Ecos do Sul # [11]

Homenagem só porque me apetece

Quando o jornal i apareceu nas bancas comecei a comprá-lo religiosamente aos fins de semana, para coleccionar a revista suplemento nós. Quando a Laurinda Alves divulgou no blogue que iria passar a assinar uma coluna diária no jornal, apeteceu-me comprá-lo diariamente...Quando a Laurinda Alves divulgou no blogue que durante o mês de Agosto seriam publicadas diariamente entrevistas a várias personalidades portuguesas, decidi que o compraria todos os dias. Vou chegar a casa carregada de is aos quais retirarei as páginas destas entrevistas para fazer um dossier especial. Têm sido leitura de praia, de momentos de descanso. Têm sido uma forma de conhecer o outro lado de pessoas de quem só conheço o lado de fora. Têm sido leituras que quero guardar para sublinhar, reler e até citar aqui. Porque me têm dado muito prazer.

Ecos do Sul # [10]

I.

Agosto, 14/2009

Voltámos a ser só seis. Na mesa do pequeno almoço e do jantar. Na fila para a casa de banho. Nós, que somos tantos, hoje fomos poucos quando saímos da praia, à hora do costume, com menos duas na prole. Aí foram elas, no "pouca-terra", a caminho das suas Famílias, também Numerosas, e muiiiiiito saudosas! Ficámos nós, saudosos e com outro apelido "Família Galaró"!

II.

Têm sido dias muito bem passados. Já deixámos para trás os dias de apartamento familiar a que temos direito e instalámo-nos num parque de campismo. Têm sido dias sem tempo para escritas. Os pensamentos voltaram, avisadores de que já faltam poucos dias para o regresso a casa...

III.

O plano das férias pressupunha a saída do Algarve, Espanha fora até Barcelona. Alterações de última hora levaram-nos só até Sevilha, a Isla Mágica como destino. Passámos uma caloraça que não dá para descrever, mas valeu a pena. Pelo pouco que conseguimos ver da cidade, pelo dia mágico passado na Isla! Chegámos mais mortos que vivos, mas as emoções vão deixar memórias maravilhosas.

IV.

Quando o dia de Isla chegou ao fim (das 11:00 às 23:00), estávamos todos sentados a acabar de ver o último espectáculo do dia e a petiscar (o calor era tanto que nem sentíamos fome):

- Mãe, como é que é possível haver tanta gente diferente? Tantas pessoas e todas diferentes umas das outras?

Achei piada à pergunta do Martim porque durante todo o dia que lá passei (e atendendo a que sou uma medricas não andei em quase nada) entretive-me a fotografar a Família e a observar quem passava e a fazer a mim mesma esta pergunta!

Ecos do Sul # [9]

Eu e a minha Máquina,

Praia dos Tomates,

Agosto 2009

I.

Hoje estamos a escrever um post em conjunto.

As minhas Filhas adoptivas decidiram que já estava na hora de aparecerem neste blogue sensacional, portanto aqui estão elas - a Filha e as que adoptámos por uma semana! Uma das maiores criações deste grupo de raparigas foi o "bikinar". E perguntam vocês: o que será bikinar? Pois bem, bikinar consiste em espalhar todos os bikinis de três "babes/brasas" em cima da cama de casal (onde não dorme o casal da casa...) e decidir quem leva o quê. É uma tarefa que alia a criatividade e o cansaço e que resulta, todos os dias, em bikinis diferentes para todas.

II.

Como se não bastasse o cansaço de bikinar, as miúdas querem mais! Investiram alguns euros tripartidos em linhas coloridas que se vão transformando em pulseiras (aceitam-se encomendas) que elas pretendem vender aos familiares/amigos/passantes na praia.

III.

As duas últimas horas de praia, ou seja, das 19:00 às 21:00, são passadas em campeonatos/torneios de raquetes de praia com regras inventadas por estas donzelas e que não são facilmente compreendidas pelos membros masculinos do grupo. Têm resultado em horas de diversão, risos e belas fotografias!

IV.

Quando chegam a casa ainda têm energia para ir para a piscina fazer ginástica!

Enfim...têm sido dias muito bons :-)

Ecos do Sul # [8]

Eu e a minha Máquina,

à saída da Praia dos Salgados

Agosto 2009

I.

