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A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.
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quinta-feira, 24 de março de 2011

E Agora?


Hoje celebra-se o aniversário de Houdini. Mágico. Um dos maiores da história.
Faz sentido. Associar o dia que hoje vivemos ao aniversário deste homem.
Sem que algum passe de mágica tenha sido utilizado nos últimos tempos, eis que nos vemos mergulhados num país de contestação, de greves, de manifestações, de muito descontentamento social. Não é o nosso país o único a lutar por sair de uma crise global. Os mercados, o petróleo, o preço dos combustíveis que mexe em todos os preços com que temos de conviver. Medidas de austeridade e apelos ao bom senso e à compreensão dos povos.
Magia. O que todos pedimos. Um pouco de magia que devolva a cada um de nós, e a todos, no geral, a crença em que as coisas vão mudar. Para melhor.
Infelizmente não consigo descortinar neste pedido de demissão e na marcação de eleições legislativas (para Junho?) um caminho de mudança para melhor. Não existe qualquer magia nesta situação. Ficámos sem Primeiro Ministro. Ficamos sem Governo, ou com um Governo demissionário que não irá fazer mais do que manter uma aparência de governo de um país onde poucos acreditam em alguma coisa. As eleições serão marcadas e todos iremos votar, em Junho. Daqui a três meses. Até lá, tudo estará em banho-maria. Alternativa? Lamento mas não consigo ver nenhuma alternativa real. Vamos ver o Governo PS substituído por um Governo PSD (quiçá, uma nova coligação PSD/PP) que durante um bom par de meses irá dizer que não tem outra forma de resolver os problemas deixados ao País pelo seu antecessor senão tomar medidas socialmente ... . E nós, os portugueses eleitores, vamos acreditar que realmente a culpa não é destes, é dos outros. E tudo vai ficar na mesma. Porque quem para lá vai não é muito diferente de quem lá esteve até agora. Porque as medidas de austeridade e contenção de despesas não têm como ser evitadas. Porque os preços dos combustíveis não vão descer, apesar de a sua subida fazer com que tudo suba e com que os problemas sociais se agravem. Quem não tem dinheiro não vai passar a tê-lo. Quem não tem emprego, não vai passar a tê-lo. Quem não sabe o que fazer para poder pagar as contas de supermercado, água, luz e gás, não vai passar a saber. Como por magia.
Estamos contentes por o PEC4 ter sido chumbado. Estamos contentes e festejamos a demissão do Primeiro Ministro. E sabemos o que vamos fazer a seguir? Sabemos quem queremos que nos governe? Acreditamos nessa pessoa ao ponto de passar a aceitar medidas suas como boas? Eu acredito que ainda existem algumas pessoas que poderiam sair da posição de comentadores e observadores e "aconselhadores" e assumir o governo deste país completamente desgovernado em que vivemos mas não me parece que esses queiram sair do seu lugar confortável e arregaçar mangas e sujar mãos e suar para mudar. Portanto, meus caros, o Governo caíu, o PM vai sair de cena, e nós vamos ficar na mesma. Pior, em banho-maria até Junho, depois em período de silly-season, e depois, talvez em Setembro, comecemos a ouvir falar em novas medidas. Que não vão ser, de certeza, de crescimento da economia. Do país e das Famílias...
...mas festejamos...

(ler o que escreveu PRD)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Motivação, Desenvolvimento Pessoal


Terminei o livro do Daniel Sá Nogueira.
Trata-se de um livro cujo objectivo é por-nos a pensar na pessoa que existe e nos caminhos que essa pessoa segue e persegue e quais as motivações que a levam a continuar.
Confesso que o li mas não preenchi as páginas de exercícios. Visualizei mentalmente o que poderia estar ali a escrever mas não o fiz fisicamente. Não o fiz porque quero passar este livro aos meus filhos. Primeiro aos mais velhos. Acredito que muitos dos conselhos que ali são dados são altamente motivadores. A questão do ser positivo, da forma como interagimos com quem nos relacionamos, o tipo de energia que espalhamos nos ambientes em que estamos inseridos. Tudo isto são factores muito importantes da vida em sociedade, não só para o conviver mas principalmente para o conviver com nós próprios.
Ser uma ovelha, no meio de muitas, não me incomoda. Já o facto de ser uma ovelha igual a muitas outras me desagrada profundamente e prefiro ser a ovelha cor de laranja que olha espantada para todas as que a rodeiam.
[Neste momento, conduzo um carro altamente vulgar. Igual a tantos outros escolhidos por Famílias Numerosas ou a caminho de o serem. Enquanto não fiz dele um carro completamente diferente de todos os outros com que ele é gémeo, não descansei. A uniformização por moda não é para mim. Cada pessoa é uma e, apesar de viver em sociedade e por ela ser influenciada, não pode destituir-se das suas convicções, dos seus gostos, das suas opiniões, das suas crenças. Eu gosto de ser diferente e aposto nessa diferença.]
Quanto ao optimismo, ele é, seguramente, o melhor fertilizante para que tudo o que façamos dê bons frutos. É ele que me tem servido de base na minha nova actividade e é ele a fonte do meu sucesso. Queixar-me da crise, da falta de contactos, dos telefonemas que não dão em nada, das pessoas que desmarcam à última da hora não irá trazer nada de bom. Ao contrário, se eu pensar que a pessoa x desmarcou mas eu vou conseguir encontrar a pessoa y que me vai receber, de certeza que tudo correrá melhor. Cruzar os braços nunca foi comigo. Ficar sentada no sofá à espera que algo acontecesse enquanto na televisão vão passando os programas pirosos da manhã e da tarde, também não é para mim. Eu gosto de ir à luta. De sair e procurar as oportunidades. De conversar e de fazer valer a vontade que tenho de que as coisas deêm certo! Estou, cada dia que passa, mais positiva na minha forma de pensar e estar.
É bom, mas difícil de conciliar com atitudes quase sempre marcadas por frases iniciadas por não ou por cargas negativas.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Notícias

