Mais um dia que chega ao fim. Respira fundo. Sai para a varanda e respira o ar do anoitecer. Já não se sente o calor das noites de Verão. Está fresco, pressente-se a maresia, a proximidade do oceano que tempera e perfuma o ar. Acende um cigarro e inspira profundamente. O cigarro do fim do dia, o primeiro e único cigarro do dia, o momento, o seu momento de pausa. Introspecciona-se. Sente-se diferente. A quebra da rotina resultou como se tivesse feito um tratamento de sono. Os medos, as dúvidas, as dores causadas pelas palavras ditas e pelas caladas, esfumaram-se. Desapareceram num tempo que lhe parece longínquo. Quer permanecer nesta paz agora encontrada. Ou construída. Ou sempre esquecida. Planeia reinventar-se. Planeia. Será que o centro das suas questões não está sempre na sua necessidade de planear, de ser perfeita, de não errar? Planeia. Planeia não planear e deixar fluir. Viver o que acontecer com a calma da aceitação. Sente-se diferente e sente-se bem.
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