Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Obrigada

O meu computador nem parece o mesmo!
Está rápido na pesquisa e edição de sites. Está rápido a abrir caixas de comentários e a postar os comentários. Está rápido a abrir o Vekiki e não se queixa de nenhum mal que não lhe permita abri-lo ou ver as janelas das casas dos vizinhos!
Quem estiver com um problema parecido com o meu, só tem de desinstalar o Internet Explorer e instalar o Firefox.
O meu agradecimento vai direitinho para a Kat que ficou com o meu computador durante o fim de semana, analisou-o e descobriu o mal dele.

Dia D # [1]


Já lá fui. Já sei os resultados. Fui sozinha porque a Catarina achou que era cedo demais para ir ao Liceu (:()...Já vi as dela e as dos outros. Eu tinha razão! Ser Mãe é isto. Ou será que ter os anos que tenho é isto? O que eu sei é que vou fazer o que tinha pensado fazer se aquilo que eu pensava que ia acontecer, acontecesse. O Liceu vai ter que ler algumas linhas acerca do Professor de História de Cultura e das Artes. Lamento. Linhas desagradáveis, porque o que andou a fazer durante dois anos com estes alunos não se faz. Linhas desagradáveis porque uma coisa é estar frustrado com a vida e com o sistema, outra coisa é descarregar isso em cima de bons alunos. Linhas desagradáveis porque não há direito que se mantenha em funções um professor que a única preparação de aulas que demonstra é a leitura do manual e a distribuição de folhas que imprime directamente da internet sem sequer se dar ao trabalho de "cortar" os anúncios que saem a rodear o texto (no dossier da Catarina existem textos de apoio rodeados de anúncios de wrestling!). Linhas desagradáveis porque esta disciplina é fundamental na formação de alunos que querem enveredar pelas áreas das artes e dada desta forma só provoca repulsa...

Bem...correu tudo bem!

Mimo

- Mãe, levantei-me porque gosto de estar ao pé de ti...

Ando a ler...


"[...]Não se pode dizer que foi amor à primeira vista. De modo algum. No começo foi tudo longo, demorado, avançando de descoberta em descoberta. Nenhuma podia adivinhar ser possível vir a amar não o diferente, mas o mesmo, o semelhante que ferozmente se atrai. Quando se beijaram pela primeira vez foi mesmo a primeira vez que beijaram. Nunca nada antes. A boca de uma mulher nada tem em comum com a boca de um homem, murmurou Aysha. Deviam ter nomes diferentes. A boca de uma mulher é mais macia, mais terna, seguramente mais quente. O que interessa é que aquele beijo não queria acabar de ser dado. Como se por absurdo temessem libertar-se da boca uma da outra, que as agarrava à vida. Depois foi uma paixão desvairada.[...]"

Rosa Vermelha em Quarto Escuro,
Pedro Paixão,
Bertrand Editores,
Lisboa 2008

Dia D




Saem hoje as pautas com os resultados da 1ª fase de exames do secundário.
Hoje há borboletas nas barrigas cá de casa...a da Filha e a da Mãe.
A Mãe acredita que as borboletas vão esvoaçar e enfeitar a pauta.

Sessão de Cinema


Ontem foi este o nosso filme de serão. O plano era ir ao cinema ver a Idade do Gelo 3. Sessões esgotadas desde a estreia. Algumas lágrimas, algum beicinho. Comprámos bilhetes para quarta feira à noite e os ânimos acalmaram.

Enquanto assistia ao Slumdog Millionaire pensava que todos aqueles bairros de lata eram precisamente o que imaginei quando li o Shantaram e nem a pobreza nem o caos que é a cidade me demovem da ideia de que iria gostar da Índia se a pudesse visitar.