Ouvi ontem nas notícias, na rádio, às seis da tarde,
"O Presidente da Câmara de Cascais vai aproveitar a comemoração do 9º ano de mandato para anunciar a suspensão do mandato pelo período de um ano. O Presidente apresenta razões de saúde para justificar esta decisão."
O meu estômago ficou embrulhado e senti-me a corar. Que estúpida! Não conheço pessoalmente o meu Presidente da Câmara e as poucas vezez que me cruzei com ele, geralmente em eventos relacionados com escolas, nunca lhe dirigi a palavra. Então porque me senti como se a notícia tivesse a ver com alguém que me fosse próximo?
Já aqui tenho deixado várias vezes expressa a minha opinião sobre o trabalho que a Câmara Municipal de Cascais tem desenvolvido em várias áreas. Não sendo um executivo camarário que se identifique com as minhas convicções políticas, é, com toda a certeza, um executivo camarário que me tem feito aplaudi-lo e, orgulhosamente, felicitá-lo.
Sei que o trabalho visível de uma autarquia é resultado do trabalho de muitas equipas, de muitos vereadores, de muitas pessoas. O Presidente da Câmara pode, até, ter a seu cargo apenas o trabalho de despachar favoravelmente ou fazer parar os assuntos que os seus vereadores lhe apresentam, mas eu quero acreditar que o nosso Presidente tem sido o ponto de uma máquina onde várias peças se encaixam e trabalham em grande conjugação de movimentos.
Saber que Cascais vai deixar de ser guiado pelo comandante cujo nome já pronunciávamos como se fosse da família, deixa-me um bocadinho apreensiva. Será que vamos ser capazes de sentir pelo Vice (agora Presidente) o mesmo afecto familiar que sentíamos pelo agora ex-Presidente?
O que sei é que me sinto um bocadinho abandonada.
E também preocupada. Pelos alegados motivos de saúde.
Que espero não sejam graves...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Adolescência, Violência e Género

"Gostaria de iniciar a minha participação neste Seminário agradecendo o convite que me foi dirigido.
Gostaria ainda de felicitar a Câmara Municipal de Cascais por todo o trabalho que tem desenvolvido nas área social, da educação, da juventude e da cultura.
Relativamente ao tema que aqui nos trouxe e que aqui tem sido falado durante a manhã, penso que fará algum sentido referir e realçar as dificuldades sentidas pelas Associações de Pais em comunicar e chamar os Pais/Encarregados de Educação às Escolas.
Todos nós sabemos e sentimos na pele que o tempo nos ultrapassa todos os dias, obrigando-nos a ser uma espécie de máquinas multifunções, mas penso que seria interessante conseguir encontrar e estabelecer um canal de informação eficaz entre Pais/Encarregados de Educação de uma mesma escola e Pais/Encarregados de Educação de todas as escolas do concelho. Isto porque os problemas e questões que a adolescência levanta são comuns a todos os Pais e Adolescentes e porque havendo no Concelho estruturas a funcionar que podem dar resposta e suporte a muitas destas questões de forma gratuita (e, estou a falar, nomeadamente, das Lojas Geração C), não faz sentido que os Pais e Adolescentes não as aproveitem.
A falta de participação dos Pais nas Escolas leva-nos a questionar qual o tipo de comunicação que existe entre os Pais/Encarregados de Educação e os seus Filhos/Educandos.
A comunicação, o diálogo entre Pais e Filhos, é um dos factores determinantes na prevenção e detecção de possíveis comportamentos e atitudes de violência.
A sensação de indiferença com que é visto o “trabalho” das crianças e jovens – a escola – pode ser também um factor desencadeante de atitudes e comportamentos violentos sobre os pares. As crianças e, principalmente, os jovens podem olhar e falar com os seus Pais com alguma “superioridade”, mas inconscientemente está sempre o anseio da aprovação dos progenitores e, nesta medida, demonstrar interesse pelo que se passa no dia a dia é essencial. Os Pais não devem nunca esquecer que um Filho é um projecto de uma vida inteira, é um projecto que será tão bem mais sucedido quanta a capacidade que se tenha de criar um canal de comunicação eficaz. Não se pode ter a pretensão de que os Filhos partilhem 100% do que se passa nas suas vidas, nos seus dias, mas pode-se (e deve-se) ter a certeza de que se algo não estiver a correr bem com os nossos Filhos, eles terão o à vontade suficiente para nos procurar e partilhar as suas preocupações. Aqui, quando vestimos a pele de confidentes dos nossos filhos, também devemos saber dosear as nossas respostas. Não desvalorizar completamente os anseios e preocupações (que aos olhos dos Adolescentes são sempre maiores do que na realidade são!), mas também não os empolgar.
Já muitas vezes se disse que educar é, não só uma tarefa difícil, mas essencialmente, um desafio. Um desafio que implica muito investimento afectivo e de tempo, que implica muita coerência nas regras, muita intimidade.
Temos que perceber que o tempo não passa rapidamente apenas para nós, adultos. A sensação de tempo que voa é comum aos nossos filhos, crianças e jovens. Nós adultos, sejamos Pais ou professores, temos que ter a capacidade de orientar o aproveitamento e rentabilização do tempo para que os nossos jovens não se sintam completamente perdidos.
Em jeito de conclusão, penso que será essencial reforçar a ideia da importância da criação e aproveitamento de redes de suporte e de partilha para Pais e Educadores. Tentar a dinamização de encontros periódicos de Pais, com temas de conversa e discussão de interesse comum a todos, em grupos pequenos para que se proporcione o ambiente de partilha e se diminua a sensação de constrangimento em falar perante um grande número de pessoas desconhecidas. Para os Pais, treinar a partilha entre os seus pares, será também uma forma de atingirem o know-how de que necessitam para estender o hábito da partilha às suas Famílias, aos seus Filhos."

