Eu e a minha Máquina
Salgados, Algarve
Agosto 2009
o mar sem ondas do fim do mundo. A sua água
é negra; o seu horizonte não existe. Desenho
os contornos desse mar com um lápis de
névoa. Apago, sobre a sua superfície, todos
os pássaros. Vejo-os abrigarem-se da borracha
nas grutas do litoral: as aves assustadas da
solidão. «É um mundo impenetrável», diz
quem está só. Senta-se na margem, olhando
o seu caso. Nada mais existe para além dele, até
esse branco amanhecer que o obriga a lembrar-se
que está vivo. Então, espera que a maré suba,
nesse mar sem marés, para tomar uma decisão.
1 comentário:
Sendo mar, sempre temos a chance de sair em uma jangada ou pelo menos refrescar o que esquenta a cabeça e derrete o coração.
Muito bacana o seu blog, Vera :)
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