Mercado de Arroios Arquivo Fotográfico Municipal |
O afonso tem andado a escrever sobre Mercados Municipais e a escrita dele tem-me feito recordar dois. Diferentes. Que frequentei em alturas diferentes. O mercado de Arroios e o mercado de Picoas.
O Mercado de Arroios é o mercado de bairro da minha infância. Grande, circular. Neste mercado passeava com a minha Avó. Era ela que lá me levava, pela mão, às bancas da sua confiança. Só nessas fazia as suas compras com o dinheiro que tirava de um porta-moedas que levava fechado na outra mão. Os verdes e legumes numa banca. A fruta noutra. O peixe noutra. As compras não eram feitas com o toma lá dá cá dos nossos dias. Havia sempre um pouco de conversa, dúvida sobre se a balança estaria certa e se aquele seria o peso correcto, algumas palavras sobre o preço marcado na tentativa de o ver reduzido na hora de pagar a conta. A minha Avó era assim. Não se ficava. Era boa a negociar. Gostava de conversar e fazia-o sempre com a confiança e segurança de quem vive na zona há muito tempo e tem alguns direitos adquiridos. Saudades dela e dos nossos dias. Em que eu trazia num cestinho alguns produtos para brincar às bonecas...
Mercado 31 de Janeiro Arquivo Fotográfico Municipal |
O Mercado de Picoas, ou Mercado 31 de Janeiro, é uma fonte de memórias já adultas.
Vizinho ao meu primeiro local de trabalho, a este mercado comecei a ir acompanhando uma então colega, agora Amiga há 22 anos. Íamos às flores. Depois, quando ela engravidou pela primeira vez, íamos à fruta. O Verão e as cerejas. Quando o bébé já comia, íamos comprar o linguado fresquinho.
Engraçado, uma memória mais recente mas menos fresca nas minhas recordações. Lembro-me que era um Mercado bonito e que tive pena quando o vi desaparecer. Um bocadinho da minha vida foi com o seu desaparecimento.
Gosto de mercados.
2 comentários:
Gostei tanto deste texto. e calhou mesmo bem ler agora. andei esta noite a pensar no mercado da minha infância que também era circular e muito semelhante ao Mercado de Arroios. coincidências. abraço.
Curioso. Comigo foi precisamente ao contrário. Conheci o 31 de Janeiro teria os meus 7 anos, claro, pela mão da minha avó e igualzinho ao retratado.Com o tempo sofreu alguma evolução. Madeira por alvenaria e mais tarde o abate a mdança e a descaracterização. O de Arroios conheci-o já pelos 20 anos mas não era a mesma coisa.
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