Foi mais ou menos isto que eu disse esta manhã no Centro Cultural de Cascais. Consegui falar calmamente, mas o meu coração estava completamente parvo. Mais um bocadinho e saltaria pela boca fora!
Foi uma boa manhã!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Violência, Género e Adolescência


Na próxima quinta feira vou estar numa das mesas deste seminário organizado pela Câmara Municipal de Cascais. Mais uma vez o meu Concelho preocupado com questões sociais cada vez mais frequentes, com pessoas que sofrem e/ou fazem sofrer.
De mim é esperado que fale sobre o que pensam os Pais, sobre as estratégias que se deverão pensar em conjunto com as Escolas e as forças de segurança para que as situações de violência que envolvam jovens e adolescentes diminuam. Reuni hoje com os organizadores do seminário e com o meu colega de mesa. Trouxe o relatório que deu origem a este seminário para tentar passar os olhos e organizar as ideias para a minha intervenção. Enquanto os pequenos treinavam corfebol, fui adiantando a leitura d'"O Sindicato da Bondade" onde fui sublinhando algumas frases relacionadas com a relação entre Pais e Filhos Adolescentes, com o nível de protecção, com o nível de intimidade entre uns e outros.
Espero ter, durante as 48 horas que se aproximam, tempo para escrever uma cábula que me permita falar durante 10 minutos para uma audiência de 150 pessoas sem me engasgar, sem me emocionar, sendo precisa e concisa!
Querem ajudar dando algumas dicas úteis sobre este tema?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Orgulho

Iniciar um texto pela palavra não, parece-me algo negativista e pouco correcto, mas era mesmo por ela que eu gostaria de começar a minha reflexão.

Não faço a mínima ideia de qual é o sentimento que cada pessoa tem relativamente à autarquia do seu local de residência. Não faço mesmo ideia se cada pessoa ocupa algum do seu tempo mental a reflectir sobre este tipo de questões. Seja como fôr, ontem, após terminado o Encontro Coisas de Todos Nós no Centro Cultural de Cascais, foi com um enorme sentimento de orgulho e alegria que saí daquele espaço cultural para o sol da vila.
Cascais é uma autarquia que tem trabalhado imenso as questões sociais, da educação, da cultura, do desporto e da juventude. Sempre com uma enorme discrição e sem espalhafato, porque é assim que deve agir quem tem a humildade intrínseca.
Cascais é uma autarquia que tem trabalhado para a criação de redes sociais que funcionem. Redes sociais na verdadeira acepção da palavra, são redes de pessoas que trabalhando em locais diferentes se vão agregando em torno de um objectivo comum, unindo saberes, trocando experiências, criando um suporte sólido para que outras pessoas sejam ajudadas, orientadas.
A nível da educação/parentalidade existe o projecto Coisas de Todos Nós que é, como o nome indica, um ciclo de conversas sobre temas que são comuns a todos os que são Pais e educadores. São conversas que vão às Escolas, desde o jardim de Infância até ao Secundário, falar com os Pais sobre coisas tão básicas como as regras, os comportamentos, a adolescência. São conversas que não pretendem debitar certezas, mas pretendem, com toda a certeza, promover a partilha. Essencialmente, partilha de experiências de "fazeres", porque educar não é uma tarefa fácil. Educar é um desafio que não se limita ao dizer não, como em muitos casos nos foi dito a nós, os que agora somos Pais. Queremos ser Pais e Mães melhores do que os que tivemos e isso deixa-nos frágeis. Cheios de dúvidas e incertezas para as quais não podemos ter a veleidade de pensar que alguém terá uma resposta definitiva. Nunca isso acontecerá. Lidamos com pessoas, com Filhos, com personalidades distintas, com sentires distintos. Só por esta diversidade já a nossa tarefa educativa se torna exaustiva.
Os Encontros de Pais são o local da partilha, são quase terapêuticos, no sentido que nos mostram que todos nós, pais, temos os mesmos problemas e as mesmas dúvidas.
Hoje, ainda em estado de contentamento pelo Encontro de ontem, manifesto aqui o  orgulho que tenho na minha autarquia e no trabalho que desenvolve a pensar em pessoas.
Obrigada!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Da Matéria de Que Foram Feitos [e ainda são] os Meus Sonhos

