Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Dia Internacional dos Vizinhos


«A Festa dos Vizinhos surgiu em Portugal há cinco anos, mas nasceu em 1999 em Paris (França), quando foi criado um grupo de amigos, a associação "Amigos de Paris", para mobilizar as pessoas no combate contra o isolamento, estendendo-se a 15 países da União Europeia.», fonte: TSF Online

Nem desconfio como será actualmente a vizinhança dentro de um prédio e nas ruas envolventes.
 A minha infância e juventude foi passada num prédio de 3 andares. Conhecia todos os vizinhos, da cave ao 3º andar. Todos me tratavam pelo nome, todos me perguntavam "pelos papás e pelos manos". Com um ou outro existia uma relação de proximidade maior que passava pelo bater à porta se precisássemos de alguma coisa à última da hora. No meu prédio não havia crianças com quem brincar mas havia nos prédios vizinhos miúdos da minha idade que frequentavam o mesmo Liceu e com quem ia e voltava da escola, com quem estudava. Conhecíamos os vizinhos dos prédios da nossa rua, dizíamos bom dia e boa tarde quando nos cruzávamos. Conhecíamos os lojistas e sabíamos os seus nomes. O Sr. Albano da padaria, a D. Graça do cabeleireiro, a D. Rosa do oculista, a Drª Leonilde da farmácia, etc.
Já saí de Lisboa há quase 22 anos e o local onde moro actualmente é um local basicamente residencial e não o típico bairro lisboeta. Não sentido uma saudade diária de viver em Lisboa ou uma vontade de regressar, sinto, volta não volta, a nostalgia do sentimento de pertença a uma comunidade mais alargada do que a meramente familiar ou afectiva.
O Dia Internacional dos Vizinhos, que pode à partida parecer uma ideia disparatada de mais um dia especial, poderia ser o ponto de partida para a criação dessas comunidades se não fossemos tão individualistas, tão fechados sobre nós próprios, tão pouco solidários e detentores de tão pouco sentido cívico.
Ser vizinho, principalmente, dentro de um prédio, obriga a determinadas regras e formas de conduta que ao não serem cumpridas, facilmente levarão a quezílias, a desentendimentos e até a processos judiciais (o barulho a horas menos próprias, os grelhadores nas varandas, o que se sacode janela fora sem se ter atenção à roupa estendida no estendal do andar de baixo, o lixo, a limpeza da escada, o pagamento dos condomínios, a preservação dos espaços comuns, ...).
Sonho com a visão cinematográfica de bairros onde os vizinhos se organizam para resolver problemas que a todos afectam, se organizam para auxiliar outros vizinhos em dificuldades, preparam recepções de boas vindas a novos habitantes.
Seria bom que este Dia fosse um ponto de partida para saírmos do casulo e iniciarmos projectos de boas práticas de vizinhança!

4 comentários:

Luísa A. disse...

Querida Vera, hoje, com obras intensas no andar de baixo e a cabeça a latejar ao ritmo de martelos e berbequins, estou com dificuldade em entrar no espírito da boa vizinhança. Mas amanhã é outro dia… ;-D

Rosa dos Ventos disse...

Confesso que além do meu companheiro ainda não vi ninguém hoje.
A vivenda do lado esquerdo está vazia, a que pega com a minha (geminada) vazia está, a da frente tem de vez em quando gente estranha, as pessoas que a compraram há uns anos não vivem lá, arrendam os quartos, um pouco mais acima é a casa de vizinhos emigrantes que só estão em Agosto...
Como vês, vivo num deserto...
Já foi uma zona cheia de crianças que saltavam os quintais de um lado para o outro, frequentaram o mesmo infantário e os restantes estabelecimentos de ensino até ao 12º ano.
Voaram todos do ninho e na rua já não se ouvem as suas gargalhadas...

Abraço

vera nc disse...

Dia mundial do condomino , devia ser, pois saõ esses os que mais padecem

Anónimo disse...

Quem me dera a boa vizinhança de antigamente ... agora, no mesmo predio, as pessoas mal se falam...
Bjos
Teresa A

Blog Widget by LinkWithin