Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Dia do Estudante


Quatro Estudantes cá em casa.
Os mesmos Pais, as mesmas condições de estudo para cada um, o acesso aos mesmos materiais, às mesmas fontes de informação.
Cada um deles com as suas características próprias, enquanto estudante, com resultados díspares.
Seguindo o dia a dia destes estudantes, como sigo, é-me impossível não estabelecer comparações com o meu tempo de estudante. Não pretendo ser "bota-de-elástico" e afirmar que "no meu tempo é que era", até porque o meu tempo é este em que vivo, contemporaneamente aos meus Filhos, mas são muitas as diferenças que contribuem para a alteração de costumes e valores dentro das Escolas.
Apesar de eu já ter estudado após o 25 de Abril, o número de estudantes da altura em nada se pode comparar ao da actualidade. Por outro lado, em termos comportamentais e de atitudes, os Alunos mantinham (em termos gerais) pelo Professor um respeito e uma consideração que não existem nas Escolas dos dias de hoje.
Os nossos Estudantes, enquanto estudantes, têm as suas vidas muito mais facilitadas. Para fazerem qualquer trabalho têm o acesso directo a milhares de páginas de informação que nem têm de se dar ao trabalho de traduzir, uma vez que essa é também uma função do computador. Têm uma facilidade de comunicação entre uns e outros que lhes permite rapidamente trocar impressões, tirar dúvidas, compilar ideias e assuntos.
Seria de esperar que toda esta panóplia de recursos fizesse deles melhores estudantes, pessoas mais cultas, o que na verdade (na maioria dos casos) não acontece.
Os hábitos de leitura vão-se perdendo, a Internet vai ganhando. Esta é uma das frases que mais vezes ouço os Pais (como eu) proferirem. Não posso deixar de a subscrever porque sei que é um facto, mas se me detiver sobre ela, poderei eu atirar pedras aos meus Filhos e a todos os jovens desta geração? Verdadeiramente, não. Parece-me que o aparecimento da Internet foi um acontecimento maravilhoso para todos. Muitas são as pessoas da minha geração que a utilizam como ferramenta indispensável, como passatempo, como vício, até. Eu própria já não sei viver sem ela. Poderemos então deitar todas as culpas para cima dos avanços tecnológicos, telemóveis, televisão 24 horas por dia, internet non stop? Não me parece. Parece-me, sim, que também nós não estavamos preparados para ser Pais de uma geração high tech. Podemos ter tido educações rigorosas e comportamentalmente exigentes, mas não fomos educados para lidar com a informação excessiva, precisamente porque ela não existia "no nosso tempo".
Como fazer então a mudança? Como poderemos encontrar um ponto de equilíbrio entre o que foi o nosso tempo de estudantes e o que é agora o dos nossos Filhos? Como ultrapassar/resolucionar questões dramáticas do nosso ensino actual - violência, desrespeito pela autoridade do Professor, facilitismo - contribuindo para uma Escola melhor?
Leio o que escrevem os especialistas na matéria, assisto a programas televisivos em que se debate o estado da Educação em Portugal, envolvo-me em acções nas Escolas, nas Associações de Pais, na Comunidade em geral e concluo que chegámos a um ponto em que tudo deveria ser alterado. Tudo deveria ser mudado. Tudo deveria ser retomado a partir do ponto zero. A nossa geração precisaria de, mantendo os princípios que lhe foram transmitidos pela geração anterior, conseguir entrar na pele desta geração; esta geração precisaria de sentir o "travão" que a nós nos era imposto.
No fundo, as questões geracionais são uma eterna realidade e sempre existirão e a solução a utilizar deverá ser a do informático - CTRL+ALT+DEL - e começar tudo de novo!

1 comentário:

Vera disse...

eu acho é que o tempo dado ao aprofundimento é menor, sim a internet facilita, há mais informação disponível imediatamente, mas acho que se acaba por digerir tudo demasiado à pressa e mal ...

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