Daqui
(blogue que acabei de descobrir e do qual já sou fã.
pelas imagens...e não só!)
Esta fotografia transportou-me, rápida e magicamente, para uma conversa que tive na passada terça feira com o meu MM nº1.
Falavamos sobre o futuro, sobre o que uma profissão pode ser, sobre de que pode ser feita uma profissão para que nunca deixemos de a amar com a paixão com que se deve amar tudo o que fazemos na vida.
Falavamos sobre a comunicação social e sobre todos os campos que pode abranger, sobre as várias perspectivas interessantes que pode ter.
Quando eu era jovem, tão jovem como este meu Filho nº2, sonhei ser médica. Não uma médica qualquer, vulgar de lineu, de consultório limpino, arrumadinho e bonito, ou mesmo de hospital, mas uma médica que atravessaria fronteiras, que viajaria para países onde a saúde não existe como um direito mas como um luxo de alguns. O meu sonho, aos 15 anos, era ser Médica sem Fronteiras. Queria sair do conforto e mergulhar de cabeça nos países pobres, no meio de pessoas carenciadas, ajudar, ajudar, ajudar. Era o sonho dos meus dias de estudante adolescente. Depois, as minhas falhas no saber matemático obrigaram-me a repensar o percurso académico e virar as agulhas do meu caminho.
A medicina de ajuda transformou-se em jornalismo de guerra. O mesmo pensamento - ir para locais de crise, de necessidade de ajuda -, porque as letras, as palavras, as frases, podem ter um impacto muito forte, podem ajudar a mudar o Mundo. Isto pensava eu na glória ingénua dos 16 anos.´
Educar Filhos é muito. Partilhar é um dos pedacinhos de educar e eu gosto de partilhar com eles. Gosto que eles saibam que eu também tive dúvidas, também tive incertezas, também andei baralhada até encontrar um caminho, apesar de não o ter percorrido até ao fim. Gosto que eles saibam que também tive sonhos e que, muitos deles, continuam a existir dentro de mim e a fazer-me lutar por eles. Gosto de lhes transmitir a ideia de que sonhar não é parvo, de que viver não é só difícil mas também é maravilhoso, de que a vida não é um caminho em linha recta e por isso os nossos sonhos podem transformar-se de um dia para o outro e o nosso percurso pode mudar de sentido, sem que precisemos de nos culpabilizar, de nos sentir estranhos.
Esta fotografia acordou em mim o sonho de poder contribuir para a mudança do Mundo. Um sonho que nunca abandonei e que tento realizar diariamente. Um bocadinho aqui, um bocadinho ali. Ajudar não custa nada. Transformar é possível!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Com Um Dia de Atraso

Deixo o laço vermelho.

Em memória dos que sucumbiram à doença
Em sinal de apoio a todos os que lutam contra ela
Em sinal de solidariedade para com todas as crianças que ficaram orfãs 

Uma chamada de atenção para todos nós
A SIDA 
pode prevenir-se e não é

uma doença de alguns!

sábado, 6 de novembro de 2010

O Lado Rosa do Fim

Há uns anos, talvez uns quinze, em conversa com outra Mãe, concluíamos que a maternidade nos tinha tornado muito mais sensíveis aos problemas dos outros, em especial aos problemas e ao sofrimento das crianças.
Passados quinze anos, continuo com a mesma hipersensibilidade quando me defronto com crianças a chorar, doentes, maltratadas e, por vezes, até alegres. Os meus olhos não contêm as lágrimas, a garganta não engole o nó que a tapa. Esta minha sensibilidade torna-me incrédula perante capas de revista onde o sofrimento aliado a crianças acaba por se traduzir em vendas astronómicas.
Ontem, numa corrida ao supermercado, não consegui deixar de me sentir completamente incrédula perante a capa de uma revista que noticiava a morte de uma criança, "depois de não ter conseguido vencer a Leucemia, após um transplante de medula óssea". Fiquei quase estática perante aquela capa. Um miúdo Tão giro, o mesmo miúdo numa cama de hospital, tubos e máscara na cara, cabeça completamente calva, uns olhos suplicantes virados para uma Mãe cuja cara era o rosto da tristeza mais profunda que se deve poder sentir - a doença e morte de um Filho. As minhas lágrimas fizeram questão de me lembrar que existiam. Abandonei o lugar frente à revista, voltei costas e vim-me embora, mas a capa ficou gravada na minha memória e as questões relacionadas com a popularização de um sentimento Tão íntimo surgem na minha cabeça.
Quão lucrativo pode ser o sofrimento de outrém?
Até que ponto será ética a publicação destas imagens?
Que espécie de pessoas somos?

