios.
Tenho andado a lutar contra a melancolia dos dias que encolhem, da luz que se despede mais cedo, do Sol que lamenta mas tem de dar lugar às nuvens. Sinto em mim a mais completa negação das estações de dias curtos e frios. Cinzentos e melancólicos. Apesar do quentinho bom das mantas nos sofás, do cházinho.
A preguicite de hoje transformou-se, repentinamente, numa vontade de "bakering". Virei e revirei páginas do livro de receitas. Um bolo? Nã...o que vinha mesmo a calhar...bolachas! Sim, deitei mãos à obra com o meu ajudante mais novo e saíu um belo tabuleiro cheio de areias, as que se dizem de Cascais.
Numa sexta feira completamente estranha. Família incompleta para jantar.
Vejo-me sózinha com os dois mais pequenos. Decido fazer um jantar "à americana", dos que nunca se fazem cá em casa. Nós três, sentados nos sofás, tabuleiros no colo, muitas batatas fritas. É a nossa vingança por os outros três elementos da Família se terem baldado...
Bem Feita!
Não comem Areias!!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Ciclo

Eu e a minha Máquina,
Tavira,
Agosto 2010
I.
Talvez saiam hoje os horários. E as turmas.
Um problema informático atrasou tudo isto.
Os miúdos estão em pulgas. Eu também, verdade seja dita.
As compras de material escolar ainda não foram feitas.
Cumpre-se a máxima de que os portugueses deixam tudo para a "última hora".
Começam hoje as recepções aos alunos e encarregados de educação. À hora do lanche, para os de 10º ano. Amanhã para os de 7º. Vou estar presente nas duas.
Discurso de Director, apresentação de DT's, eleição de Representantes de Turma.
O ciclo.

II.
Ontem, no Tamariz, a CMC deu uma festa para todos os jovens que, durante o Verão, estiveram envolvidos em actividades da Câmara. Com entrada gratuita e direito a levarem um acompanhante que não tivesse estado envolvido nos programas sazonais da CMC, esta festa, que oferecia um cocktail não alcoólico, foi o fechar de portas da temporada de férias 2010.
Gostei de ver o meu rapaz mais velho a preparar-se para sair. "Mãe, levo pólo ou camisa? Levo a camisa só ou com uma T-Shirt por baixo?" Chega o amigo que convidou. Sobem. O amigo muda de roupa e veste também uma camisa. O grupo é grande, vão de comboio. "Só preciso de dinheiro para o comboio". Marca-se a hora de regresso a casa. Ainda estamos de férias, acorda-se que a hora de regresso pode ser a do final da festa. O Pai vai buscá-los. Despertador para a hora marcada. Dormimos até lá. Estão no ponto de encontro à hora certa. Dormem, agora.
É bom vê-lo crescer. Bem.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O Recomeçar

Imagem enviada por uma Amiga,
via FB

Já passou uma semana desde que regressámos de férias. Apesar de o primeiro dia de trabalho ser só a 1 de Setembro, regressar com antecedência significa não sofrer o choque de voltar à realidade de um dia para o outro. Voltar a casa antes de retomar a actividade profissional permite a adaptação faseada à realidade. Ir ao supermercado, organizar roupas, planear refeições, tentar saber em que ponto se encontra a preparação do início de novo ano escolar. Uma semana.
Tem-me custado um pouco e isso reflecte-se no que escrevo (ou não escrevo, mais precisamente). Ando por aqui às voltas com o que li, com o que leio, tentando nas palavras de outros encontrar um fio que me leve de novo à capacidade da escrita pela minha cabeça e mãos. Não está fácil.
Não me apetece grandemente falar sobre O Recomeçar. A minha vida rege-se por anos lectivos e, como tal, é um novo ano que se inicia no próximo dia 13. Fosse eu supersticiosa e já estaria em pânico pela perspectiva de um ano azarado, mas não sou. Ou, pelo menos, não sou muito (só não gosto de facas cruzadas e chapéus em cima da cama e mesas com 13 pessoas sentadas). Este ano lectivo reveste-se de quádrupla importância. Uma Filha que tenta pela segunda vez ingressar na Faculdade e no Curso que considera ser o certo para si. Um Filho que muda de área de estudos e repete o 10º ano, na esperança de que o que o espera seja mais do seu agrado do que foi no passado. Um Filho que se vê mudado de Escola mais uma vez (a 2ª em dois anos lectivos seguidos) e que vai enfrentar o início do 3º ciclo. Um Filho que termina o 1º Ciclo. O mais novo. O pequenino. Está a deixar de o ser.

