Acabei. Fica aqui um bocadinho...do meio da págª 154. Um discurso, um pensamento que tem muito de verdadeiro.
"[...]
Eu sempre quis ser escritor. Toda a minha vida tive esse sonho. Tu sabes disso, August. Há uma quantidade de anos que te mostro as minhas indigentes tentativas literárias, e tiveste a amabilidade de as ler e comentar. Encorajaste-me, e estou-te muito grato por isso, mas ambos sabemos que não valho nada. As coisas que escrevo são pesadas, insípidas, não têm interesse nenhum. Em suma, são uma merda. Todas as palavras que escrevi até agora não passam de pura merda. Há dois anos que deixei a universidade, e passo os meus dias sentado a uma secretária, a atender chamadas numa agência literária. Que raio de vida é essa? É uma porra de uma vida tão segura e tão estéril que já não aguento mais... Eu não sei nada de nada, August. Eu não fiz nada de nada. É por isso que me vou embora. Para viver uma coisa que não gira em torno de mim. Para mergulhar de cabeça no grande muundo, neste mundo abjecto em que vivemos, para descobrir o que é que sentimos quando somos actores no palco da história.
[...]"
2 comentários:
em suma................
jocas maradas de palavras
Doloroso... como quase tudo o que já li de Paul Auster, por sinal um dos contemporâneos de quem mais gosto
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