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Educar em Rede

Foi a ouvir falar sobre este Projecto que passei toda a manhã, num dos locais municipais mais bonitos do Concelho - o Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal.
Este projecto, nascido a pensar em todas as dúvidas e preocupações que os Pais enfrentam, foi crescendo e já ganhou novas vertentes e o seu lugar, por mérito próprio, na rede da educação concelhia.
O que se pretende é juntar os Pais e oferecer-lhes um espaço e um tempo de partilha. As crianças/adolescentes partilham comportamentos, atitudes, gostos que os Pais nem sempre conseguem compreender e até aceitar. Estas sessões em que todos conversam sobre situações que até ali eram um problema para cada um revelam-se momentos em que, de repente, cada um dos Pais/Educadores não está só, a braços com todas as características que identificam um ou mais Filhos adolescentes. De repente os Pais conseguem transformar o que até ali lhes parecia um "bicho de sete cabeças" numa situação que os une a todos os seus pares.
O trabalho feito até se chegar ao Coisas de Todos Nós foi longo e continua a ser um caminho que todos queremos percorrer e melhorar, porque todos os que estamos envolvidos acreditamos que Educar em Rede é a opção mais correcta.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu, "Intelectual" & ET


Daqui

Este Verão fui acusada de só ler "jornais intelectuais"
Paciência. Lamento. Ou melhor, lamento por aqueles que não os leêm e preferem os jornais onde as mortes e as desgraças fazem vender muitos e muitos milhares de exemplares.
O Jornal de Letras faz-me feliz. É um jornal que leio de uma ponta a outra e que guardo religiosamente durante 15 dias, o tempo necessário para que outro número novinho em folha chegue às bancas.
Às bancas, mas não a todas. Encontrar o JL pode revestir-se de carácter de missão impossível. A forma como olham os donos de tabacarias/quiosques quando se pergunta por este jornal é como se estivessem perante um ET do mais estranho e ousado filme de ficção científica. Respostas do género "Deixámos de ter, ninguém o comprava", são frequentes.
O tempo que páro para ler este jornal é um tempo que considero uma dádiva. Gosto de ler as crónicas do José Luís Peixoto e do Gonçalo M. Tavares. São as primeiras páginas que procuro. Ler e pensar que parece tão fácil escrever tão bem! Gosto de ler as páginas dos lançamentos, descobrir quem publicou o quê e sobre quê. Gosto de ler as páginas centrais, especialmente quando o tema é a Educação. Vendo bem, gosto de o ler todo e por momentos de me sentir parte do todo que é este jornal "intelectual".
Que me desculpem os jornais generalistas. Não aguento mais crise, futebol, crimes e acidentes naturais. Preciso do oxigénio que me vem daqueles que tendo conhecimentos, fazem das suas vidas, a forma de dar mais cor e alegria às vidas de todos nós. A cultura é um bem precioso em qualquer sociedade, sendo que nos dias que correm, cinzentos e depressivos, é ela a minha salvação.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Só um Bocadinho de Política...

Da Net
I.
Ouvi esta manhã, nas notícias, que no caso do Orçamento de Estado não ser aprovado na próxima sexta feira na AR, o PR já tem um plano B - convidar Jaime Gama a formar governo. Sinceramente, acho que alguma coisa tem de acontecer e rapidamente. Não sei se esta sensação é só minha, mas há um tecto pesado sobre as nossas cabeças. Há um peso que nos impede de respirar mais fundo do que o estritamente necessário. Há uma sensação colectiva de desacreditamento (não sei se esta palavra existe!) que nos faz sentir deprimidos, cada dia mais, cada dia mais. Alguma coisa tem de acontecer. Por favor, que aconteça rápido. Estou à beira de um ataque de nervos!

