Agarras-me a mão e pedes-me que não termine o gesto que ainda mal ensaiei. O isqueiro numa mão, o cigarro noutra. Sabes que me contenho, que tento esquecer este prazer, este gosto que fica na boca e o cheiro que se cola aos dedos, à roupa, ao cabelo solto, mas há alturas em que o desejo ultrapassa a razão, o saber que não devo, que não posso. Deixo-me ficar presa nessa mão. Não a agarro para que não te afastes, mas também não fujo dela. À beira do precipício, em equilíbrio, tentanto não pender para nenhum dos lados, mantendo, disfrutando. Silenciosamente. Ficamos. Assim estamos bem.
2 comentários:
Há tempos dependi também do seu calor e sabor. Sorvia-o cúmplice escravo num trago. Prendi-me a ele em ritual de amor. Aos poucos cansou-me e um dia, sem razão ou motivo, disse-lhe adeus. Foi um prazer!
sabes, Vera, não tenho palavras para agradecer as tuas!
por hora...
[...]
....e essa imagem, ah essa imagem...
soube-me bem! tão terrível. não fumo há 1 mês e 28 dias. conto-os como uma condenada!
beijos, muitos
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