Sem palavras na cabeça fico vazia.
Solto os dedos e eles não querem obedecer-me porque também não gostam de me sentir vazia. São inseguros e não querem assumir o controle deste escrever.
Solto os dedos e eles não querem obedecer-me porque também não gostam de me sentir vazia. São inseguros e não querem assumir o controle deste escrever.
Sem palavras na cabeça fico vazia.
Procuro mais dentro de mim. No coração. Provoco-o, obrigo-o a abrir a porta e a falar comigo. Está sobressaltado. Quer arrumar emoções e não consegue. Anda num tumulto. Queixa-se do trabalho que lhe dou. Não quer falar sobre tudo o que lhe pedi segredo. Fecha-me a porta na cara e não me ajuda.
Sem palavras na cabeça fico vazia.
Peço à minha cabeça que se ordene. Que pare. Que me deixe serenar. Que acalme o coração e obrigue os dedos a escrever. A cabeça confunde-se. Pensa. Imagina. Voa. Leva-me para lugares distantes. Traz-me quem quer, impõe que veja, sinta e queira.
Desligo.
Saio.
Voo.
Mergulho no Mundo que a minha cabeça vazia me oferece.
2 comentários:
Para quem não tinha palavras, elas acabaram por lhe obedecer muito bem. Muito bem, mesmo.
Beijinhos
Quando precisamos encontramos as palavras, elas podem é chegar de um modo que não queremos ou não compreendemos, mas acabam sempre por fazer sentido :)
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