Já passou. Não que estivesse muito nervosa pela expectativa de ouvir as minha palavras na rádio, mas estas experiências acabam sempre por me dar algum nó no estômago que não se desfaz enquanto não as ultrapasso. A minha apreciação crítica está feita. Há que ter mais cuidado na forma como se escreve. Não me foi muito agradável ouvir o que escrevi. Não sei porquê, mas não me soube bem. Senti que aquelas palavras estavam soltas, não havia um chão que as prendesse, pareciam suspensas e sem nexo. Realmente não fiquei contente comigo mesma, porque esta suspensão vem da forma como as escrevo e não da forma como foram lidas ou montadas no produto final que foi o programa de rádio. Ao final do dia, li as palavras da Patrícia Reis, na Nós
"[...]A melhor edição é a que se faz em voz alta, digam lá o que disserem. Porquê? Os textos nascem com um som próprio, exclusivo, as palavras atrapalham-se, criam aliterações, baralham ideias, voltam ao princípio, e quem escreve não dá por nada, como se as palavras fossem armadilhas.[...]"
e percebi que tenho muito trabalho a fazer. Muitas palavras a escrever e a ler, em voz alta, se quero, algum dia, escrever palavras que mereçam ser lidas.
7 comentários:
Se me é permitido, acho que está a ser demasiado crítica consigo mesma. O que escreve é muito cativante de se ler.
Parabéns e continue o bom trabalho. :)
mais uma vez acho que estás a ser muito crítica contigo mesma. não os ouvi, mas sei como os teus textos são envolventes e cativantes. se são soltos e desprendidos, não poderá isso ser uma linguagem literária própria... quem lê lobo antunes, nas suas crónicas também o acha meio perdido e quase louco, nas repetições, mudanças de tema, mudanças de entoação... gosto muito de te ler. é o que sei.
Não sejas palerma - ninguém gosta de se ouvir a si próprio - com excepção de "Quem gosta de se ouvir a si próprio" - escreves lindamente, deixa-te de coisas!
E cá estou. A ler-te ainda na diagonal mas já com vontade de mais...
Clara
Li algures que um bom exercício para quem escreve é ler em voz alta o que escreveu. Ao que parece, é assim que o autor nota os "defeitos" que a escrita pode ter.
Nunca consegui ler em voz alta os meus posts, fico embaraçada, parecem-me ditos de uma forma diferente e vazios de significado, como se o falar desvalorize o qe escrevo.
Quando ouvi o meu blogue na radio não tive a mesma opinião que tu, eu gostei muito de ouvir, independentemente de achar que talvez não desse aquela entoação às minha palavras, gostei muito da experiência de ouvir os meus posts lidos por alguém que não eu.
Devias descansar e pensar que escreves o que escreves e escreves bem! É o que eu acho!
Beijinhos
Correu bem!!!
Ouvi-te e gostei!
Possívelmente, se lidas por ti fossem mais "sentidas", mas gostei de te ouvir.
Quanto às músicas, maior parte não seriam as da minha escolha, talvez da tua também não...
Salvou-se os The Cure.
Independentemente de não comentar o que a Vera pensa do que ouviu e da sua análise, só tenho uma pequena grande coisa a dizer: A D O R E I I I !!!
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