Eu e a minha Máquina,
Praia dos Salgados
Agosto 2010
Cadeira de praia não é para mim. Praia é sentir o quente da areia, de preferência a escaldar, por baixo da capulana, porque toalha turca também não é para mim. As toalhas turcas pesam no saco da praia quando as carregamos para lá, pesam ainda mais quando regressam a casa, ensopadas de água, micro partículas de areia e sal. Se a areia tiver sido namorada pelas ondas durante a noite e ficar ligeiramente húmida, também não me faço rogada e faço dela a minha cama. Na praia, qualquer spot é um bom spot. Com sol aberto e escaldante ou com céu nublado, esbranquiçado e pesado de calor, praia é praia e quem não a aprecia bem burro é.
Sinto-me hoje um bocadinho aborrecida pelo facto de não ser dona de um património que me permita aproveitar mais dias da estação do ano que mais aprecio. O ano, comprido e custoso de passar, tem 365 dias. Destes, só 22 foram de descanso e passaram tão rápido que duvido que cada um deles tenha tido as mesmas 24 horas que tem cada um dos outros 343 que passo na labuta do dia-a-dia. Provavelmente ninguém está preparado para o regresso à realidade quando as férias de Verão terminam, mas eu, Sol-dependente, Mar-dependente, queria mesmo poder continuar por lá. Na terra onde as praias são grandes e pegadas umas às outras, onde as dunas, que atravessamos para encontrar areal com pouca gente, cheiram a flores silvestres, onde os dias se aproveitam até à última gota de sol no horizonte.
Na nossa companhia de praia faltaram hoje seis pessoas. Nós.
1 comentário:
Tive tantas saudades de te ler diariamente. Não fiques triste! Tens o privilégio de viver ao pé do mar e poderes dar uma escapadinha de vez em quando!
BEIJOS
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