Não sei até que ponto será possível existir uma história de amor deste tipo, mas que é linda é. Adorei este filme!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

No teu Deserto

Capa vinda daqui

Assim se chama o novo romance de Miguel Sousa Tavares, o romance que desapareceu juntamente com o computador que foi roubado. Gosto do MST, do que diz e do que escreve. (Já gostava de ouvir e de ler o seu Pai!). Todos os seus livros publicados existem nas minhas prateleiras. Fui leitora apaixonada do Equador que não vejo na televisão, porque prefiro guardá-lo na minha memória com as imagens e personagens que criei enquanto o li. Fico contente com o aparecimento deste novo romance. Pelo MST que o recuperou e pelos leitores que gostam de ler as palavras que escreve. Fico contente porque das últimas visitas que fiz à FNAC fiquei com a sensação que nesta altura do ano só aparecem nos escaparates aqueles livros "fáceis" de ler, aqueles que eu não compro nem gosto de ler. Apesar de ainda haver nas minhas prateleiras livros que não tive tempo de ler, gosto sempre de ter umas novidades nas minhas bagagens de férias. Este "No teu Deserto" vai de certeza fazer parte da minha biblioteca ambulante...

Alfacinha

Largo da Graça trazido daqui

Acordei com saudades de Lisboa, com uma vontade enorme de passear por ruas, travessas e vielas da cidade. Não sei porquê. Hoje acordei alfacinha. Ao pequeno almoço tardio conversava com a Catarina sobre esta minha vontade. Quando terminámos e me sentei a dar uma volta pelos "vizinhos" tomei conhecimento da homenagem feita a Sophia Mello Breyner no quinto aniversário da sua morte no blogue da Laurinda Alves e quase me arrepiei...a minha vontade de ir a Lisboa teria alguma coisa a ver com esta homenagem? Adivinhei-a e preciso de me juntar a ela? Não sei...apenas sei que me apetece Lisboa!

Reunião Familiar # [1]

A minha Máquina nas mãos do Martim
80 Anos;
Dois Casamentos;
Uma Viuvez;
Quatro Filhos;
Duas Noras;
Um ex-Genro;
Onze Netos (seis raparigas e cinco rapazes);
Viagens pelo Mundo inteiro...

Assim se resume a vida do meu Sogro. Nesta vida cheia de acontecimentos marcantes, de viagens maravilhosas, há sempre muita energia, muita alegria, muita vontade de juntar todos à sua volta. O fim de semana que ontem terminou foi mais um a juntar a outros que temos passado juntos e que se transforma sempre em festa para nós e para desassossego para quem nos rodeia. O local onde nos reunimos todos os anos para festejar o aniversário do "Chefe" desta Família que se assemelha a uma verdadeira Família Cigana, é um hotel pacato na pacata vila de Monte Real (perto de Vieira de Leiria). Um hotel pacato que recebe, essencialmente, casais de "provecta idade". Silêncio é a palavra chave deste local. Ontem, último dia de interrupção do silêncio, um dos senhores veio ter com o meu sogro e disse-lhe "A sua Família foi uma lufada de ar fresco que entrou no Hotel!"...
Na festa da vila, sexta e sábado, os locais de Monte Real assistiram entre o pasmado e o divertido a uma invasão de gente "tresloucada" que durante duas noites dançou e cantou como se durante um ano inteiro tivesse ensaiado para actuar ali. De tal forma, que houve um senhor que se dirigiu ao meu sogro perguntando-lhe se era ele o "ensaiador" daquele grupo, ao que ele respondeu que sim, que eramos o grupo Lisboa Dance!
Chegámos a casa derreados de tanta brincadeira, a abarrotar de tanto comer (as refeições no Hotel são brutais e maravilhosas!), cheios do carinho deste Avô.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Habito-me

A Máquina dos meus Pais,
Tunísia 2008

Constituo a habitação de mim. Tão depressa sou palácio, ofuscante de luzes, espelhos e lustres, brocados e riquezas, como sou simples telheiro onde me abrigo das chuvas e das tempestades. Cubro-me de ricas sedas na habitação palaciana, cubro-me de cartões que me aquecem debaixo de um tecto que não sustenta paredes. A minha habitação de mim conforta-me mas também me provoca a vontade da partida para outras paragens. Não há fuga, apenas o partir à aventura.

