O meu teclado branco espera por mim todas as manhãs.
Também ele já está a perder o brilho das teclas, sinal do uso desenfreado que lhes dou.
Nem sempre consigo chegar e debitar.
Em algumas manhãs há palavras que se soltam e que pedem para ser ditas.
Noutras tenho de ser paciente.
Esperar que as palavras acordem e se queiram dizer. Nunca me rendo à preguiça delas. Quando elas me parecem mais ensonadas escrevo-as mais devagar.
Para que despertem serenamente e não se digam atropelando-se umas às outras.
Elas lá vêm. Eu, qual mãe dedicada, pego-lhes ao colo.
Embalo-as e transformo-as em símbolos alinhados no
meu teclado branco que já está a perder o brilho das teclas...
Também ele já está a perder o brilho das teclas, sinal do uso desenfreado que lhes dou.
Nem sempre consigo chegar e debitar.
Em algumas manhãs há palavras que se soltam e que pedem para ser ditas.
Noutras tenho de ser paciente.
Esperar que as palavras acordem e se queiram dizer. Nunca me rendo à preguiça delas. Quando elas me parecem mais ensonadas escrevo-as mais devagar.
Para que despertem serenamente e não se digam atropelando-se umas às outras.
Elas lá vêm. Eu, qual mãe dedicada, pego-lhes ao colo.
Embalo-as e transformo-as em símbolos alinhados no
meu teclado branco que já está a perder o brilho das teclas...
"o acto de escrever exige continuidade"
2 comentários:
Adorei :)
Também tento escrever todos os dias, mas tem dias que não consigo, acho me demasiado inútil para conseguir construir frases dignas de se ler.
Mas noutras alturas, "temos pena que não gostem, escrevi na mesma"
Gosto do facto do seu blog estar sempre actualizado. É um reflexo deste post :)
já cá tinha vindo mas sem tempo de comentar. A isto se chama "brincar com as palavras".Delicioso.
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