Daqui |
Lisboa tem muitas casas, muitos prédios antigos, muitas fachadas de azulejos, muitos estendais de roupa aparafusados às paredes exteriores. Lisboa tem camisas a baloiçar ao vento de Inverno nesses estendais e tem homens e mulheres que assomam às janelas. Para ver quem passa. Para fumar um cigarro sem poluir o ambiente da casa onde vivem. Para saberem se hão-de sair de gabardine ou de sobretudo. Lisboa também tem homens que usam chapéu, uns à antiga, outros completamente fashion addicts. Lisboa tem sras que saem para ir à mercearia com a carteira das moedas na mão direita e o saco de rodinhas na esquerda. E sras que saem atarefadas, aprumadas e equilibradas em cima dos saltos altos, a caminho de carros modernos e rápidos que as levam a empregos diariamente absorventes. Lisboa tem gente, muita gente. Os que nela residem, os que nela trabalham, os que nela passeiam e namoram, e pedem esmola.
Mas Lisboa tem um tesouro que faz dela a cidade especial, mágica e romântica que é. Tem o rio que a enfeita, que a perfuma, que a ilumina. O rio da ponte sobre o Tejo, o rio que une margens de pessoas diferentes, o rio que deu origem aos cacilheiros e à música da saudade, o rio de onde partiram os que em tempos foram mais corajosos do que todos os outros, o rio que no Bugio se une ao mar. E a cidade ama o seu rio. Deleita-se a mirá-lo. Enfeita-se de locais para [o] poder namorar
Os miradouros
2 comentários:
Debrucei-me um bocadinho a apreciar o teu Tejo, o teu rio que parece mar.
Um bom 2011, Vera!
Ass.: uma «river addicted». :-)
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