Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

domingo, 18 de julho de 2010

I.
Sexta feira à noite o programa foi diferente. Para variar um bocado não ficámos a ronronar nos sofás diante da televisão. A princípio não foi fácil, porque esta coisa de se jantar em casa, levantar a mesa, arrumar a cozinha, sentar o rabo no sofá a fazer horas para ir sair não é muito ok. Os pequenos foram, já de pijama e almofadas debaixo do braço, dormir a casa de uma Amiga. Ficaram na boa. Calmos e sossegados, que é tudo o que uma Mãe precisa para deixar dois Filhos que raramente são deixados. Os grandes foram incluídos na saída e, embora pouco animados, lá fomos todos para Lisboa. Ideia minha, claro! A primeira saída para um local de diversão nocturno do nosso Filho homem mais velho. Achei que fazia sentido levá-lo a um local bonito da noite lisboeta, que seria um belo baptismo. Foi um belo baptismo! O local onde ficámos sentados, o bom ambiente que estava no bar, o grupo que foi tocar, tudo se conjugou para que a noite que eles pensavem ir ser de seca, se transformasse numa noite de sorrisos rasgados e canções trauteadas. Não fosse o meu ataque de falta de ar às duas da manhã, que nos obrigou a ir a correr à farmácia mais próxima comprar um inalador Ventilan para que eu aguentasse o resto da noite...
Deitei-me às 4. Levantei-me às 9.
II.
O sábado foi tenso. O clima anda tenso. Todos andamos a precisar de férias, de sair da rotina, de abandonar os procedimentos de todos os dias e deixarmo-nos invadir pela calma que só os dias de Verão conseguem transmitir.
III.
Valeu-nos o jantar de sábado. Um valente caril feito a preceito por mãos moçambicanas. Como se o ar quente da terrra onde fui concebida invadisse a minha casa, como se ao comer aquele jantar maravilhoso eu estivesse a recordar dias que na verdade nunca vivi. Há pessoas que falam de qualquer desejo que têm, por vezes o mais extravagante, e conseguem que alguém o realize. Eu, desde há muito tempo, que verbalizo o desejo de ir a Moçambique. De poder cheirar o ar de África, de poder andar descalça na terra quente, de me cobrir de capulanas, de conhecer a terra de onde vim para nascer na europa. Ainda não consegui encontrar a pessoa que me concedesse este desejo. Continuo a sonhar. Quase arrisco dizer que se fosse, dificilmente regressaria.
IV.
Estou acordada, ainda. Sem sono. À espera que chegue o meu Menino nº 1. Todos dormem. Gosto desta sensação de silêncio quando todos estão em casa, mas eu não tenho que estar sempre a tomar conta, a dar atenção, a responder a perguntas. É bom.

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