Da Net

II.
Presumo que esta hipótese de formação de novo governo seja uma solução transitória até que seja marcado novo acto eleitoral. A ser assim, seria bom que cada um de nós pensasse bem no que Não quer que continue a acontecer e no que Quer que passe a acontecer. Seria bom que em vez de cada um de nós pensar que a política é uma M.... e que quem vai para o poder pouco ou nada muda em relação a quem o antecede, pensássemos que é a cruzinha que desenhamos dentro de um quadradinho que decide tudo o que vai acontecer nas nossas vidas daí para a frente. Seria bom que as contagens não dessem quase maioria a brancos, nulos e abstenções e revelassem uma verdadeira escolha, um caminho que todos quisessemos seguir.
Como estamos, não podemos continuar. Isso é garantido!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Comemorações e Inaugurações em Dia de Aniversário da República

Da Net,
Fundação Champalimaud
Discursos.
Palavras e palavras.
Um governo que mal se equillibra numa corda bamba
Um PR que vai preparando o terreno para a re candidatura
Um governo que precisa de se apoiar em obra feita para limpar um pouco da má imagem na opinião pública
Escolas novas
A Educação deveria ser a pedra de base de qualquer sociedade
Nas Escolas Novas hão-de existir computadores e quadros interactivos
Nas Escolas Novas hão-de faltar assistentes operacionais (vulgo, contínuos)
Um PR que faz discurso a Pais e Alunos de uma Escola em Lisboa (o meu Liceu)
Um particular que morre e deixa em herança a criação de um projecto inovador e ambicioso
Um projecto que em menos de dois anos se transforma em realidade
Investigadores, Premiados pelo Nobel, cientistas e muitas pessoas anónimas
Dão corpo à herança do particular
Nascem esperanças
Nos que sofrem de doença oncológica
Em todos nós
A humanidade

quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Colecção i

[...]
«Assim viemos expondo, tais como os compreendemos, os elementos da crise política que se desenha, e que, nascendo da nossa crise crónica, a crise económica, se vai ajuntar a ela ajudando a agravá-la por diversos modos.
A situação é esta. Uma parte importante da Nação perdeu totalmente a fé (com razão ou sem razão) no parlamentarismo, e nas classes governamentais ou burocráticas que o encarnam; e tende, por um impulso que irresistivelmente a trabalha, a substituí-las por outra coisa, que ela ainda não definiu bem a si própria. Qual pode ser essa outra coisa? Que soluções se apresentam?»
Excerto de texto publicado em 1890
in Revista de Portugal
Textos Políticos,
Eça de Queiroz,
Centauro
(sublinhado meu, em 2010)

A Crise A Austeridade As Caras Fechadas no sol(o) português

Daqui
De que vale esconder a cabeça, a cara entre as mãos?
A austeridade vai cair-nos em cima de qualquer modo.
Vivemos num país inundado de sol e coberto por uma população maioritariamente infeliz, carrancuda e desanimada. Abafados pela palavra crise que nos esmaga há tempo suficiente, fomos agora "premiados" com decisões que nos indicam caminhos de mais austeridade e dificuldades. Só não percebo onde poderemos "cortar" mais e poupar mais.

Talvez deixando de comer, uma vez que o IVA vai subir 2%.
Talvez deixando de comprar livros e jornais.
Talvez acreditando que cinema e teatro e espectáculos não passam de conceitos aos quais não corresponde nenhuma realidade física.
Talvez deixando de nos mexer, porque o movimento causa gastos de energia.

Vamos ser um país de gente parada, ainda mais parada. Queixamo-nos de que pouco ou nada evoluímos, de que pouco fazemos, mas como sobreviver a tanta dificuldade?
Preciso de acreditar que os tempos de sacrifícios que temos vivido irão terminar um dia. Um dia respiraremos fundo e poderemos dar pausa ao cálculo mental permanente em que vivemos.
Precisava de acreditar (mesmo sabendo inconscientemente que seria mentira) que os que ganham muito mais do que aquilo que qualquer um de nós consegue imaginar, também vão aderir a este plano de austeridade de forma real. Cortes reais em salários que se assemelham a pequenas heranças mensais talvez poupassem mais dinheiro ao Estado. Proibição, punida com penas reais, de gastos supérfluos como viagens, despesas de representação, carros e combustíveis. O pior é que neste campo, a crise não passa de um cenário onde se movem personagens pequeninos de quem ninguém conhece os nomes...nós, os que pagamos impostos, taxas, etc.

"No próximo ano lectivo todos os alunos vão ter direito a manuais escolares gratuitos graças a bolsas de livros usados nas escolas", ouvi esta manhã na rádio. Interessante. Algo que muitas escolas e grupos de Pais/Encarregados de Educação andam a tentar há muito tempo e não conseguem dinamizar. Como é que se vai conseguir pôr essa medida em funcionamento? Vamos deixar, finalmente, de ter livros a mudar de ano para ano só porque "sim", quando as mudanças reais são de quatro em quatro anos?

