Colher, Colher, Colher.
Um verbo, um foco.
Foi com esta palavra repetidamente dita que a Directora Comercial da empresa onde estou agora inserida incutiu a mensagem de incentivo em cada um de nós na passada segunda feira, na nossa reunião semanal.
Esta palavra, este verbo,este foco, tem estado presente na minha cabeça desde então. Sobre ele tenho reflectido muito.
Na vida, como no campo, para que possamos colher temos de semear, mas semear todos os dias, porque ao contrário da agricultura, a nossa vida não tem épocas certas para semear e para colher. A forma como nos relacionamos com os outros, os que nos são próximos e aqueles com que nos vamos cruzando social ou profissionalmente, é absolutamente decisiva para definir a forma como somos tratados por esses outros.
Têm sido de sucesso os meus dias nesta actividade? Sim, de imenso sucesso. Sorte de principiante? Acredito sinceramente que tenho colhido tudo o que tenho vindo a semear. Um dos princípios fundamentais da minha vida tem sido, sempre, tratar de igual modo todas as pessoas com que me cruzo, com que me dou. Brancos, pretos, amarelos, ricos e pobres. Preconceito é algo que não tenho, nem nunca tive. Há pessoas que vão ficando próximas, há outras que a vida afasta, mas no essencial, a semente está lá. Quando chegar a altura de colher, existirá fruto, sempre.
Será imodéstia da minha parte, mas tenho de o dizer. Quem não souber semear este tipo de sementes, também não poderá ter colheita para fazer neste campo.
As pessoas e as relações entre pessoas são dos temas mais complexos, das situações mais difíceis de gerir. A partir daqui, tudo deve ser feito com naturalidade e não com esforço. Se as pessoas se esforçam por ter uma relação, então não devem insistir nela. As relações devem basear-se na empatia, na vontade de partilhar algo.
Estou feliz com este novo foco na minha vida.
Estou feliz por ter sabido semear, sempre.
2 comentários:
Ninguém duvidava!
Vera, as pessoas, se calhar, dividem-se em dois grupos: um, o dos agricultores que semeiam e colhem; outro, o dos terrenos que se deixam semear e dão a colher. A Vera pertence ao primeiro grupo. Eu penso que me insiro no segundo. Também penso que, como terreno, já decepcionei muitos agricultores… mas, aparentemente, não decepcionei todos… ;-)))))
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