Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mulheres


Ando a tentar dissociar-me desta imagem, mas nem sempre esta é uma resolução pacífica.
Quando olho para o tampo dos móveis e vejo a camadinha irritante de pó, quando olho para as quantidades de roupa que saem do cesto da roupa suja para a máquina e desta para o estendal e deste para o armário da roupa por engomar, quando olho para o cesto das meias e cuecas para dobrar, quando olho para tudo o que anda sempre espalhado pela casa como se cada coisa não tivesse um local próprio para ser arrumada, quando olho para a cozinha e me lembro que "comer" é uma das necessidades fundamentais do ser humano...
...são quandos demais para que consiga desfocar-me da imagem de multi-woman.
O tempo para mim? Para aquelas coisas que a maior parte das mulheres faz e com as quais eu nunca me preocupei (e os resultados estão à vista desarmada) - tratar da cara, tratar das mãos, tratar do cabelo. Gostava de ter tido esses hábitos. Sempre desvalorizei o tempo para cuidar de mim. Sempre achei que pintura era coisa de que a minha cara não precisava, manicure era tempo/dinheiro deitados à rua face aos inúmeros trabalhos que faço em casa e que num instante arruinam a pintura e a maciez. Começo agora a perceber o disparate, mas não me é fácil desligar-me das minhas "obrigações" e preocupar-me comigo.
Hoje, ao abrir o mail enviado por uma Amiga, percebi que tudo o que lá está escrito é tudo o que devo meter na minha cabeça para mudar a minha forma de estar na vida.
Vou ter de o fazer. Vou ter de o começar a fazer. Pensar mais em mim e no que gosto, no que preciso, no que quero. Afinal de contas, a vida é curta e a minha já vai a meio.

"Recordo que... uma camada de pó protege a madeira dos móveis... E que uma casa se transforma num lugar quando se pode escrever "amo-te" em cima do pó. Aquela mulher passava pelo menos 8 horas cada fim de semana para deixar tudo perfeito, "para se vier alguém". Afinal, entendeu que "ninguém vinha" porque toda a gente estava a desfrutar da vida e a divertir-se!! Agora, se “vem alguém”, não tem que explicar em que condições está a sua casa: estão mais interessados em ouvir as coisas que ela fez enquanto desfruta da vida e se diverte. Porque se não deram conta... A vida é curta: Divirtam-se!
Com todas as praias que há para nadar e montanhas para escalar, rios para navegar, cerveja para tomar, música para ouvir, livros para ler, amigos para gostar e vida para viver, ... !"

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