Escondo a cabeça e a cara entre as mãos. Respiro fundo porque preciso que o ar (que ainda não pago para respirar) me entre nos pulmões, me renove por dentro, me refresque o cérebro. Fecho os olhos, porque o Sol, apanágio do nosso belo país banhado pelo belo mar, me fere os olhos. A escuridão é o que nos rodeia.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Novo Ano Lectivo - Materiais, Livros e Contas...[muitas contas]


Este ano, numa lógica de economia familiar, decidi que não iria comprar manuais, a menos que não os conseguisse via empréstimo. Para além de poupar (muito) dinheiro, estou também a contribuir para a sustentabilidade do planeta, não contribuindo para o desperdício de mais papel no final do ano lectivo.
Pus-me em campo e, contacto a contacto, lá fui conseguindo reunir os manuais de que iríamos precisar cá em casa para enfrentar mais um ano de escola. 7º e 10º anos. Consegui todos os manuais e cadernos de actividades. Que bom, pensei. A vida não está mesmo fácil e uma conta de água relativa a uma fuga no quintal arrasou com todo o nosso orçamento no regresso de férias.

"Mãe, o meu livro de Matemática é diferente do dos outros. O que vale é que o da Profª é igual ao meu.", discurso do Manel (10º ano);
"Mãe, o livro de Matemática que eu tenho não é igual ao dos meus colegas.", discurso do Martim (7º ano)

Ouço estas frases quase gémeas, ditas com uma diferença de 24 horas, quase com indiferença. Se existe alguém a quem se aplica a célebre frase "Um almoço nunca é de graça", esse alguém sou eu. Estava a considerar a hipótese de ser mesmo muito sortuda, por não ter de comprar livros. Aborrece-me esta política dos livros. Mantêm-se capas, mantêm-se autores e nome do manual, muda a ordem das páginas, razão suficiente para que os professores aconselhem a compra do livro deste ano. Já me aconteceu uma vez, também com matemática.
Não sendo nem tendo sido nunca beneficiária da Acção Social Escolar, debato-me, ano após ano, com a exorbitância de preços de manuais e material escolar que se acumula em listas completamente impossíveis de compreender (este ano, para o 4º ano, foram pedidas três resmas de papel e quatro cartolinas grandes...). Diz-se que o ensino obrigatório é gratuito. Se o compararmos com o particular, poderemos considerá-lo gratuito visto ñão sermos obrigados ao pagamento de mensalidades, mas se pegarmos na definição de gratuito e a aplicarmos ipsis verbis, teremos tudo menos um ensino sem custos. Não consigo compreender que num país em crise, todos os anos, se alterem interiores de manuais escolares para que os Pais/Encarregados de Educação tenham de comprar novos exemplares quando os poderiam reciclar de amigos, irmãos, primos.
Compreendo que as escolas públicas não tenham orçamentos que lhes permitam fornecer o material básico aos seus alunos, o papel. Já não compreendo porquê.
No meu caso, somos uma Família Numerosa, com um só vencimento, com despesas com habitação, alimentação, saúde, educação. O único vencimento é declarado na totalidade e, assim sendo, é decidido, por quem de direito, não haver lugar a acção social escolar. No entanto, casos há, em que havendo a hipótese de não se declarar a totalidade do que se aufere, há também lugar à concessão do dito apoio.  Por mais vigilância e controle que existam por parte das Finanças, estas situações vão sempre acontecer, porque vão sempre existir formas de "fugir" e, assim sendo, o sistema nunca será justo. Por mais que se acabe com subsídios por um lado e se tente tornar mais justos os que subsistem, nunca existirá essa justiça.
É discurso unânime em todos os quadrantes políticos que as famílias vivem momentos de grandes dificuldades, resultantes da situação económica e financeira difícil que se vive nas sociedades mundiais actuais. Então, porque não se criam medidas que possam aliviar algumas dificuldades? Porque não se dão orientações para que os manuais sejam reutilizados? Porque não se dão orientações para que o material pedido no início de cada ano lectivo seja o minimamente indispensável e não o que presumivelmente se irá utilizar durante um ano lectivo inteiro?

No final do mês de Setembro, tratarei de comprar os livros cujas páginas mudaram de sítio.

sábado, 11 de setembro de 2010

Nine Eleven, One More Year


Primeiro foi o estrondo, o embate sentido na estrutura, nos corpos.
Depois veio o fumo, a asfixia, o pânico, a fuga, a não consciência do que se passava, a consciência de que a morte tinha vindo cedo demais.
Passam hoje nove anos.
Os que partiram, partiram de um modo brutal, doloroso, descabido.
Os que ficaram, guardam memórias em formato de imagens incompreensíveis.
O Mundo asssitiu incrédulo e nunca mais foi o mesmo.
Resistimos.
Não nos tornamos mais fortes.
Apenas percebemos que o Homem pode ser a fonte do seu próprio sofrimento.

