Foto da Autoria de Rogério Martins |
Ando assim.
Preto e branco.
Rodeada por muros e grades. Não gosto.
Dentro de mim, liberdade é palavra obrigatória para que eu consiga viver [mais ou menos] feliz. O socialmente correcto atrofia-me. Não gosto de ter de ser igual a todos só porque todos são e agem assim. Não gosto de "ter" de ser "crescida", só porque sim.
Quando os dias me apertam, o meu peito aperta-se também. Por vezes o arame farpado invisível quase me fere. Obrigo-me a respirar fundo e a pintar com cores vivas o preto e branco. Acredito que só se vive uma vez e que tenho de aproveitar cada minuto desta vida que alguém me deu oportunidade de conhecer.
Se o arame farpado nem assim me alivia a dor que os dias me vão inflingindo, então tenho de inventar mais cores.
Misturo as que existem, invento razões para que as cores conhecidas de todos não sejam suficientes para pintar o meu Mundo.
No meu Mundo não há lugar para arame farpado...nem para dias a preto e branco.
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