Terminei a leitura deste livro. Tal como em Hotel Memória, também esta história de João Tordo nos conduz por caminhos sinuosos de ansiedades, relações humanas tortusosas, personagens densos (nunca chegamos, por exemplo, a saber o nome do nosso narrador). É um livro que nos invade e nos persegue, que não nos deixa indiferentes e onde livros e pessoas fazem parte de um destino nem sempre muito claro. É um livro que mistura as realidades sócio-culturais de dois países, Portugal e EUA (NY). Enquanto se vai desenrolando a história em terras lusas, o nosso narrador surge como um pilar em torno do qual tudo se move e acontece. Quando o pano de fundo se tranfere para a paisagem nova iorquina, o Eu da história não é mais do que um pequenino ponto que se move num espaço onde tudo e todos são muitos e grandes. O personagem fica diluído num cenário em que todas as preocupações e demandas que persegue, não têm o mesmo peso, o mesmo impacto, sem que a história perca o interesse, sem que o leitor se distraia do fio condutor que o continua a guiar.
Como as semelhanças com a escrita de Paul Auster são frequentemente mencionadas quando se fala sobre a escrita de João Tordo, vou lançar-me agora na leitura de Homem na Escuridão...
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