NÃO MUITA VEZ
Não muita vez nos vemos, mas, se poucos
amigos há para falar
dos quais me sirvo de relâmpagos, de todos
é ele o que melhor vai com a minha fome.
Os dedos com que me tocou
persistem sob a pele, onde a memória os move,
Tacteiam, impolutos. Tantas vezes
o suor os traz consigo da memória, que não tenho
na pele poro através
do qual eles não procurem
sair quando transpiro. A pele é o espelho da memória.
in Poesia Completa, 1979-1994
Publicações D. Quixote
(OBRIGATÓRIO TER&LER)
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