Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Laboratório de Vida


I.
Se entendermos e analisarmos o pequeno mundo de cada um de nós como um laboratório onde milhares de experiências são vividas dia após dia com resultados sempre tão diferentes, podemos entender como é possível que no Mundo aconteçam biliões de coisas diferentes em apenas 24 horas. Pessoas que nascem. Pessoas que morrem. Pessoas que choram. Pessoas que riem. Felicidade e Infelicidade são apenas conceitos de uma vida que nunca está parada, nunca está de portas fechadas para tudo o que se passa e que faz dela viva.
O dia de hoje começou com lágrimas e nós na garganta, apertos no estômago e no coração. A dor da perda de quem não nos sendo próximo, o era realmente. Pela proximidade da visibilidade pública, da simpatia e da simplicidade, do acreditar no dia de amanhã. Estas dores fortalecem-nos ou envelhecem-nos um pouco mais? A partir de hoje, quem existia na nossa vida sem a ela pertencer, passou a ser mais uma recordação, mais uma memória que vamos tentar perpetuar. Vendo as Conversas, vendo o Filme, falando dele como profissional de mão cheia que nos deixou a lição de vida do último ano e meio (difícil) da sua própria vida.
Depois não nos podemos ater a estes acontecimentos e continuamos. A nossa vida está aqui e pede para ser vivida. Egoísta e rápida não se compadece do que sentimos e empurra-nos, acorda-nos para a urgência de viver. E nós vamos. Empurrados pela corrente, a princípio. Já meio adormecidos da dor, no fim. E os acontecimentos vão acontecendo...
II.
A cabeça atordoada esqueceu a missão que deveria ter sido a primeira do dia. As notas da 2ª fase dos exames nacionais do secundário. Oh não. Como me fui esquecer? Não fazendo listas, claro! Catarina longe. Amigas dela perto. Tia, depressa, temos de ir ver as notas. Tia, a Tia vai morrer quando vir as notas da Catarina. Tia, não consegui resistir e já lhe telefonei. Tia, eu sei que a Tia queria ver mas deixe-me dizer-lhe. [Aqui está a roda da vida a não parar, a empurrar-me, a querer que eu participe nela e a faça ter sentido. Ainda agora comentávamos com lágrimas o acontecimento que nos ensombrou a manhã e já estamos a deixar que a garganta se feche em nó de comoção de alegria. Estranho cérebro o nosso que nos dá lágrimas para dois sentires tão distintos.]. Tia, 19 a GD e 17 a Desenho. E pronto. E chorámos as duas de imensa alegria. Pelas notas da Catarina. Pelas notas desta Amiga. Porque com estes resultados é dífícil não entrarem nos cursos que no ano lectivo passado lhes fugiram entre décimas não atingidas.
A vida é um laboratório, de emoções, de sentimentos. Que temos de saber gerir muito bem e dosear de maneira a que nada nos expluda nas mãos, nas gargantas, nos corações.
Hoje, os meus tubos de ensaio experimentaram todos os pontos altos do sentir humano.

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