Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

quinta-feira, 3 de junho de 2010


Estou um pouco perdida. Na minha cabeça atrapalham-se as ideias que venho pensando, as dúvidas para as quais gostava de encontrar certezas. Esta manhã, ao ler o JL desta semana, surgiram palavras que não apontei. Agora, depois de umas míseras três horas de praia, a moleza instalou-se e o cérebro recusa-se a comunicar com as minhas mãos. Visito os Diários e trago uma parede onde o estuque se esboroa como miolo de pão e constrói uma forma que se assemelha a um mapa. Da Europa.
Talvez se inventariar o que li e me despertou a atenção consiga ir aos poucos chegando ao que queria ter escrito e não escrevi.

I. Um artigo escrito por Viriato Soromenho-Marques (meu Professor Assistente na cadeira de Filosofia do Conhecimento na Faculdade de Letras de LIsboa) sobre Saldanha Sanches;
II. Um texto da autoria de António Carlos Cortez, Professor no Colégio Moderno, dedicado aos seus alunos e onde se lê, a determinada altura "Na verdade, tenho aprendido imenso com eles, [...] ter cuidado com o aluno, isto é, cuidar dele, fazendo das aulas um lugar onde ordem em liberdade se aprendem com o estudo, o mais aprofundado possível, dos textos.[...]";
III. A entrevista a Manuel António Pina e os diversos excertos de outras entrevistas a outros jornais e revistas, em outras datas;
IV. Um artigo escrito por João Santos sobre a "Cidadania Incerta, Socialização política e crise da escola";...

Sinceramente, a concentração (ou a falta dela) não me permitem escrever, agora, tudo o que me tem passado pela cabeça e que diz respeito à Educação, aos Pais, às Escolas, aos Programas, ao passar dos dias sem que nada seja feito. Nada que mereça a pena ser enaltecido. Nada que mereça a pena ser registado na História.
Porque cada vez mais penso que o "Sistema" (seja isso o que fôr) nos anda a enganar e nós deixamos. Porque cada vez mais penso que o "Sistema" anda a fazer dos nossos Filhos meros competidores numa competição que nem eles sabem bem se querem entrar. Porque cada vez mais penso que os Pais (da minha geração) andam completamente "fora", embrenhados em vidas profissionais que lhes absorvem toda a energia e os devolvem às famílias em pedaços, em restos, em sombras despidas de tempo para conjugar os verbos amar, dedicar, proteger, cuidar.

Os nossos dias matam-nos e, nós, vivemos na ilusão de que vivemos e trabalhamos para dar aos nossos Filhos um futuro melhor. Estamos todos enganados. Os nossos Filhos terão um futuro melhor se tivermos tempo para eles. Se lhes dermos tempo do nosso pouco tempo. Para brincarem, para chorarem, para fazerem birras, para crescerem. Os nossos Filhos terão um futuro melhor se lhes soubermos transmitir responsabilização e confiança em verdade, fazendo-os perceber que a verdade, por mais custosa que seja a sua assumpção, é sempre o caminho correcto. Nós, Pais, temos o dever de educar, de orientar, de dizer o que está certo e o que está errado dentro dos padrões de educação que queremos para os nossos Filhos. Os nossos Filhos, (tal como nós também fizemos), têm em si a vontade de experimentar para lá do limite. Saber assumir essa "infracção" sem medo, sem mentira, mas com responsabilidade, é um sinal de uma educação assente em pilares estáveis, em princípios que são claros para eles, e para nós.

Há muito, mesmo muito para dizer sobre Educação nos dias que correm. Dentro de muros escolares, dentro de muros familiares. Há muito a ser feito, mas para que seja feito é preciso que todos os Pais declarem a necessidade urgente da renovação, da mudança, do começar do ponto zero. Ou então, seremos sempre "dois ou três carolas, com tempo", a tentar mudar o Mundo!

2 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Mesmo com toda a dedicação aos filhos, à sua educação e formação nem tudo corre como queremos.
Além do "Sistema" há os "imponderáveis" da vida...

Abraço

Diário de Lisboa disse...

Como estou de acordo, ando sempre a correr de um lado para o outro mas sempre tentei faze-lo com equilíbrio.Sempre tentei mas não sei se sempre consegui.Temos que aproveitar todos os dias com os nossos filhos.Passa tudo tão depressa.
beijinhos, em breve falamos, não estou esquecido.

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