Daqui |
que a vida não é propriamente um mar de rosas, já todos nós sabemos. vem-nos inscrito no ADN tal como as capacidades de andar, falar e pensar. a menos que nasçamos num ambiente de redoma, a nossa capacidade de resilência vem-nos nos genes.
uns desenvolvem-na mais, por maior capacidade de enfrentar dificuldades e obstáculos, por dificuldades da própria vida. outros caem mais facilmente, abandonam-se aos seus lados lunares, sofrem e definham, sob o peso do peso que a vida traz. outros ainda parecem não precisar desta capacidade, tudo lhes surge fácil, as dificuldades são tão comezinhas que comezinha é também a forma de as resolver. e sorriem o tempo todo. e brincam. e a vida é-lhes leve.
recolhimento. há quem faça dele um modo de vida. clausura completa. silêncio total. como viver sem outros se não existir uma força maior que guie esses passos, esses lados lunares? como se alcança essa força maior que guia passos, que substitui tudo, que torna tudo supérfluo?
a vida pesa. a vida cansa. marca a cara. fecha os olhos de dor. resiste a cabeça que quer continuar livre, presa a um corpo que determina a mortalidade, a prisão às regras. pergunta a cabeça qual o destino para onde se caminha, para onde a leva o corpo. e a vida não pára. não cede à vontade de abrandar. não dá tréguas. empurra sempre.
a vida pesa tanto.
a vida dura tão pouco.
a vida que passa.
em lados maioritariamente lunares
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