sábado, 31 de julho de 2010

Sábado, Quase de Férias, Stress de Última Hora


Este ano as matrículas foram caracterizadas por uma nova modalidade: a existência de uma Central de Matrículas. Para evitar cunhas, para que fossem assegurados os critérios de ingresso dos alunos nas escolas a que realmente pertencem, foram as razões dadas para esta inovação de última hora. Fiz, calma e serenamente as matrículas e nem me passou pela cabeça a ideia de que teria de confirmar que os dois rapazes mais velhos iriam ficar nas escolas onde os matriculei. Estava, portanto, completamente, "na boa".
Ontem, quase às nove da noite, recebo um sms de uma outra Mãe perguntando se eu sabia que as listas de alunos aceites na Escola de Stº António da Parede já estavam publicadas e que o nome do Martim não estava lá. Fiquei logo em pulgas. Às nove da noite, do último dia útil do mês de Julho, véspera de saída para férias de maior parte dos Pais e Mães de alunos adolescentes deste país? Eu não queria acreditar no que me estavam a dizer. E se não está naquela Escola, a que Escola foi parar? E que raio de sistema é este que retira um aluno (neste caso, mais do que um, da mesma turma de 6º ano) de uma turma, de uma Escola e não envia uma comunicação ao Encarregado de Educação? Claro está que peguei em mim e nos meus contactos e toca de desatar a teclar. Mails para um lado, sms's para outro, esquema montado para na segunda feira de manhã me "plantar" na secretaria da Escola e pedir explicações.
Se a dita Central de Matrículas pretendia evitar o factor "cunha", pressinto que não vai conseguir mais do que o que se fazia no meu tempo de "ciclo preparatório" - a Escola escolhida pelos Encarregados de Educação não era a da zona de residência, então descobria-se um amigo ou familiar que vivesse na dita zona e dava-se aquela morada como sendo a do Aluno. Vamos voltar a este sistema? Não tem sido dito que os Encarregados de Educação devem ser livres de escolher a Escola que querem para os seus Filhos? Não me parece que isso esteja a acontecer. Pior. Não acontece e quem está à frente da Escola também não age da melhor forma.
Mais um stress para anteceder as férias. Mais uma "merdice" para nos atrasar a saída, porque não sei realmente quanto tempo vou demorar a resolver este assunto. Mais uma experiência negativa relativamente ao nosso sistema de ensino, às directrizes do Ministério da Educação.
Triste.
Publicamente: triste a forma como se resolvem as coisas em Portugal. Como se mexe com a vida das pessoas sem se ter qualquer tipo de consideração/respeito. Quando é que eu iria saber desta alteração? Em Setembro, quando voltasse? E os livros? Por mero acaso não os comprei, porque a primeira tentativa foi arranjar os livros emprestados. Já cá tenho alguns. Quando é que a Escola me notificaria? Durante o mês de Agosto quando eu não estivesse cá para abrir a caixa do correio? Telemóveis? Custam dinheiro. Mails? Não os sabem escrever? São grátis e imediatos!
Estou pior que estragada com tudo isto.
Segunda feira lá estarei. Uma certeza tenho desde já. Uma escola que age assim, não me serve. Como tal, o próximo filho não irá para lá. Irei arranjar uma morada emprestada para que ele possa fingir pertencer a uma outra escola.
Que tal?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Efeito Borboleta

A Clara foi professora de Educação Física da turma da Catarina. No 12º ano.
Ao terminar o ano lectivo decidiu que tinha de sair para o Mundo. Ajudar quem precisa de ajuda, viver fora da civilização durante o tempo que fosse necessário para que o seu projecto de auxílio se concretizasse e os resultados fossem visíveis.
Saíu da vida confortável e pacífica e mergulhou de cabeça num projecto que a punha a pedalar muitos kms por dia para ir trabalhar, suportando temperaturas que chegaram a atingir os 50º. Durante o tempo que esteve em Moçambique, foi registando o seu dia a dia e também dando notícias de si e das pessoas com quem se cruzava num blogue - Efeito Borboleta. Mais do que uma vez, ao ler as palavras da Clara, ao ver as fotografias, dava por mim em lágrimas, a pensar como é fácil a vida que temos, como estamos longe das dificuldades de muitas pessoas por esse mundo fora. Fui seguindo a Clara atentamente, lendo-a e comentando-a. Descarada como sou, não hesitei em lhe pedir que me trouxesse uma capulana para juntar às que já tenho e que me acompanham para a praia. Depois de muitas combinações e alterações, e deixando pendente a promessa de um lanche cá em casa com antigas/os alunas/os, encontrei-me hoje com ela e recebi um novo pano mágico.
Agora em Portugal, a Clara não vai cruzar os braços, instalar-se de novo numa vida confortável e esquecer o que viu e quem sabe que continua a precisar de ajuda todos os dias. Está empenhada em criar uma Associação que apoie projectos que sejam formas de ajudar em Moçambique. Para que consiga levar este seu projecto avante, a Clara precisa de contactos, de empresas com consciência social que materializem os apoios.
Este meu post é a minha ajuda à Clara. Divulgar o que ela pretende fazer, num país que eu sinto como meu. Se puderem, ajudem. Se conhecerem pessoas que possam eventualmente ajudar, divulguem. A consciência social e cívica não é uma das características mais fortes dos portugueses, mas nunca é tarde para começar! O efeito borboleta é isso mesmo - ajudando a Clara aqui, em Portugal, podemos estar a ajudar muitas pessoas a muitos milhares de kms de distância e podemos mudar as suas vidas.

ps - quando a máquina tiver bateria, ponho aqui a fotografia da capulana nova!!!
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