Estou aqui emperrada nas palavras.
Escolhi este desenho do João Catarino pela ideia de existir uma pessoa no centro do desenho que se destaca de todas as que estão sentadas. Nestes dias, uma das pessoas cá de casa tem ocupado o centro dos meus pensamentos e tem-me feito reflectir muito sobre a fase da vida que é a adolescência. Do senso comum que a adolescência é uma altura em que Pais e Filhos se chocam, em que Filhos se isolam, em que Pais desesperam. Da minha experiência, a adolescência no feminino foi uma fase completamente pacífica. Sem "armários", sem crises existenciais, sem choros, risinhos ou parvoeiras. Até as saídas nocturnas foram completamente normais, ou seja, razoáveis e nunca uma regra. Eis que chega a adolescência do primeiro rapaz. E aqui chegada e salientando que não tenho qualquer razão de queixa reconheço que nem sempre é fácil lidar com esta fase da vida, o que também me faz perguntar se são eles que são "adolescentes/aborrecentes" ou se somos nós que nem sempre temos a capacidade de entender o que com eles se passa. Vou fazendo o meu melhor. Vou conversando. Vou ralhando. Vou mimando. Vou alimentando a auto-estima e reforçando a confiança que tenho. Vou exigindo responsabilidade. Vou exigindo respeito e cumprimento de tarefas em casa (o lixo, por exemplo, é uma das tarefas que compete aos rapazes e que gera sempre confusão!). E mesmo assim, vou-me sempre perguntando se não estou a faltar em nada, se um dia, quando forem adultos, vão reconhecer tudo o que fiz e amar-me infinitamente. Tal como os Amo a eles.
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