Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Telemóveis e Crianças

5º Ano de escolaridade. Turma de 20 e tal alunos entre os 10 e os 11 anos. Aula de Área Projecto.

- Stôra, posso tirar o telemóvel da mochila, só para o desligar?

Autorização concedida. Pergunta sobre quantos, naquela turma, têm telemóvel. Todos os dedos no ar à excepção de três alunos. A professora deu os parabéns a estes três.

Isto aconteceu, ontem, na turma do M.M.2. Um dos que não tem telemóvel. Não pretendo apontar o dedo a todos os Pais/Encarregados de Educação daquela turma. Cada Família funciona dentro da sua organização e das suas regras. A minha opção de não dar telemóvel aos 10 anos prende-se com uma questão de economia familiar mas também de alguma racionalidade. Que necessidade de telemóvel tem uma criança desta idade? Aceitação social pelos outros colegas? Estar sempre contactável?

Sou da opinião de que a aceitação social não deve ser feita com base no que cada um tem, mas sim no que cada um é. Quanto à contactabilidade dos nossos filhos, a Escola tem um PBX que eles podem utilizar e para o qual nós podemos ligar se houver algo de urgente a comunicar-lhes (a Escola tem 300 e poucos alunos).

Posso ser considerada antiquada, cota, mas a forma como é feita a gestão da minha Família nada tem a ver com modelos de consumismo e de facilitismo. Somos uma Família Numerosa, temos uma boa casa, despensa e frigorífico abastecidos. Tudo o resto é supérfluo. Não sinto peso na consciência por não dar aos meus Filhos determinados luxos que outros Meninos/Jovens das idades deles têm. Não sinto peso na consciência por não alimentar caprichos. Não sou melhor do que ninguém. Sinto que estou a criar quatro pessoas que devem viver no mundo real e não na ilusão de que tudo é fácil e aparece com um estalar de dedos. A vida não é fácil e o estalar de dedos só funciona nos filmes. Sinto orgulho quando, em pequenas situações do dia-a-dia, percebo que estes ensinamentos funcionam e que os meus Filhos se revelam pessoas sensatas.

Por tudo isto, há quem continue sem telemóvel...

11 comentários:

Miepeee disse...

Concordo com tudo o que foi escrito. Quando vejo uma crianca com um telemovel penso e quando for mais crescida o que é que lhe vao comprar, o que é que a vai satisfazer? Acho que tudo o que é desnecessario nao deve ser dado, é importante mostrar que as coisas custam dinheiro e que para tal é necessario trabalhar, transmitir a nocao de responsabiliade.
Infelizmente vive-se numa sociedade que o que conta sao as aparencias.
Se tu es cota eu tambem sou :)
Beijinho.

Rita disse...

Concordo plenamente, parabéns :)

Anónimo disse...

Não poderia estar mais de acordo!
DAQUI TE tiro o chapeú.
És grande!

S disse...

sim! estou completamente de acordo consigo! apesar de ser, agora, dependente do telemovel.
Parabens =D

BlueVelvet disse...

Não tens nem ideia de como estás certa.
Só verás mesmo, quando eles forem mais velhos.
Parabéns pelas tuas opções.
Bjs

Si disse...

Numa altura em que os telemóveis são feitos para consumidores de todas as idades - podem não saber falar, mas sabem a tecla em que carregar!!! - tive sempre e exactamente a mesma opinião. A A. só teve telemóvel no 10º ano e porque mudámos de casa e deixámos de ter telefone fixo. Antes, nunca fez falta!
Excelente postura!

Mafalda disse...

Tens toda a razão
O que mais interessa é ter boas notas, ser responsavel, respeitar os adultos e colegas e claro ter comida e roupa para vestir.
Se depois de tudo isto tiverem um telemovel, para ser usado em caso de emergências melhor.
A minha tem, mas porque não falha com nada que descrevo em cima.
Bjcas e bom fim de semana (apesar do tempo)

Filoxera disse...

E continuam muito bem. Por todas essas razões e, provavelmente, até por questões de saúde.
Beijos.

MariaV disse...

Tem piada, era a este tipo de necessidade de dizer "não" aos filhos que me referia no meu post de ontem lá no meu cantinho.

Júlio disse...

Não é uma atitude cota, nada disso. concordo plenamente.
**

V. disse...

Sensatas e maduras, de ecrteza.

Como sabes não tenho filhos só posso falar pelo que vou vendo doso utros. E o que vou vendo é que a imagem que ospaispassam aos filhos (a maioria) é que a vida é fácil e que tudo está ao alcance.

(E daqui poderíamos partir e ficar horas e horas a falar!)

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