A minha Capulana moçambicana
As horas de "liberdade" já estavam a terminar. De pé, na areia hoje quase vazia da minha praia graças ao vento, dobrava a minha capulana e enfiava livro e jornal dentro da mala para regressar a casa. Do muro das esplanadas chegavam gritos e mais gritos. Tentei fixar o olhar e concentrar-me no que se estaria a passar. Três polícias rodeavam uma pessoa que gritava desmesuradamente. A princípio pareceu-me uma criança, mas de repente eis que a dona da voz salta para a areia tentando escapar aos polícias que a cercavam. Atrás dela salta um polícia. Outro corre muro fora para vir em auxílio do saltador. Uma verdadeira cena de série de polícias e ladrões à portuguesa. A voz foi agarrada novamente, não parando de gritar. Que estava a ser raptada. Que tinha um filho para criar. Dizendo um número de telemóvel e pedindo a quem passava que ligasse e dissesse que ela estava a ser raptada. E as algemas entram em acção. Ainda perguntei a um dos nadadores/salvadores o que tinha acontecido, mas ele também não sabia. Vim-me embora. Sem saber a razão da detenção!
2 comentários:
podes imaginar um romance policial ! ;-)
é tão bom demorar-me por aqui.
vir repousar, aqui, alguma alma.
obrigada Vera.
bjo
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