Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Week End Report

A minha Máquina
nas mãos da Catarina,
Montargil,
Setembro 2010

I.
Com muitas páginas para ler, sem tempo.
Jornais (adorei a coluna do João Pedro Oliveira no Diário Económico!), revistas e livro.
A companhia era boa demais para ser ignorada.
O dia passou rápido demais.

Um jantar inesperado, numa casa alentejana espectacularmente recuperada. Uma mesa linda, um jantar delicioso e, mais uma vez, muita, mas muita conversa mesmo. Quando deitámos as cabeças nas almofadas das nossas caminhas, os relógios marcavam já as quatro da manhã.

II.
Mais um jornal a juntar aos de sábado. O Público com uma interessante reportagem na revista Pública sobre quanto custa educar um filho. Interessante na medida em que todas as Famílias entrevistadas são famílias numerosas, para quem o mês do regresso às aulas é o mês do "sufoco" total. "Nem sei como é que conseguimos" é a frase de uma das Mães e, na minha opinião, é o pensamento que qualquer um de nós, Pai/Mãe de Família Numerosa, pensa no final de cada mês.
Por outro lado, há algo de especial neste "sermos muitos" que caracteriza as famílias que possuem a loucura suficiente para ultrapassar a barreira confortável do filho único ou do "casalinho". Há o sentimento de que o dinheiro não sobra, mas também não é preciso. Quem opta por uma Família grande sabe que sobrar é palavra que não existirá no seu dia a dia, em contrapartida partilhar é a palavra que mais vezes se ouvirá.
Num tempo em que tudo está feito para a individualidade, constituir e manter uma Família Numerosa é uma aventura e é necessária muita disciplina e muita consistência nas regras para que tudo se leve a bom porto. Não é fácil competir com Famílias de filho único em que as cedências, nomeadamente económicas, se sucedem. Nas Famílias Numerosas não sobra dinheiro mas também não se pode esbanjá-lo, tirá-lo da carteira por dá cá aquela palha.
A propósito da discrepância entre Famílias Numerosas e Famílias Pequenas, tive, no final da passada semana, uma conversa com o meu Filho nº 2 e disse-lhe que nunca trocaria, (nem nunca pensei nisso), o não sobrar pela opção de ter tido um único filho ou mesmo dois. Não viajo, verdade. Não tenho largueza para qualquer tipo de extras, é verdade. Mas tenho em mim a felicidade de ter sempre uma mesa cheia de gente, um carro cheio de gente, barulho, conversas, brigas, discussões, risos, cantorias...e isso não tem valor que se traduza em euros.
É difícil sermos muitos, mas é assim que a vida e a palavra Família têm sentido para mim.

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