Emprestado pela Marta
Somos um país de Fado. Destino e canção fazem de nós pessoas tristes e melancólicas, pouco pró-activas e muito fatalistas. Temos a tendência natural para ver o lado escuro e ignorar o lado mais luminoso das coisas. Temos vivido dias complicados. Longos e complicados, em que as notícias nos bombardeiam com as dificuldades e com a necessidade de sacrifícios por parte de todos. E nós, cá vamos andando. Cabisbaixos, amarfanhados por tal triste fado. Como se não bastassem todos os cortes, todos as não-despesas, caem-nos agora em cima medidas drásticas de austeridade com aumentos de impostos sobre bens essenciais e não só, com cortes em subsídios. Objectivamente não sei em que é que poderemos "cortar" mais e o que dizer desta vida que levamos, em que os dias de trabalho são cada vez mais longos, retirando horas ao lazer e à família. Somos o país que mais medicamentos anti-depressivos consome. As pessoas tentam minorar a tristeza, a frustração, o fado que as invade, mas a realidade mantém-se. Dura. Apesar do químicos. A crise continua. Implacável. Sempre! O Mundo evoluíu rapidamente, as sociedades alteraram radicalmente, em alguns casos, a sua dinâmica, mas as pessoas pagam um preço demasiado alto por tanta evolução, por tanta mudança. E vivem como se uma bruma as envolvesse, as cegasse, impedindo-as de ver o outro lado. Se deveria ter um pensamento positivo? Provavelmente deveria, mas as perspectivas não se me afiguram muito sorridentes...
1 comentário:
Hoje ofereci as cores da minha paleta
A uma amiga na sua dor
Ouvi seu choro ao meu ouvido
No fatalismo do desamor
Hoje o sono acordou-me
A nostalgia agitou suas asas cinzentas
Esqueci no acordar o ultimo abraço
E contei as nuvens que eram tantas
Doce beijo
Enviar um comentário