«Ser feliz é não ter de recordar. Fui infeliz? Não sei. Lembro-me simplesmente de um dia acordar e experimentar, enfim, o deslumbramento das sensações saciadas. Aquele pão muito branco, muito macio, que cheira muito bem, a gordura do peixe que escorre pela minha garganta, os cristais de sal grosso, as colheres de leite em pó que formam uma pasta no fundo da boca, na língua, é então que começo a viver. Saio dos anos cinzentos, entro na luz. Sou livre. Existo.
É de outra fome que trata a história que se segue.»
in A Música da Fome,
Le Clézio, Dom Quixote,
2009
1 comentário:
Li este livro muito recentemente no âmbito do clube de leitura que frequento e gostei bastante dele.
Deste autor é o único que conheço...
Abraço
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