Grafia
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Solidão povoada
Recordo. Não muito claramente, mas recordo. O tempo em que não gostava de ficar só. De estar só. Em que pensava que não conseguiria sobreviver e que não saberia o que fazer com o silêncio e a solidão em que ficava.
Dou por mim a desejar a solidão e o silêncio. A desejar não ter que partilhar palavras que quero só minhas. A desejar poder não estar, porque estar é violento, é algo que me imponho. E no não estar, viajo.
Atravesso o silêncio murmurado do oceano e entrego-me. Ao seu azul feito de reflexos do céu. Ao seu branco da espuma das ondas. Ao seu azul escuro das manchas das rochas. E alcanço.
Alcanço o Universo das gentes e das palavras. Por onde, por todo o lado, me rodeiam vozes, corpos, caras, pessoas. Não páram. Andam. Correm. E dão voz. Vozes.
À minha solidão desejada, a de estar só sem perder o som das palavras de outros. Sem perder de vista pessoas.
Que me povoam a solidão...
Post escrito de frente para o Mar. Com o Sol a aquecer corpo e alma. Com o Mar a tocar a música de fundo.
Continuação da Tentação...
Agora, na Comercial, disseram que não nos esquecessemos de que hoje é o Dia do Chocolate...olha, podia ter agendado o post e fazê-lo sair à meia-noite. Hum...e agora? Bem, vou à procura de uma bela imagem do doce mais apreciado do Mundo e vou fazer um texto informativo.
E pronto! Fica, aqui, à vossa disposição uma caixinha de bombons. Cada um tem direito a um. Passem pela cozinha e bebam também um bocadinho de chá! Dizem que a bebida quente a seguir a uma refeição calórica ajuda a dissolver as gorduras e a eliminá-las mais facilmente.
Bom Dia do Chocolate :)
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Odor e Sabor
Fiz bolo de chocolate. Aquele que gostas de provar enquanto ainda o estou a bater. Saíu-me tão bem desta vez. Cresceu e está com um aspecto fofo e suculento. Se queres que te diga nem sei porque o fiz. Não é dia de festa e não me parece que vá ter visitas. Ultimamente não tem aparecido ninguém. Estava aborrecida e decidi refugiar-me no barulho da batedeira de bolos. Estava tão aborrecida que nem conseguia decidir qual o bolo a fazer. Sabia que me apetecia bater ovos, juntar-lhes açúcar e ficar a observar aquele creme esbranquiçado que se forma na batedeira, mas não conseguia decidir. Corri o meu livrinho preferido mais do que uma vez. Cheguei a fechá-lo e quase desistir da ideia de "baking".
Depois lembrei-me de ti. Apareceram-me os teus olhos reflectidos na minha memória. O teu cabelo despenteado, a tua maneira de andar, gingada, sensual, a forma de afastar o cabelo dos olhos, como um miúdo pequeno com a franja grande demais. O teu cheiro, misturado com o do chocolate, uma tentação de cheiros para o meu nariz, para o meu Eu. Quase real, quase ao pé de mim, na cozinha.
Sim, vou fazer o Bolo de Chocolate. Vou deixar que meta o dedo na massa, que rape a tigela e se lambuze todo. Vou abraçá-lo a seguir. Apertá-lo. Beijá-lo e saborear o paladar do chocolate que ficou na boca.
Sei que não vais voltar e que nem o cheiro do Bolo de Chocolate te trará de volta, mas sonhar é algo que faço bem e nos sonhos tu voltas sempre.
Ponho a mesa, a rigor, na cozinha. Para que possamos defrutar do cheiro maravilhoso, do quente do forno, da intimidade do espaço.
Na realidade, esta mesa é só para um. Para mim. Chá. Bolo de Chocolate. Maravilhoso odor espalhado pela casa. E eu, sentada a esta mesa, com a recordação de ti, a conversar sobre nós.
Ú L T I M A H O R A

Paulo Kellerman # [1]

Já chegou! Fui buscá-lo agora a correr. São treze contos em sessenta e sete páginas. Coisa para se ler numa manhã/tarde de descanso. Se este Sol estiver por cá amanhã...
Sitemeter

E penso que gostava de conhecer todos, um por um, os que contribuem para o aumento do meu número de visitantes!
Estado de Graça
Paulo Kellerman
Descobri este livrinho, pequenino, apetitoso de aspecto e no que li rapidamente, na loja do Museu Colecção Berardo. Encomendei-o directamente à Editora e estou ansiosa por o ter comigo. Prometo que deixarei aqui umas linhas para vos abrir o apetite!
Enquanto espero, vou devorando O Jogo do Anjo...
Irmãos e Irmãs
É a minha série preferida. Já aqui o disse. As terças feiras páram enquanto me sento a "viver" a vida dos Walker. E enquanto os vejo, como Irmãos, como Mãe e Filhos, transporto algumas atitudes e estados para o lado de cá do écran. Porque é assim que quero ver os meus Filhos quando forem crescidos. Porque é aquela Mãe que quero ser quando eles forem crescidos, "galinha", a vê-los como se continuassem pequenos, mas a ser o ponto de encontro de todos, sempre. É esta relação que trabalho com os meus Filhos. Não a dependência, mas a certeza de um porto seguro onde têm sempre abrigo, haja sol ou tempestade.
...e adoro a relação Kevin-Scotty...
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Trabalhos Manuais
Escrevo. Acaricio. Seguro. Cozinho. Engomo. Limpo. As minhas mãos são a ferramenta que me é indispensável, sem a qual a minha vida não existiria.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Confesso # [3]
Interrogações em frente ao vidro
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Sinais de outros tempos
Transformação
Redacção
Palavras manuscritas
Palavras dactilografadas
E o cheiro da tinta. E o barulho das teclas. E a tecla que prende, lá no papel. E o erro que se corrige andando para trás, utilizando a fita vermelha. E a campainha que toca quando se chega à margem direita. E o "crc" que ecoa quando empurramos o rolo de volta ao princípio. E os dedos que encaixam nas teclas redondas.
a escrita
que flui
que enche folhas que saem directo do rolo
Lembranças...