Alinham-se. Amontoam-se. Uns em prateleiras, outros em gavetas. Lavados e perfumados, secos ao ar e ao vento, esticados e depois vincados. Os lençóis. Prefiro-os antigos. Os que dão luta a engomar. De linho ou de tecidos que já não se usam, cheios de bordados executados por mãos pacientes em dias com vinte e quatro horas mais longas do que as que agora vivemos. Com rendas feitas com linhas Âncora, compradas nas Lojas Ferrador, em tardes prazeirosas com a telefonia por companhia. São muitos os que habitam as minhas gavetas. De cada vez que as abro repouso os olhos dos dias presentes e mergulho nos dias passados em que assisti a muitos movimentos da agulha de croché a trabalhar a linha branca. Escolho sempre criteriosamente os lençóis com que faço a cama de lavado. Gosto que todos tenham o seu momento de glória, bem esticados sobre a cama, orgulhosos dos vincos que lhes imprimo quando lhes passo com o ferro de engomar por cima. Fronhas a condizer, nem sempre obrigatoriamente iguais, mas a condizer sempre. Duas almofadas para cada lado da cama, duas de fronha branca, duas de fronha colorida. E o cheiro da roupa lavada invade o quarto e enche-me de orgulho do trabalho bem feito!
1 comentário:
Tb gosto desses lençois , brancos , bordados, a cheirar á casa da tias, na aldeia.
Bjs
teresa a.
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