Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Bálsamo


Não me pergunto porque escrevo. Escrevo porque sim, porque faz parte de mim enquanto pessoa, porque me faz sentir bem. Não me pergunto para quem escrevo. Se pensar muito nisso, chego à conclusão de que escrevo para mim. Mesmo quando parece haver um destinatário no meu texto esse destinatário sou eu. Descubro que a minha escrita funciona como um "divã". Quando abro este espaço de partilha e solto as minhas palavras, solto pedaços de mim. Verdadeiros ou inventados, vividos ou apenas sonhados, são pedaços de mim que voam e que atingem (ou não) quem os lê. Revejo a minha escrita. Os sentimentos estão sempre presentes. Talvez porque em mim os sentimentos andam sempre à flor da pele, não me sendo fácil separar-me deles quando me sento a escrever. Talvez por isso não me seja, também, fácil, inventar outras pessoas. Há tanto de mim que precisa de ser escrito, não faria sentido inventar outros que me roubassem os meus sentires. Questiono-me sobre a capacidade, infinita ou não, de pensar novas conjugações de palavras, de sentir novos sentimentos. Por vezes sinto as palavras hesitantes. Quero-as mas elas não se soltam, não se deixam voar. Nessas alturas assusto-me e penso que talvez tenha de parar. Passar uns dias sem escrever, sem as atormentar. Impossível. Há em mim uma atracção pela palavra escrita que me obriga a usá-la. Diariamente. Muitas vezes por dia.
Como um bálsamo para as dores de alma.

1 comentário:

Mr. Me disse...

Eu compreendo-te tão bem. Escrever é o prolongamento da imaginação e nada melhor que a imaginação para nos abstrairmos do resto do mundo.

Fiquei teu fã.

Beijo

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