Estava um dia lindo, luminoso e cheio de Sol.
Tínhamos combinado uma caracolada para assinalar a data e aproveitarmos a companhia de família e amigos naquele dia feriado.
O meu Pai telefonou. Nem falou comigo...a minha Avó tinha morrido :-(.
Eu, estranhamente, apesar do Sol que brilhava lá fora, tinha-me vestido de preto...
Saímos daqui para Lisboa. Em silêncio.
Aquilo que eu mais temia que acontecesse, tinha acontecido. Aquilo que a minha Avó menos queria que acontecesse, tinha acontecido. Estava sózinha, em casa, quando a Vida terminou para ela. No mesmo dia, na mesma casa, em que há 23 anos atrás ela tinha tido medo que uma bomba no terraço nos matasse a todos.
Para mim, foi o Primeiro Dia do resto da minha Vida (na véspera, antes de sair do escritório onde trabalhava, tinha ouvido esta música do Sérgio Godinho duas ou três vezes seguidas!). Depois da morte desta minha Avó foi como se uma parte importante da minha Vida terminasse, como se as minhas raízes desaparecessem para sempre, como se dali p'ra frente tudo mudasse, eu envelhecesse de repente.
Estranhamente, um dia que sempre foi e será de Festa para mim, é também o dia em que mais tristeza se instala cá dentro, porque a minha Avó faz-me muita falta...
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