Há os que abrem a praia. Nós somos os que a fechamos.

Só abandonamos o areal quando a luz do Sol nos abandona a nós.

II.

A minha teoria de que é mais fácil educar muitos Filhos do que poucos confirma-se! Esta semana sou Mãe de seis Filhos. Três raparigas e três rapazes. Tem sido engraçado. Cada um/a tem as suas características e há que as saber aproveitar no dia a dia de uma casa de férias onde as tarefas têm necessariamente de ser partilhadas. Eles têm-se dado todos muito bem, como se fossem efectivamente da mesma Família e nós temos gostado desta sensação de Família mais numerosa...

III.

São muitos os Pães que se compram para as sanduíches da praia. É extenso o areal que ocupamos quando nos juntamos a todos os que constituem o grupo de praia, ano após ano. Ontem houve alguém que disse que somos mais do que os que vão constituir a turma da Filha no próximo ano lectivo...

Eu e a minha Máquina

A nossa tralha espalhada

no areal dos Salgados

Agosto, 2009

Prémio de Verão

Apesar da minha fraca produção durante estes dias de férias, o CBO lembrou-se de mim e atribuíu-me um Prémio! Fiquei toda vaidosona e vou publicá-lo aqui. Quando voltar a casa tratarei de o colocar na galeria de prémios e de o distribuir por mais dez bloggers e respectivos caderninhos virtuais. São as regras do jogo e tenciono cumpri-las! Obrigada CBO :-)

Ecos do Sul # [7]

Eu e a minha Máquina,
Praia dos Tomates, Agosto 2009

I.

Acabei. "A Elegância do Ouriço". Acabei a pensar. Qual a probabilidade que temos, durante o tempo que vivemos, de encontrar quem seja capaz de partilhar os nossos silêncios? Qual a probabilidade que temos, durante o tempo que vivemos, de encontrar quem consiga entender o que pensamos, gostar do que gostamos e, acima de tudo, partilhar os nossos silêncios? E depois, ao encontrarmos alguém assim, durante quanto tempo conseguiremos manter o momento? Quantos silêncios nos unirão? Teremos que abdicar, sempre, desta cumplicidade que nos faz sentir felizes? E a Felicidade? Onde está? Existirá?...

II.

A minha Máquina noutras Mãos

Os meus Crocs floridos

Ao fim de alguns Verões a desejá-los e a ser dissuadida a não os comprar pelos meus Filhos mais velhos, comprei uns Crocs. Não dos verdadeiros, esses acho-os demasiado caros, mas uns de imitação. Brancos, cheios de flores coloridas. Os meus Filhos grandes continuam a dizer que são uma pirosice! Eu acho-os giros, divertidos, com ar de Férias!!!

Ecos do Sul # [6]

Eu e a minha Máquina,

Praia dos Tomates,

Agosto 2009

I.

Avanço lentamente na leitura de "L'Élégance du Herisson". Contrariando a capa que nos faz acreditar que este não é mais do que um romance de leitura fácil para dias de estio, este livro é escrito numa linguagem que de fácil nada tem e que nem sempre consigo assimilar à primeira. Volto ao princípio e concentro-me mais. Um livro escrito por alguém que se licenciou em Filosofia...

"Onde está a beleza? Nas grandes coisas que, tal como as outras, estão condenadas a morrer, ou nas pequenas que, sem nada pretenderem, sabem incrustar no momento uma gema de infinito?"

II.

Tenho comprado o i todos os dias. Faço-o, durante o mês de Agosto, para ler as entrevistas que a Laurinda Alves fez e deixou preparadas para nosso deleite. Gostei particularmente da de ontem, Vasco Pulido Valente que gostava de se ter chamado Pedro e que usa os apelidos da mãe por os do pai, juntamente com o nome próprio, formarem uma "cacafonia, tem uma data de sibilantes, nem pensar!". Gostei muito desta entrevista. "[...]Estou a falar de um quadro, de um romance, de um filme, de uma cena de um filme, de um diálogo de um romance ou de um pormenor de um quadro. São coisas que estão completamente para lá de mim e do que a minha cabeça podia dar. Quando são bons, como é evidente.[...]"

III.

