"[...]A sedução era uma constante nela. Exibia aquele mesmo sorriso aos seus clientes, amigos, garçons, até mesmo a Didier - que abertamente detestava -, a todos, na realidade incluindo o amante, Modena. Nos meses e anos que seguiram, ouvi muitas pessoas criticarem Ulla, algumas com crueldade, pelos seus flirts. Não concordava com eles. Parecia-me, à medida que a fui conhecendo melhor, que ela namoriscava com o mundo porque namoriscar era a única ternura verdadeira que alguma vez conhecera ou partilhara, era a sua forma de ser agradável e de se assegurar de que as pessoas - os homens - eram agradáveis com ela também. Acreditava que não havia amabilidade suficiente no mundo, e disse-o, precisamente com estas palavras, mais do que uma vez. Não o sentia profundamente e, no fundo, não o pensava, mas estava certa e não advinha daí qualquer dano. E, que diabo, era uma rapariga bonita e o sorriso, fantástico."
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