Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cadeira Vazia

Eu e a minha Máquina,
Praia dos Salgados
Agosto 2010

Cadeira de praia não é para mim. Praia é sentir o quente da areia, de preferência a escaldar, por baixo da capulana, porque toalha turca também não é para mim. As toalhas turcas pesam no saco da praia quando as carregamos para lá, pesam ainda mais quando regressam a casa, ensopadas de água, micro partículas de areia e sal. Se a areia tiver sido namorada pelas ondas durante a noite e ficar ligeiramente húmida, também não me faço rogada e faço dela a minha cama. Na praia, qualquer spot é um bom spot. Com sol aberto e escaldante ou com céu nublado, esbranquiçado e pesado de calor, praia é praia e quem não a aprecia bem burro é.
Sinto-me hoje um bocadinho aborrecida pelo facto de não ser dona de um património que me permita aproveitar mais dias da estação do ano que mais aprecio. O ano, comprido e custoso de passar, tem 365 dias. Destes, só 22 foram de descanso e passaram tão rápido que duvido que cada um deles tenha tido as mesmas 24 horas que tem cada um dos outros 343 que passo na labuta do dia-a-dia. Provavelmente ninguém está preparado para o regresso à realidade quando as férias de Verão terminam, mas eu, Sol-dependente, Mar-dependente, queria mesmo poder continuar por lá. Na terra onde as praias são grandes e pegadas umas às outras, onde as dunas, que atravessamos para encontrar areal com pouca gente, cheiram a flores silvestres, onde os dias se aproveitam até à última gota de sol no horizonte.
Na nossa companhia de praia faltaram hoje seis pessoas. Nós.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Agrados

Diz-se que se faz um agrado a alguém quando se oferece algo que se sabe que quem recebe vai gostar.
Foi o que me aconteceu hoje. Ao abrir a caixa de correio tinha um envelope de correio verde com o meu nome por fora. PRD no remetente. Abri-o ainda antes de meter a chave na ignição do carro, a caminho da praia. Lá dentro estava FUMO.
Já na praia iniciei a leitura e gostei do que li.
Às páginas tantas diz o PRD que um amigo dele o questiona sobre o porquê de escrever coisas banais sobre pessoas banais. Também eu gosto de escrever sobre coisas que acontecem (ou podem acontecer) a qualquer pessoa, em qualquer parte do Mundo. Hoje ao lê-lo, palavras simples mas cheias de ideias nem sempre tão simples, apeteceu-me escrever. Amanhã, prometo, que não vou esquecer o caderno em casa.
O FUMO do PRD vai fazer-me companhia nos próximos dias!
Obrigada Pedro.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Guincho

Acredito na magia e na energia própria de determinados locais.
O dia de hoje foi passado num desses locais que, para mim, é mágico.
A praia do Guincho. Não sei se é pela imensidão de mar que se estende à frente dos olhos sem ter pontões que o prendam à esquerda ou à direita. Não sei se é pela imensidão do areal que me faz ter vontade de andar, andar, andar, como se nunca lhe fosse encontrar o fim. Não sei se é por olhar para a direita e poder descansar os olhos cansados do branco da areia no verde da vegetação que rodeia a praia. O cheiro a flores silvestres. E depois, o espaço. O poder estar deitada, sentada, a ler, a dormir, a fotografar, sem ter quinhentas e cinquenta pessoas em cima de mim, a gritar, a conversar conversas sem pés nem cabeça. E depois o mar, que só existe no Guincho. A maré vazia que permite andar ali a mergulhar baixinho, a enfiar a cabeça nas espumas. A maré cheia que vem com ondas fortes. O sal que fica mesmo na pele e nas toalhas.
O Guincho é maravilhoso e a ausência de vento faz dele a melhor praia da Linha.

ps - as fotografias vêm mais tarde! A máquina ficou sem bateria ;-)

terça-feira, 15 de junho de 2010

CSI S.Pedro do Estoril, [às duas da tarde]

A minha Capulana moçambicana

As horas de "liberdade" já estavam a terminar. De pé, na areia hoje quase vazia da minha praia graças ao vento, dobrava a minha capulana e enfiava livro e jornal dentro da mala para regressar a casa. Do muro das esplanadas chegavam gritos e mais gritos. Tentei fixar o olhar e concentrar-me no que se estaria a passar. Três polícias rodeavam uma pessoa que gritava desmesuradamente. A princípio pareceu-me uma criança, mas de repente eis que a dona da voz salta para a areia tentando escapar aos polícias que a cercavam. Atrás dela salta um polícia. Outro corre muro fora para vir em auxílio do saltador. Uma verdadeira cena de série de polícias e ladrões à portuguesa. A voz foi agarrada novamente, não parando de gritar. Que estava a ser raptada. Que tinha um filho para criar. Dizendo um número de telemóvel e pedindo a quem passava que ligasse e dissesse que ela estava a ser raptada. E as algemas entram em acção. Ainda perguntei a um dos nadadores/salvadores o que tinha acontecido, mas ele também não sabia. Vim-me embora. Sem saber a razão da detenção!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Folga

Eu e a minha Máquina,
S. Pedro Estoril
Dezembro 2008

Que se lixe o pó por limpar, o chão por aspirar, a casa por arrumar,
Que se lixem as meias e cuecas por dobrar,
Que se lixem as camisas por engomar!