Foi bom o dia de ontem. Fomos a outra praia. Já de Família aumentada! Tivemos jantar de aniersário. Animado. E as férias continuam...velocidade cruzeiro...muita animação!

Ecos do Sul # [5]

A minha Máquina

nas mãos do Martim,

Algarve, Agosto 2009

I.

Hoje passamos a ser uma Família dois membros mais numerosa. Chegam às 11:30, de comboio, duas Amigas dos Miúdos. Chegam para ficar até dia 14. Gosto muito delas, convidei-as para virem e tenho a certeza de que vão adorar estar por cá, conosco.

II.

Depois de quatro dias aqui consigo perceber que estava mesmo a precisar de férias. A minha cabeça estava prestes a explodir. Tenho conseguido passar os dias sem pensar em nada e, acreditem, não é fácil! É boa a sensação de conseguir "desligar".

III.

O nosso grupo de Verão está a compor-se. Já somos quinze! No fim de semana chegam os que faltam. Hoje vamos fazer o nosso primeiro jantar de férias colectivo, o jantar de anos do Manel!

15 Anos

Eu e a minha Máquina

Bar do Monte

Alentejo, Agosto 2009

O que escrever sobre os 15 anos do Manel?

O que escrever sobre 15 anos? [Eu, não sendo saudosista de nenhuma das idades por onde passei, tenho uma recordação muito especial dos meus 15 anos. Um Verão maravilhoso!]

Faz hoje 15 anos que ele nasceu e que me fez "apaixonar" por filhos rapazes.

De todos os meus Filhos, este é aquele que me tem dado mais "trabalho". Protegido, enquanto pequenino, [em consequência de uma epilepsia que apareceu e que teve de ser controlada até ser extinta aos seis anos], foi adquirindo uma auto-estima que dificilmente abandona. Com uma energia que bate qualquer pessoa, é preciso ter pedalada para acompanhar todas as suas solicitações. Desportista por natureza, não há desporto de prancha que lhe escape ou que o assuste. Bom coração, cabeça sempre a mil, sempre no ar.

Não tem sido fácil lidar com a adolescência dele e, de repente, vejo a cumplicidade que tínhamos os dois ser abalada por uma independência que se instalou quase por magia...

Faz hoje 15 anos que ele nasceu. Com ele apaixonei-me pelo surf e pelo skimming e tenho passado belas manhãs/dias a olhar para as ondas à espera da que é melhor para cada uma das pranchas. Com ele tenho aprendido que educar é uma tarefa mais complicada do que parece, em que o amor que temos sempre para dar tem que ser aliado a uma boa dose de regras e de "controle parental".

Com ele tenho tido os bons resultados desta educação e apesar de ser criticada por alguns por "proteger" os meus Filhos em demasia, acredito que estou no caminho certo e que a protecção que têm não é excessiva.

Ao meu primeiro M.M. desejo um dia de 15º Aniversário estrondoso! Passado na praia, rodeado de Amigos, Pais e Manos e, mais importante que tudo, muito Mar para curtir.

PARABÉNS!!!!!!

Ecos do Sul # [4]

Eu e a minha Máquina,

Agosto, Algarve 2009

Ontem mudámos de praia. Não nos convencemos com a mudança...a nossa continua a ser a melhor!

Ontem, também, comecei nova leitura "A Elegância do Ouriço". É tão bom poder ler sem interrupções. Ainda bem que trouxe muita leitura!

Ecos do Sul # [3]

Eu e a minha Máquina,

Agosto, Algarve 2009

Uma das melhores coisas nas nossas estadias por terras algarvias são as noites. Não porque sejamos fãs da noite de Albufeira, mas porque temos uma varanda maravilhosa. De dia conseguimos perder-nos no azul do mar. De noite, tendo por companhia a Lua, perdemo-nos em todas as luzes que iluminam a encosta até à Marina.

E é tão bom. Ficar aqui, sentados, em silêncio ou em converseta, a encher as reservas de calma!

Ecos do Sul # [2]

Eu e a minha Máquina,

Algarve, Agosto 2009

I.

Lindo. Jesusalém. Se é possível sentirmo-nos dentro de um território nunca pisado, então foi como me senti ao ler este livro. As palavras. As pessoas. Os sentimentos. Tudo me tocou tão fundo que quando o terminei parecia que estava a viver naquele território inventado por alguém que teve necessidade de sair do território habitado por todos.

