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terça-feira, 15 de julho de 2008

Rain Man - Filmes que não esqueço

Ontem, após ter adormecido no sofá, acordei e estava a começar "Rain Man" no Holywood.

Fiquei a ver. Adoro o Dustin Hoffman, esta interpretação é brutal e o filme espectacular. Por tudo o que nos ensina, por nos pôr a pensar numa realidade desconhecida para muitos mas presente em muitas Famílias.


Vi este filme quando saíu e nunca mais o tinha voltado a ver. Quando o vi pela primeira vez nunca tinha contactado com pessoas com autismo. Agora, já posso perceber melhor.


No Jardim de Infância frequentado pelo M.M.3, durante três anos, houve sempre crianças autistas. Todas diferentes, mas todas autistas. Neste Jardim de Infância, contra o qual existem preconceitos graves pelo facto de servir uma população complicada, o pessoal que ali trabalha é cinco estrelas. Estes Meninos, diferentes dos outros e com comportamentos tão diferentes entre si, foram sempre cuidados, acarinhados e alvo de uma atenção muito especial por parte de todos os que lá trabalham e por parte da Educadora de Ensino Especial que lá esteve durante esses três anos.


Gostava que houvesse, no nosso País, mais apoios, mais informação. Os Pais/Mães destes Meninos sentem-se muito sozinhos, muito carentes de informação sobre a doença e como lidar com ela, principalmente quando existem, depois, mais Irmãos.


Gostava que pessoas como eu, Pais/Mães de meninos ditos normais, tivessem acesso a informação e pudessem ser úteis no acompanhamento destas Famílias, no apoio à integração nas Escolas frequentadas pelas crianças autistas.


Mais uma vez, gostava que fossemos cidadãos mais participativos. Mais voltados para o que nos rodeia e não apenas para o nosso mundinho pequenino.


Eu tento fazer a minha parte, mas infelizmente não é fácil juntar pessoas em torno de uma causa que não é a sua.


Talvez um dia!

3 comentários:

LeniB disse...

Também eu não esqueço este filme...
bjs

Peninha disse...

Olá Vera.
Ora aqui está um tema que me diz muito. Antes de mais o filme é espectacular e também na altura não fazia ideia do que seria o autismo e a vida de um autista.
Quis o destino que há 2/3 anos atrás o meu filho P. fosse diagnosticado com Perturbações do Espectro do Autismo. É óbvio que foi um choque para todos em particular para nós pais. É certo que aos 3 anos o P. não dizer uma única palavra era preocupante mas outras atitudes, outros movimentos, a falta de relacionamento com algumas pessoas, as rotinas, os movimentos repetitivos, as birras vindas do nada, o mergulhar num mundo dificil de entrar, eram para nós coisas "normais"... mas não! Eram já alguns sinais mas que desconhecíamos por completo como sendo o comportamento de um autista.
Hoje esse menino "especial" que já o era por ser meu filho está muito, mas muito melhor...Os primeiros tempos na creche não foram fáceis porque tal como dizes as pessoas não estavam e ainda não estão preparadas para este tipo de distúrbio do qual ainda se sabe muito pouco, como surge, o que leva alguém a ser autista...sabe-se que é genético mas ainda existem muitas dúvidas e perguntas por responder. Nós pais e ele P. estamos incluídos em 2 projectos a nível nacional e internacional na procura de mais respostas através do estudo dos nossos ADN.
Tenho a sorte de ele estar a ser acompanhado pelos melhores dentro da área em Portugal, tenho a sorte de ter arranjado uma terapeuta da fala espectacular, uma educadora de apoio especial que está a fazer um trabalho espectacular e tb vou tendo a sorte de os restantes pais da escolinha terem percebido o que se passa e ajudado que o P. tenha a melhor integração possivel.
É claro que o receio do futuro é enorme, o receio que ele possa de alguma forma ser sempre dependente de alguém me assusta, o que vai acontecer quando entrar para a primária, etc...
Está melhor, muitas pessoas que o vejam se calhar nem percebem mas de vez em quando lá entra no seu "mundo" de onde é dificil tirá-lo, muitas vezes somos nós que somos obrigados a entrar nesse "mundo" para o perceber, temos que aprender a respeitar as suas rotinas rígidas das quais não abdica, etc, etc...
Mas fico feliz por saber dessa tua preocupação e acredita que para eles, os tais "meninos especiais", é importante que os possamos entender e os ajudemos a que por vezes eles entrem no nosso "mundo" e possam comunicar connosco...
Todos os nossos meninos (filhos) são especiais, estes só precisam de um pouco mais de carinho, compreensão e paciência... :-)
Beijos
Peninha

V. disse...

As pessoas não se preocupam cpm nada, creio que não estoumuito errada se disser que nem com os seus filhos normais se preocupam - preocuar no sentido de preparar para eles o melhor em vez de os brindarem com porcarias em vez de atenção.

Todos nós temos as nossas causas, e se muitas vezes o melhor que pode ser dado são coisas tão simples e que são negadas porquê envolverem-se em algo mais?

Eu sei o que é ter uma causa (não a do autismo) e sei o que é ouvir um "não" redondo á simples pergunta "vens fazer comigo uma caminhada pela minha causa?" . Não era preciso dar dinheiro, não era preciso manifestar, não era preciso nada, apenas caminhar e engrossar o número vísivel dos que sofrem com algo tão aparentemente invisível.

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