

O projecto curricular de turma do M.M.3 consiste na manutenção de um blogue que a Professora criou e que vai sendo alimentado com textos escritos pelos Alunos, fotografias e trabalhos. Enquanto nem todos os Meninos da sala têm o seu Magalhães, os que já o têm vão ter um dia fixo para o levarem de forma a que haja um por grupo de trabalho e, assim, possam trabalhar os seus temas de estudo e possam escrever os textos para o bloguinho.
Resumindo, a minha nota para este projecto tecnológico do Governo e do Ministério da Educação é positiva.
Os Xutos comemoram este ano 30 anos de carreira.
Hoje apeteceu-me recordá-los na Casinha. O som desta música leva-me a um passado muito bom. Ao tempo durante o qual frequentei um Curso Profissional, em Lisboa, que me fez conhecer pessoas que nunca esquecerei, a pessoa que considero a minha melhor Amiga. Ao tempo em que organizámos uma viagem à Figueira da Foz e em que cantámos esta música aos berros e dançámos até não podermos mais.
Parabéns aos Xutos! Saudades deste tempo, em 80 e tal...
Eu e a minha máquina, hoje, cá em casa
Com uma toalha vinda directamente do Brasil, gastronomia tipicamente portuguesa e dez pessoas à mesa tivemos um belo almoço de Família que se foi prolongando pela tarde fora e que acabou na molenguice de fim de dia própria de dias de férias...
E eu fiquei com a alma um bocadinho mais reconfortada :)
Há uma gaiola que impede as minhas asas de se abrirem.
Há uma porta que se abre.
Há asas que se agitam na impaciência de voar.
Há paredes que bloqueiam o vôo.
Há uma gaiola aberta...
...onde entro...
...e uma porta que volta a fechar-se...
...e um sonho de voar...
Gosto de chapéus. Independentemente da sua função principal, proteger do Sol, proteger da humidade, os chapéus são um acessório que dão "estilo". Há uns dois anos, no verão, antes de ir para o Algarve, comprei um montinho deles numa loja chinesa, ao preço da chuva...nunca os usei. A confusão na altura de fazer as malas para ir de férias é sempre tanta cá em casa, que os chapéus acabaram por ficar esquecidos. E nunca foram usados.
Hoje, para aliviar o stress do final do dia de ontem, decidi ir até ao Sol e ao Mar antes de iniciar as lides domésticas. A indecisão de sempre "o que visto, o que não visto, que relógio, que colar,...coisas de loiras...", optei por um estilo country e lembrei-me dos ditos chapéus.
E não é que fiquei mesmo gira?
Há momentos em que por mais que nos concentremos na luz que nos banha corpo e alma, o preto e o branco são as únicas cores que conseguimos distinguir em tudo o que nos rodeia. São elas que nos guiam e com a sua simplicidade nos indicam qual o caminho a seguir. Apagam as cores do mundo para que não nos distraiam e nós, espectadores de mil cores, paramos. Respiramos fundo e quase sufocamos perante a beleza. Dum singelo preto e branco.
Sim, por vezes sou distraída. Não é uma questão de distracção genética, daquela de fazer disparates por mera falta de atenção, é uma distracção própria da pressa em que vivo, em que me faço viver. É bom saber que existem pessoas na minha vida que me alertam para pequenos sinais que deixo escapar...
PRANTO POR INÁCIO SANCHEZ MEJÍAS, 1935, Federico Garcia Lorca
1 . A CAPTURA E A MORTE
Eram cinco horas da tarde.
Eram cinco da tarde em ponto.
Um menino trouxe o lençol branco
às cinco horas da tarde.
Um cesto de cal já prevenida
às cinco horas da tarde.
O mais era morte e somente morte,
às cinco horas da tarde.
O vento arrebatou os algodões,
às cinco horas da tarde.
E o óxido semeou cristal e níquel
às cinco horas da tarde.
Já pelejam a pomba e o leopardo,
às cinco horas da tarde.
E uma coxa por um chifre destruída
às cinco horas da tarde.
Os sons já começaram do bordão
às cinco horas da tarde.
As campanas de arsênico e a fumaça
às cinco horas da tarde.
Pelas esquinas grupos de silêncio
às cinco horas da tarde.
E touro todo coração ao alto
às cinco horas da tarde.
Quando o suor de neve foi chegando
às cinco horas da tarde,
quando a praça se cobriu de iodo
às cinco horas da tarde,
a morte botou ovos na ferida
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Às cinco em ponto da tarde.
Um ataúde com rodas é a cama
às cinco horas da tarde.
Ossos e flautas soam em seus ouvidos
às cinco horas da tarde.
O touro já mugia por sua frente
às cinco horas da tarde.
O quarto se irisava de agonia
às cinco horas da tarde.
A gangrena de longe já se acerca
às cinco horas da tarde.
Trompa de lis pelas virilhas verdes
às cinco horas da tarde.
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde,
e as pessoas quebravam as janelas
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
AI QUE TERRÍVEIS CINCO HORAS DA TARDE!
ERAM AS CINCO EM TODOS OS RELÓGIOS!
ERAM AS CINCO HORAS DA TARDE EM SOMBRA!