O Sol desafia-me desde que a semana começou. Tenho-lhe resistido, numa atitude de dona de casa responsável, de Mãe de Família trabalhadora e consciente. Hoje atiro pelo ares todos os adjectivos que transformam a Vera que sou numa outra pessoa, a Mãe. Hoje mudo-me ali para baixo. De chapéu de sol e capulana. De protector solar e garrafa de água. De livro, caderno, caneta e lápis. De fruta para permanecer até que o corpo aguente e as horas de saída da escola permitam. Hoje vou apanhar sol e tomar banho. Hoje vou ser EU.
Para variar.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Graças ao Sol

Eu e a minha Máquina,
S. Pedro do Estoril
Dezembro 2007

Já me tinha esquecido da sensação.
Tenho andado fechada, como o tempo.
Hoje decidi que o Sol estava brilhante demais para ser deperdiçado, que o Mar já sentia falta dos meus olhos sobre ele.
Ofereci-me a mim mesma o luxo que costumava exigir por direito. Durante quase duas horas estive sentada, na casinha do surf da nossa praia. Ao sol. À conversa com o pessoal do surf. Na calma. De braços ao léu e cara virada para o Sol. A sentir-me feliz por a minha falta ter sido sentidas. A sentir-me feliz por viver ao pé do mar.
Ando esquecida da sensação. E vendo bem, com muito pouco, eu sou Feliz.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Respirar Fundo

Eu e a minha Máquina,
S. Pedro Estoril
Outubro 2008

Estou à beira de ganhar raízes no prolongamento das minhas pernas e de me transformar numa espécie desconhecida de vegetal que sobrevive dentro de casa, num habitat aquecido pelo calor da caldeira do ferro de engomar e do forno do fogão. Nunca sonhei transformar-me num vegetal. Num animal sim, numa ave. Agora num vegetal? Convenhamos que tirando a parte estética da questão, a vida de uma árvore com raízes profundas num determinado local da terra não é uma coisa interessante por aí além.
Posto isto e dado que hoje está um sol meio envergonhado que até convida a sair de casa, decidi. Vou buscar o surfista à Escola e vamos para S. Pedro. Os dois. Ele vai fazer o gosto ao dedo e atenuar um pouco a pressão do estudo e das aulas e eu vou simplesmente sentar-me a fazer fotossíntese. E a ler. E a fotografar (há que tempos que não fotografo). E a tentar recuperar o meu estado inspirativo. E a viver um pouco.
Volto já. A cheirar a mar, com olhos inundados de azul, corpo aquecido e alma muito mais livre.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Alguém que Perceba destas Coisas, manifeste-se P.F.!

Eu e a minha Máquina,
Aveiro, Páscoa 2007
A minha Amiga G.B. está a preparar-se para partir para uns merecidos dias de férias a dois num daqueles destinos mesmo bons. Sol, calorzinho, muita mordomia e descanso. Em conversa disse-me que me ia trazer uma garrafinha cheia de areia, tal como fez quando foi a Moçambique. Eu, claro, fiquei toda feliz e pedi-lhe que me trouxesse também algumas conchas. Ela fitou-me com ar apreensivo e disse-me que não se devem ter conchas em casa, porque atraem as más energias. Hum...fiquei triste. Eu tenho tantas conchas e búzios em casa...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Soltas" de Filhos

I.
Martim
- Mãe, sabias que podes ir à Net ver o que como e onde gasto o dinheiro na Escola?
- Sim, sabia.
- Então porque é que não vais?
- Porque não sou Polícia!

II.
Encontrei o Professor João Miguel. Perguntou-me pelos resultados escolares do Manel. Eu disse-lhe. Ele respondeu-me que o tinha achado muito murcho no dia do campeonato e que eu tinha que lhe dar tempo para o surf. Respondi-lhe que não posso dar o tempo que o horário escolar não dá. Dou a tarde de sexta feira, a única tarde livre da semana. Ele tem um objectivo e para lá chegar tem de trabalhar, tem de estudar, tem de ter boas notas. Está bem, mas ele tem de descarregar a energia, deixa-o ir mais vezes...e aparece por lá também. Sentimos a tua falta.
Oh...

III.
Manel
- Mãe, sabes o Ricardo?
- O amigo do Lourenço? Sim, sei.
- Na sexta perguntou-me porque é que nunca mais tinhas aparecido na praia. Eu disse que tens sempre muita coisa em casa para fazer. Ele disse para tu ires na sexta.

Oh...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Soube-me bem...mas eu sabia que isto ia acontecer!


Eu deitada, na minha linda capulana moçambicana. O meu chapéu de sol espetado na areia, na tentativa de demarcar um território. Difícil. Eu, sem levantar corpo nem cabeça, apuro os meus radares e começo a ouvir:

- Então, onde querem ficar?
- Ai não sei, escolham vocês, a mim tanto me faz...
- Podemos ficar já aqui.
- Ai, mas a água está a subir e aqui não temos espaço para nos deitarmos todos ao sol, a direito...
- Não faz mal...a ? (não apanhei o nome, mas percebi que era estranho...) deita-se atravessada.
- Não querem antes ir ali para cima? (e eu a pensar, sim, por favor, vão!)
- Não, ficamos já aqui!

(oh, boa, pensei eu. Nem quero olhar. nem me vou levantar. Não, pensando bem, não resisto à tentação. A minha característica cusquice impede-me de ficar sossegadita a apanhar sol. Quase me assustei. Os donos das vozes eram mesmo muito maus e estavam praticamente debaixo da minha sombra! A maré continuava a subir e só ia ficar completamente cheia às 16:29. Ok Meninos, vamos arrumar para ir embora!)

Foram três horas de praia :-)
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