Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

sábado, 31 de janeiro de 2009

O Solista # [1]

Conheci-o através deste blogue e por isso agradeço ao dono da casa que mo apresentou.

Um livro caracteristicamente escrito por um jornalista. No entanto, foi também esta característica que me agradou. A escrita jornalística é uma escrita despida de adjectivos, nua e crua. É uma escrita que se molda bem à realidade descrita.

A crueza e a nudez de viver na rua. A crueza do dia a dia. A nudez de afectos. Este livro chama-nos a atenção para como é fácil fazer algo por alguém. E como a preocupação de melhorar a vida de alguém nos pode dar felicidade. Dentro das nossas vidas ocupadas até ao mais ínfimo segundo, cronometradas e aceleradas, é tão fácil encaixarmos a vertente da solidariedade. E depois, é tão fácil mantê-la. Cola-se-nos à pele e incita-nos a mais e melhor. Nunca é fácil o trabalho social. Ou por ser demasiado duro e por as nossas emoções não conseguirem ficar fechadas atrás de uma porta, ou porque os obstáculos que encontramos quando queremos fazer bem são imensos, ou porque a(s) pessoa(s) que queremos ajudar não aceitam essa ajuda ou se tornam completamente dependentes dela.


O Solista tem ainda o peso de tocar um assunto extremamente complicado - o da saúde mental. Até que ponto estamos (sociedade e comunidade) preparados para lidar com a diferença que caracteriza os doentes mentais? Até que ponto saberemos lidar com o real e a fantasia que habitam nas cabeças destas pessoas?

São muitas questões num livro que, enganadoramente, até pode ser tomado como sendo de fácil leitura. Se o lermos sem pensarmos que tudo o que ali está descrito, é produto da observação da realidade e não apenas uma ficção criada por uma cabeça pensadora e umas mãos "iluminadas".

A ler. A pensar...e a agir para mudar!

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