Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Grilo Falante

Chegada do supermercado próximo de casa, venho com a cabeça a trabalhar após ter assistido a um jovem ter sido recolhido por uma ambulância, em coma alcoólico. Longe de mim a ideia de aproveitar este meu espaço para ser uma espécie de "grilo falante" a espicaçar as consciências dos hipotéticos Pais/Mães que me leiam. Se para qui trago este tema é porque começam a ser demasiado frequentes as histórias que envolvem jovens, muito jovens, a cair em comas alcoólicos. Não só em noites de saída mas também à luz do dia, à porta dos estabelecimentos de ensino onde estudam.
Com supermercados à porta das escolas e a ideia pré-concebida de que a comida dos refeitórios não presta, são muitos os que optam por não comer na escola. A lei que permite que se vendam bebidas alcoólicas a maiores de dezasseis anos abre portas para o consumo sem vigilância, porque ao estabelecimento comercial basta-lhe confirmar a idade do comprador. Mais do que isso não pode fazer.
Os Pais/Mães trabalham. Saem cedo, deixam os Filhos na Escola, voltam tarde. Por muitos conselhos que se deêm, por muitas regras que se façam cumprir, o comportamento humano altera consoante se está sozinho ou em grupo e os jovens são um exemplo flagrante do que pode fazer a atitude de grupo. Não querer ser excluído ou considerado "betinho" pelos outros é muitas vezes o rastilho que acaba por incendiar comportamentos.
As dependências são, todas elas, preocupantes e deveriam ser tratadas, porque uma dependência é uma doença que pode começar com um gesto tão simples como o beber da primeira cerveja, do primeiro café, o fumar do primeiro cigarro ou do primeiro charro.
Para esta, tal como para a maior parte das questões que se nos apresentam actualmente como Pais/Educadores, não tenho nenhuma solução ou fórmula mágica de resolução, mas sei que (na medida das possibilidades de cada um) nos deveríamos envolver mais e mais com as escolas onde temos os nossos filhos a estudar. Sermos presença frequente em reuniões convocadas pela Escola e em reuniões pedidas por nós próprios aos Dt's. Sermos abertos na relação que vamos criando com os nossos adolescentes e jovens. Para que, de repente, não sejamos surpreendidos por factos que nunca sequer imaginámos.

1 comentário:

Madame Pirulitos disse...

Tens toda a razão.
Deixa-me apenas dizer-te que entre os betinhos (imagino que este termo e este grupo ainda exista) também há muitos comportamentos desdes, menos próprios. Não sei como é que os betinhos chamam aos outros betinhos que não alinham... talvez "cortes"??

Eu não sei onde estão os culpados nem se devemos ver as coisas por esse prisma, mas a verdade é que a escola não aptrocina muitos momentos desses. mas quando os faz os pais, devido aos trabalhos que têm e à vida desgastante que levam, também não vão. Portanto, uma boa de neve que não pára e vai engrossando cada vez mais e mais.

Comas alóólicos não podem acontecer, muito menos (se assim podermos dizer) à luz do dia.

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