E neste ultrapassar de etapas, a vida vai passando. Para eles e para mim.

[Para a Sónia Morais Santos]
Pela minha cabeça não passa nunca a ideia da idade a avançar, no sentido de me sentir a envelhecer (o tom negativo desta palavra pode ser muito pesado, para qualquer mulher que se preze!). Sinto que fiz uma escolha certa na vida ao ter filhos cedo e seguidos. Com eles tenho crescido e nunca envelhecido. Acho mesmo que o crescimento deles tem tido em mim o efeito do rejuvenescimento. Com eles mantenho-me a par do que está na berra. Do que se diz e do que já não se usa dizer. Mantendo padrões de linguagem correcta não me arrepia ouvir as expressões que fazem parte do léxico falado dos mais jovens. Tudo com conta peso e medida faz parte do crescimento. Não penso que a minha década de 40 já vai a meio como se isso fosse uma desgraça, porque continuo a acreditar que a minha cabeça está muito aquém dessa idade, ou melhor, que as cabeças dos 40's actualmente não têm nada a ver com as cabeças dos 40's dos nossos Pais ou Avós. A vida actual, apesar de correr e de nos fazer correr, tem o reverso da medalha que é manter-nos jovens até mais tarde e isso é bom.
Sabermos mexer-nos nos meios em que se mexem os nossos Filhos, sejam eles crianças, adolescentes ou jovens adultos, é meio caminho andado para uma relação de cumplicidade e partilha. Cruzarmo-nos com quem se cruzam e saber ir estabelecendo relações de amizade com pessoas mais novas do que nós é também uma forma de nos mantermos jovens. Já disse aqui que não tenho a pretensão de ser "a melhor Amiga" de qualquer um dos meus Filhos, mas acredito que a relação que estabeleço com eles se baseia muito numa cumplicidade de interesses, conversas, partilha, e isso agrada-me a mim e não os confunde quanto à relação Filhos/Mãe que sabem manter comigo.
Não adianta pensar que o tempo passa e que os aniversários se vão acumulando. Interessa, sim, pensar que podemos ser muito mais do que apenas Pais. E isso vale a pena!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Aniversário e Saída à Noite [a Primeira]

Eu e a minha Máquina,
Cerro da Águia, Algarve
Agosto 2010

[Este post da Cócó inspirou as palavras que a seguir se escrevem!]

O Manel fez 16 anos. No Algarve, como já vem sendo hábito de há 14 anos para cá.
Passámos o dia na praia escolhida por ele para que pudesse fazer as suas skimadas, jantámos em casa um jantar escolhido por ele, recebemos os Amigos de férias para cantar os parabéns a você e beber uma taça de espumante. Nada de extraordinário até aqui.
Depois surgiu o pedido. Uma saída à noite. Discoteca. Para ele seria a primeira vez. Concordámos. Afinal, férias são férias, o momento certo para fugir à rotina e às regras do resto do ano. Não existindo muito conhecimento sobre os locais da moda, deixámo-nos guiar pelas sugestões que outros ditaram.
Dois carros conduzidos por Pais, com a lotação máxima de jovens candidatos a uma noite de dança, saíram de Albufeira em direcção a Vilamoura. Atravessar Vilamoura de uma ponta a outra foi quase um concurso de paciência que acabou por se revelar inglório visto não ser ali a discoteca pretendida pelos "dançantes". Afinal era para a Quinta do Lago que tínhamos de ir. E lá fomos, acabando por chegar à porta do T-Club por volta das duas da manhã, a hora certa para começar a dançar, na opinião dos mais experientes.
Dos sete candidatos, dois não entraram. Uma por falta de idade (apesar da altura) e outro por falta de documento de identificação. Ficámos então, quatro adultos e dois adolescentes, ali, sem saber o que fazer até à hora de saída dos foliões.
Decidimos sentar-nos numa das esplanadas do recinto agradável da Quinta do Lago. Uns sofás simpáticos e confortáveis receberam-nos e alojaram-nos até que a chuva, improvável naquela noite quente de Verão, nos afastou dali para fora.
Instalámo-nos numa outra esplanada, já fechada, mesmo por baixo da discoteca onde os nossos meninos se divertiam. Valeram-nos umas cervejas aparecidas sabe-se lá de onde e, mais uma vez nas nossas vidas, a companhia agradável e as conversas que sendo como cerejas, nunca nos levam a fartar delas!
Deitámo-nos quando o Sol já nascia em Albufeira. E não dançámos...
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