II.

Lindo. No Teu Deserto. Uma história de amor que não chegou a ser, porque há alguns sentimentos que só podem acontecer em determinadas circunstâncias, em determinados momentos.

III.

Aqui o Mar é enorme. A perder de vista, encosta-se ao Céu e prolonga-se no azul. Entro dentro de água sem sensação de arrepio. Ando, mar fora, olhando a areia do fundo que a transparência do azul esverdeado me permite observar. Ando até a água me cobrir os ombros. Deito-me e nado. Ainda embalada pelas palaras acabadas de ler. Dum território inexistente e maravilhoso. Vou nadando. Deixo-me envolver, porque a água é densa, parece seda em que me vou enrolando...

Sabes como é?

Pertenço ao Mar.

Ecos do Sul # [1]

Eu e a minha Máquina,

Algarve, Agosto 2009

I.

Já cá estamos. Finalmente! O tempo não nos atraiçoou e o primeiro dia de praia foi mesmo "O Dia".

II.

A praia que frequentamos é uma praia sem concessionário. Frequentada essencialmente por nudistas, elegemo-la, (já há uns anitos), pelo espaço, pela liberdade e tranquilidade que nela sentimos. Ontem, já ao final do dia, surpreendemo-nos quando vimos chegar três agentes da Polícia Marítima que se foram dirigindo a todos os banhistas/nudistas informando-os de que aquela não é uma praia onde o nudismo seja autorizado...

Espantámo-nos.

III.

Esperamos pelo final da semana para vermos chegar os nossos companheiros de aventuras algarvias. Sem eles, a praia não é a mesma!

IV.

Na bagagem trouxe um saco carregado de livros. Dez, mais precisamente. Comecei ontem o Jesusalém. Já estou na página 185 e estou completamente apaixonada. Pela história, sim. Pela forma de escrever, sempre. Hei-de publicar umas linhas que fui sublinhando.

18 Anos # [1]

A minha Máquina noutras mãos,
Setembro 2008,
Casamento Pedro&Filipa

"Saio do Azul do Mar do Mia Couto e mergulho neste amarelo do Sol que gosto que me aqueça. A mim e a ti. Tenho tanto para te dizer, porque há tanto de ti que admiro. Gostava de pensar que tudo o que és, o és, um bocadinho por causa de mim...mas tu és tão diferente de mim! Tão segura, tão racional, tão decidida, tão tudo o que não sou. Tenho um orgulho enorme em ti, sabias? Tenho a sensação de que não te vi crescer e, no entanto, tenho estado sempre por perto! Como é que já passaram 18 anos desde o dia em que "estive estranha" todo o dia para te fazer nascer quando o dia 1 já chegava ao fim? Como é que aprendeste a andar, a falar, a ler e a escrever sem eu dar por nada? Como é que já vais para a Faculdade? Diz-me, por favor! Diz-me que estive sempre atenta e ao teu lado, porque eu não acredito que passaram 18 anos...

Principalmente deixa-me dizer-te que te considero uma grande Amiga, uma excelente companhia, o meu braço direito em casa e que sinto imenso a tua falta!

Um dia, quando saíres de casa, nunca deixes de voltar...de manhã, à tarde e à noite. Vem para me visitar, para irmos beber chá e cuscar quem por nós passar, vem para me contar alegrias e também tristezas, porque a vida tem as duas partes. Nunca deixes de sentir que esta é a tua casa. Nunca deixes de sentir que esta é a Tua Mãe, mas também, e principalmente, uma mulher, como tu, que te vai entender e ouvir sempre!

Parabéns minha Menina!
Um excelente
formidável
inesquecível
maravilhoso
18º Ano de Vida!"

O texto que escrevi
e as fotografias que usei
no Diário Gráfico comemorativo
dos 18 Anos da Catarina

18 Anos

Eu e a minha Máquina,
Julho 2007, Monte Real

A minha Filha é...

Bonita
Paciente
Companheira
Empreendedora
Responsável
Calma
Amiga
Confidente
Líder
Risonha
Habilidosa
Organizada
Feliz
Disciplinada

CUSCA

(neste ponto, aprendeu com a Mãe!)