Eu e a minha Máquina,
Espanta Espíritos, Ágata
Janeiro 2010
«Ao fim e ao cabo, não é verdade que todas as raparigas têm direito a um pouco de felicidade? E o certo é que ela nunca fora feliz.»
Mrs. Dalloway, Virginia Wolf
Não é bonito queixar-me.
Há tantas, mas tantas pessoas, com vidas tão terrivelmente complicadas.
Não é bonito queixar-me. Não o vou fazer.
Digo somente que há alturas da vida muito complicadas.
Em que silêncios apunhalam, ferem, matam.
Em que as palavras que se escapam seriam muito melhores se não fossem ditas.
Em que todos os pensamentos se dirigem para um mesmo ponto, o ponto que não se quer dizer. Nem pensar.
Há alturas em que a água dos olhos é traiçoeira, em que o cérebro poderia ser um órgão dispensável como o apêndice.
Nestas alturas sofre-se.
Em silêncio. Em esperança.
De que tudo não passe de um mau bocado, de uma conjugação de espíritos que ainda não perceberam que não são bem vindos.
1 comentário:
Queixarmo-nos não é bonito, quando somos capazes de virar as queixas ao contrário. Não faz mal queixarmo-nos, afinal nascemos a queixarmo-nos e normalmente morremos a queixarmo-nos. É natural. Não é por haver pessoas em piores situações, que não temos o direito de nos queixarmos. Devemos é ser capazes de uma de duas coisas: Olhar para a vida de outro modo, para que a queixa não seja uma queixa, mas uma particularidade da vida. Ou, por outro lado, pegar na queixa e vira-la do avesso, mudando a nossa vida de forma a ela desaparecer.
So, what's gonna be?
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