"O surf é uma experiência, uma expressão, uma actividade, uma performance, uma sensação, uma espiritualidade, enfim, qualquer coisa que nos agarra às vezes desde muito cedo e de uma forma permanente e inexplicável nos move, molda, muda e direcciona a nossa vida."
Chegar ao parque de estacionamento da praia. Bater a porta do carro e ficar parado, virado para o mar, fazendo dos olhos os binóculos que analisam cada metro de oceano, em busca do melhor ponto do dia. A chegada à praia, o primeiro contacto com o mar, funciona como um despejar de tudo o que nos corre cá dentro. A partir daquele momento só interessa o Mar. Despir a roupa, independentemente do calor ou do frio que se faz sentir, vestir o fato, besuntar a cara de creme, besuntar a prancha de wax e correr rumo à areia. Correr pela praia. Rodar braços, esticar pernas. Um bom aquecimento antes de entrar dentro de água pode fazer a diferença quanto à qualidade do surf e à capacidade de permanecer lá dentro. Finalmente. Atirar a prancha para a água, atirar-lhe o corpo para cima e remar. remar. remar. Nesta altura já não existe prancha, pessoa e mar. Apenas existe o todo. Em que tudo pertence ao Grande Azul. E a sensação. Respirar fundo, sentir o cheiro do mar a invadir o corpo, o silêncio a infiltrar-se por cada poro, em cada milímetro de pele. Depois a adrenalina de apanhar a primeira onda do dia. Saber respeitar as prioridades dentro de água, quem apanhou primeiro a onda tem o direito a surfá-la. A partir da primeira onda é o vaivém. As manobras, os truques, as "pauladas", os "tubos"...e quando o dia de surf termina, fica o cansaço mas também a certeza da serenidade que nos invade o corpo e o espírito. Nas marcas salgadas que nos deixa no corpo. A paz que o Mar transmite. Na sua imensidão. Na sua força. E anseamos sempre pelo próximo dia de surf!
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