Reunião Familiar

Posted by PicasaEu e a minha Máquina
Julho 2008, Monte Real


Deixamos de ser crescidos. Durante um fim de semana juntamo-nos todos e somos só Filhos, Noras e Netos. Pouco mais fazemos do que brincar, descansar, rir muito e mostrar o quanto gostamos uns dos outros, o quanto apreciamos a companhia que um aniversário permite. São sempre dias desejados e, quando terminam, recordados com vontade que chegue o próximo ano. E, tenho a certeza, que cada um de nós pensa para si que parece impossível que se comemorem já 80 anos!

Cortina

Posted by PicasaEu e a minha Máquina
Monte Real, Julho 2008

Senta-se junto à janela. Já lá tem um pequenino sofá, cómodo, coberto por um pano fresco no Verão, por uma manta quente no Inverno. Oculta pelas cortinas senta-se e vê o mundo passar lá fora. Conhece cada uma das pessoas que passa diariamente. As caras, a forma de andar, os hábitos na rua. Quem chega a que horas, quem sai e com quem. Pouco lhe importam estes pormenores, pertencem à vida de cada um e não a incomodam. Precisa que se mantenham e por isso assiste em silêncio. Na solidão da sua casa, a janela é o écran que lhe mostra o Mundo, a companhia perfeita para dias que vão correndo iguais para um destino que não quer adivinhar. Prefere assim.

Para a minha Avó, que adorava estar à janela e me passou esse gosto!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Memórias

Praia da Azarujinha,
Fotografia vinda da Internet

Nasci, cresci e vivi em Lisboa até aos vinte e dois anos. Na Alameda D. Afonso Henriques, perto da Guerra Junqueiro, da Avenida de Roma, de Alvalade. Em Junho, assim que a Escola e, mais tarde, o Liceu terminava, mudavamo-nos para aqui. Para a terra onde decorre actualmente a minha vida.
Quando eu era estudante as datas de início das aulas não eram como agora. Fixadas em calendários escolares que se querem cumpridos, com professores colocados a tempo e horas. Era usual começarmos as aulas lá para o meio de Outubro. Para nós, eu e os meus Irmãos, era uma festa. Muitos meses de férias de verão, fora de Lisboa, praia de manhã à noite. Nesse tempo, as praias da Linha não tinham bandeiras azuis. Eram poluídas e muita gente fugia delas. A nossa praia de sempre, a Azarujinha, era das mais poluídas...dizia-se. Nunca nenhum de nós adoeceu. A nossa praia era frequentada ano após ano pelas mesmas pessoas, pelas mesmas famílias, constituíamos uma grande Família veraneante.
Hoje em dia, já não é a minha praia, mas continua a ser a minha melhor recordação de infância e juventude. A praia e todas as pessoas com quem convivi lá e com as quais me continuo a cruzar e a dar.
Esta terra faz-me sorrir. Quando o Verão chega e se instala e eu me vejo adolescente, em cada esquina, em cada rua, a andar de bicicleta, a caminhar descalça em direcção à praia!

1 de Julho

Hoje é dia de Efemérides!
A minha Mãe faz anos !!!!

A Belita faz anos !!!!

A Carolina chega dos EUA, após um ano a estudar por terras do Uncle Sam !!!!

O ano chegou a meio, começamos hoje a caminhar para o Natal !!!!

A Gramática Portuguesa deu uma História !!!

"Redacção feita por uma aluna de Letras,
que obteve a vitória num concurso interno
promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa


Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida.
O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir.
E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.
Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.
Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.
Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.
Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente.
Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.
Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.
Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.
Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.
Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.
Que loucura, meu Deus!
Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que, as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."
Recebido por email...
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