Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

sexta-feira, 5 de março de 2010

[Este texto é dedicado a uma das minhas "sobrinhas" que está a passar por um momento difícil. Para ela.]

Se para muitos é a célebre frase "o dinheiro faz girar o Mundo" o seu lema de vida, para mim, é cada vez mais certo que o que faz girar tudo é um sentimento. Lamechice? Talvez. O que é certo é que o Amor tanto nos enche de energia e coragem para superar as maiores dificuldades, como é capaz de nos deitar por terra, em perfeito KO, sem que tenhamos sequer capacidade de discernimento  para compreender o que nos está a acontecer.

Quando o sentimento amor se alia ao vocábulo "primeiro", então é que as coisas ficam bem mais complicadas. O primeiro amor vive-se com a intensidade da descoberta. É a paixão numa versão quase inocente, quase infantil; é a ternura que escorre em todos os gestos e olhares; é o medo de que tudo não passe de um sonho, de que o/a amado/a desapareça como por magia se não estiver sempre por perto. Quando se vive o primeiro amor ainda não se pensa em traições, ainda se acredita que aquele amor vai ser o único e para sempre. Como se fosse possível. Como se duas personalidades conseguissem um estado de perfeito entendimento e sintonia desde os 15 anos até à eternidade. Nós, os adultos, olhamos para eles, perdidos de amor, derretidos por tanta paixão e não conseguimos evitar o suspiro, a nostalgia dos nossos primeiros amores. Se formos bonzinhos conseguimos evitar as palavras que pensamos "vê-se bem que têm a idade que têm e que vivem o primeiro amor" e até conseguimos, por momentos, pensar que um amor para toda a vida ainda é possível de encontrar.

Quando menos se espera, alguma coisa corre mal (mas o que é que pode correr mal aos 15 anos? ainda não há contas para pagar, carreiras para pôr à frente da relação, filhos a diminuir os momentos a dois!). Há um que sai do conto de fadas. Há um que fica a chorar. Perdido nas recordações, revoltado pelo abandono, indeciso entre guardar o que foi bom ou simplesmente esquecer que aconteceu.

Guardar o que foi bom! Sim. Para sempre. Até mesmo a experiência do fim, deve ser guardada. Sem raiva, com a tristeza própria de quem vê um sonho bom terminar, porque a vida real é assim. Não existem "vidas belas" eternamente e essa é uma realidade que devemos saber encarar. Existem vidas. Com altos e baixos, com sol, chuva e vendavais. A nossa inteligência será confirmada ao sabermos lidar com todas as facetas que a vida nos oferece. Com um sorriso nos lábios, com uma lágrima ao canto do olho, mas sempre com a determinação de que viver vale a pena e o sentido da vida está nas nossas mãos!

Sem comentários:

Blog Widget by LinkWithin